Capítulo 26

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O dia do grande baile de gala finalmente chegou, se ontem o palácio parecia uma loucura, hoje estava um pandemônio, um formigueiro de pessoas que estão correndo contra o tempo, para colocar os últimos ajustes para a tão esperada festa

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O dia do grande baile de gala finalmente chegou, se ontem o palácio parecia uma loucura, hoje estava um pandemônio, um formigueiro de pessoas que estão correndo contra o tempo, para colocar os últimos ajustes para a tão esperada festa.

Quando acordei já tinha se passado da hora do almoço, a noite anterior foi ótima, mas bem cansativa, e essa seria como estavam dizendo, de tirar o fôlego. Bati na porta do quarto de Kuana, uma das empregadas a abriu, me deu um sorriso e falou para eu entrar.

Minha amiga estava tendo um pequeno surto de vestimenta, ela tinha comprado um vestido lindo para o baile, mas de última hora achou que ele não estava a altura e que precisava arranjar outro, mas não se tinha mais tempo. Kuana revirava seu guarda roupa, tirando todas as peças de roupa de dentro e jogando pelo quarto.

- Assim não vai sobrar nenhuma decente para você usar, se continuar jogando tudo no chão.

- LIA! – ela finalmente notou minha presença no quarto – que bom que esta aqui!

- Qual é o problema com o vestido que você comprou Kuana?

- Ele não é adequado, faz eu me sentir presa.

- Presa? Como assim.

- Ele não parece ser leve, é sem movimento, como se fosse uma armadura me mantendo na linha.

- Ok, é só um vestido e você esta exagerando.

- Não estou não!

- Coloca ele para eu ver, e depois dou minha opinião. – estava segurando o riso, para não piorar a crise de moda da minha amiga.

Kuana fazendo cara de cachorro sem dono, foi até a caixa preta que estava apoiada em sua cama, desfez o laço e abriu a tampa, retirando dela um vestido roxo furta-cor.

O Vestido tinha caído que nem uma luva no corpo esquio de Kuana, ele era longo, com meias mangas que ficavam esvoaçando, o decote era traçado com uma renda branca quase transparente, ele ia da altura dos seios até o umbigo em um formato de V, e para finalizar, um cinto prata esverdeado marcava a sua cintura.

- Qual é o problema do vestido? Ele é lindo!

- EU ESTOU ME SENTINDO PRESA!!!

- Calma, não tira ele ainda não.

Desencostei da parede e fui até o corredor, como aquele lugar estava cheio de gente, não foi difícil achar alguém que tivesse uma tesoura e kit de costura. Voltei para o quarto de Kuana, ela me olhou com um ponto de interrogação no rosto.

- Olha só, eu tenho uma ideia, mas não vai dar para voltar atrás, posso fazer?

- Pode, eu não usaria esse vestido mesmo.

- Ok, vou precisar que você fique quieta por alguns minutos.

Kuana foi até a parte do quarto que não estava cheia de roupas espalhadas, a empregada que estava no quarto começou a arrumar a bagunça que minha amiga tinha feito, e eu comecei a trabalhar no vestido.

Cortei o vestido do lado esquerdo, fazendo uma fenda que ia do chão até quase a cintura de Kuana, nas costas, retirei o pano fazendo um vestido de frente única, as mangas esvoaçantes sumiram, dando lugar a uma alça que prendia no pescoço e caia pela coluna.

Passei a tarde cortando e costurando o vestido da minha amiga, quando ela o provou de novo ficou encantada, dava pulinhos de alegria, me abraçou quase me jogando no chão, me agradecia como uma criança que tinha acabado de ganhar um brinquedo novo.

Perdi muito tempo do dia com a história do vestido de Kuana, que quando percebi, já estava na hora deu começar a me arrumar. Tomei um banho rápido, estava secando o meu cabelo no quarto para poder fazer o penteado, quando uma das empregadas entrou.

- Oi, está tudo bem?

- Sim. Kuana me mandou para ajuda-la a se arrumar para o baile.

- A obrigada, mas não precisa, consigo me arrumar sozinha e tenho certeza que você também quer se aprontar. – Dei um sorriso gentil para a garota.

A menina me olhou timidamente e sorriu, a dispensei para que fosse curtir o dia também. Deixei meu cabelo meio preso, com uma presilha de prata, que achei entre as coisas que Kuana me emprestava.

Coloquei um colar de ouro branco, com um pingente de turmalina em formato de gota. O colar tinha sido um presente do rei, por fim passei kolh nos olhos, o que ressaltou a cor clara deles.

Finalmente abri a caixa, com o vestido que minha amiga tinha comprado para mim. Era um vestido azul marinho bem escuro, as alças eram transadas e se prendiam no meu pescoço, seu decote era bem profundo, na altura do meio dos meus seios.

Quatro pequenas tiras do tecido, se entrelaçavam numa pequena argola de metal, fechando assim o decote em V um pouco acima do meu umbigo. Acompanhando todo o contorno do decote, um filete de tecido prata dava um brilho discreto.

O vestido marcava bem o meu corpo, era totalmente justo no meu tronco marcando até de mais, mas da cintura para baixo ele ficava um pouco mais largo, dando mobilidade para eu conseguir andar e dançar à vontade. Era um vestido longo, onde a bainha do mesmo também tinha um prateado discreto.

Para completar, ele vinha com um xale do mesmo tecido para usar, já que o decote nas costas ia até quase a minha cintura, mas como estava muito calor, decidi não usar o xale.

Kuana me encontrou no corredor para irmos para o salão de baile, ela estava linda, mas fez uma imitação de ficar sem fôlego quando me viu. Comentou que eu teria que tomar muito cuidado essa noite, para não machucar muitos corações, caímos na gargalhada e seguimos nosso caminho.

O salão de baile era perto do pátio interno, não sei como não tinha reparado antes, as portas que entramos era a dos fundos, pois a principal era voltada para a frente do palácio.

Assim que abriram as portas fiquei sem fôlego, o salão era gigantesco, o piso era branco, uma das paredes tinha janelas que iam do teto ao chão, enquanto que as outras tinham espelhos espalhados.

Colunas em mármore branca e castanha, estavam espalhadas pelo salão, o teto, a o teto era um sonho, todo pintado a mão com diversas imagens.

Dois lustres gigantescos de cristal estavam iluminando todo o lugar, e do outro lado do salão estava a porta principal, onde as pessoas entravam aos montes, e ficavam admiradas que nem eu com a beleza do lugar.

Kuana me levou para nos sentarmos numa mesa retangular, que estava disposta na frente da porta que entramos, olhei para trás e percebi que a entrada estava escondida por uma cortina vinho.

Ao longo do salão, algumas mesas com cadeiras estavam espalhadas, mas no centro tinha bastante espaço para se dançar, os músicos ficavam no lado esquerdo de nossa mesa, estavam tocando uma música calma para a recepção dos convidados.

Estava perdida no esplendor do lugar, que não reparei quando o rei chegou junto com Raoni. O rei usava uma calça branca, e uma camisa bege com detalhes em dourado, que era amarrada na cintura, por uma faixa dourada e continuava descendo até a altura dos joelhos, com uma fenda dos dois lados dividindo-a.

Apesar do rei estar bonito, meu olhar se perdeu no seu filho. Raoni estava vestindo botas, uma calça preta com uma lista em dourado escuro de cada lado, uma faixa da mesma cor estava amarrada na sua cintura, prendendo sua camisa de ceda também preta com uma gola em V, que fez eu me demorar olhando para esse ponto.

A camisa nos braços era feita com uma renda preta transparente, que descia até os pulsos, que tinham uma pequena linha de cetim como acabamento.

Ele me pegou olhando para ele, levantou uma sobrancelha e deu um meio sorriso, pelo visto não vai ser só eu que irá quebrar alguns corações hoje, mas não pude deixar de notar que ele também me analisava, se demorando em certos lugares. Essa noite seria bem longa.

Rosa Negra - A Ordem da RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora