Capítulo 49

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Ao contrário da sala de tortura em Matmata, que ficava no subsolo, os guardas me levaram para um conjunto de celas, que ficava no segundo andar do prédio principal de Torre de Vigilância, onde provavelmente todos os gritos e barulhos eram ouvidos ...

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Ao contrário da sala de tortura em Matmata, que ficava no subsolo, os guardas me levaram para um conjunto de celas, que ficava no segundo andar do prédio principal de Torre de Vigilância, onde provavelmente todos os gritos e barulhos eram ouvidos do pátio central.

Eles me colocaram numa cadeira e me amarraram com cordas, a cada pergunta que faziam e eu não respondia, eles me davam um soco, os soldados que me agrediam usavam uma espécie de luva, suas mãos tinham anéis de metal, que envolviam seus dedos e aumentavam o impacto do golpe.

Quando perceberam que me surrar não estava destravando a minha língua, optaram por uma abordagem diferente. Tenho que confessar, que esses guardas não tinham o talento para torturar prisioneiros, perto dos carrascos de Matmata, aquilo ali parecia brincadeira de criança.

Um deles pegou um pano fétido e puxando meu cabelo para trás o jogou sobre o meu rosto, senti o momento exato, que o segundo guarda despejava quantidades exorbitantes de água sobre o pano, quase me sufocando.

Apesar do meu dom com a água, não pude deixar de engasgar e sentir uma certa dificuldade para respirar, com as tentativas constantes de afogamento. Estava tossindo a água quando o guarda que segurava o balde, apertou meu queixo com uma das mãos me forçando a olhar para ele.

- Fale de uma vez imprestável, o que você estava fazendo na sala dos corpos?

Entre acessos de tosse, dei um sorri largo antes de responder ao homem, que segurava firme meu queixo.

- Mas já quer acabar com a diversão, a água está tão refrescante!

O homem ficou com ódio da minha resposta, me deu um soco do lado direito do rosto, o que fez com que meu supercílio abrisse e o sangue quente e pegajoso jorrasse pela minha face.

Esse ciclo de tentarem me afogar com o pano e sequências de socos, durou mais algum tempo que não sei qual foi. Já sentia meu rosto inchado, quase não conseguia enxergar.

Não podia usar minha magia para me libertar ou curar os ferimentos externos, se alguém visse ou percebesse, cortariam minha garganta na hora. Eu ainda tenho alguns truques na manga, que posso usar para sair dessa situação sem causar tantos danos.

Em algum momento da seção de socos, eu desmaiei e acordei presa por uma corrente de cabeça para baixo, não esperava por essa situação, isso já estava indo longe de mais.

Mal enxergava com meus olhos inchados e roxos, me acalmei e analisei minha situação, meus pés estavam bem presos, entretanto, minhas mãos já eram outra história, apesar de atadas com correntes, estavam na frente do meu corpo.

Escutei a porta da cela abrir e passos arrastados vindo em minha direção, o homem começou a falar e reconheci a voz do comandante instantaneamente.

- Você é mais duro do que eu pensei rapaz, mas vamos ver o quanto ainda aguenta depois que eu lhe der um bom trato.

Pelas sombras que via, ele usava a armadura que o distinguia dos outros, gritou para que os homens me colocassem no chão. Assim que meu corpo não estava mais de ponta cabeça, senti a pulsação no meu cérebro diminuir.

Rosa Negra - A Ordem da RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora