Já tinha se passado uma semana desde que cheguei em Torre de Vigilância, aquele lugar fedia, os guardas eram o pior tipo de escória do exército. Soube que eram mandados para aquele lugar os piores casos, além dos que conseguiam os manter na rédea.
Aquele lugar era uma punição para os soldados, mas eles se sentiam bem à vontade, afinal de contas, o comandante geral daquele lugar estava a viagem, e como diz o ditado, quando o gato sai os ratos fazem a festa.
Eu estava no celeiro, descobri uns tijolos soltos na parede, e desde que peguei Enner mexendo nas minhas armas, preferi deixa-las longe de seu alcance.
Aquele homem me irritava profundamente, sempre se gabando e humilhando Diel, que era só um menino, ele era um covarde, sempre penso que poderia dar uma boa lição nele, seria um dia lindo esse.
Estava tirando uns minutos de descanso, antes de voltar para lustrar as armas, deitada no feno em uma das baias vazias, escuto passos dentro do celeiro.
Fico tensa, eles não olham com bons olhos quem não esta fazendo seus afazeres, fico deitada e quieta, talvez assim não notem que estou aqui. Vejo duas sombras paradas quase perto da baia que me encontro, meu coração está acelerado.
- O comandante mandou uma mensagem, avisando que deve retornar até o final do dia de amanhã. – Não reconheço a voz do soldado.
- E o que mais está escrito na mensagem? – Era a voz do capitão bigodudo.
- Ele disse que está trazendo dois corpos com ele, que ele quer estudar com calma o que aconteceu com eles.
- Corpos? Mas de quem?
- De dois soldados que faziam a ronda na estrada que leva até as montanhas Kalur. Ele quer uma sala separada para seu uso exclusivo.
- Aquele homem é muito folgado, não sabe que não temos aposentos sobrando!
O soldado nada falou, percebi que o capitão não gostava muito do seu superior, isso me fez gelar, já que ele já metia medo, que tipo de pessoa o faria ficar dessa forma? Eu tinha receio de descobrir.
Eles discutiram mais algumas logísticas da Torre e depois saíram, não perceberam que eu estava ali. Respirei aliviada, quando não escutei mais nenhum som além do dos cavalos, me apressei em sair do estábulo e ir para o armazém de armas.
Durante o caminho processei a informação que escutei, que pessoas estavam morrendo perto das montanhas Kalur, isso não era um bom sinal. Aquele lugar de acordo com que li, era onde os Raruks moravam, e se ele estava matando tão próximo assim, eu tinha que me apressar.
No armazém vejo Enner gritando com um Diel, que estava encolhido num canto, aquele menino precisava aprender a se defender e rápido, logo eu não estaria mais aqui para ajuda-lo.
- Deixa ele em paz Enner, você não deveria estar lavando as roupas intimas dos soldados?
- Olha só quem chegou, meu segundo brinquedo favorito. – eu revirei os olhos.
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Rosa Negra - A Ordem da Rosa
FantasiHistórias de amor, guerras e ódio foram sendo esquecidas e mudadas ao longo dos anos, entretanto, um assassinato em um vilarejo pacato, vai mudar a vida de Lia para sempre, a forçando redescobrir o que foi esquecido, pois o assassino está atrás dela...