• 11 - Froot Loops

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Cheguei
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- Seu amigo saiu sem pagar - a voz entusiasmante da garçonete destrói nosso clima intenso.

Killian quebra o contato visual para lançar um olhar irritado em sua direção. Com um pouco de dificuldade ele retira a carteira do bolso e lhe dá trinta dólares, pagando não só sua conta, como também a minha.

- Não precisava ter pagado minha conta - balanço a cabeça e retiro da minha bolsa às dez pratas que havia custado meu café da manhã.

- Não precisa docinho, eu fiz questão.

- Pegue.

Killian nega. Enfio o dinheiro dentro do bolso da sua jaqueta e fecho a minha bolsa, olhando-o nos olhos.

- Você quer sair daqui?

- E para onde iríamos?

- Podemos ir para a minha casa - Jones toca em uma mecha do meu cabelo a enrolando em seu dedo - Eu tenho um carpete lindo.

- Já vi muitos carpetes por aí.

- O meu é diferente, você vai gostar.

- Será? - semicerro os olhos.

- Sim e eu tenho cervejas.

- São quase dez da manhã.

- Tenho cereal.

Curvo meus lábios olhando para baixo e os voltando para os seus olhos de modo que eu pareça tímida e sensual ao mesmo tempo. Atinjo Jones em cheio. Ele se remexe desconfortável sobre o estofado e solta a mecha do meu cabelo, tocando a pele exposta do meu ombro por eu estar usando vestido de alcinha.
Killian desliza seu indicador por minhas pintinhas como se quisesse decora-las. Tento agir normalmente com sua mão em cima de mim, mas é difícil.

- Quais sabores você tem?

Ele engole a saliva com dificuldade e substitui seu sorriso alegre por um nervoso.

- Tenho... Tenho de flocos de milho, chocolate e aqueles redondinhos coloridos.

Mordo meu lábio inferior para evitar uma risada. Ele acabou de falar como um garoto de doze anos abobalhado.
Deus! Eu realmente o afeto.

- Eu gosto dos coloridos.

- Vamos?

- Vamos - rendo-me dando os ombros.

Ele se levanta e alisa as calças. Faço o mesmo que ele e aliso meu vestido preto que bate nos joelhos. Killian segue na frente e eu o acompanho.
Ao estarmos na calçada, ele olha de um lado para o outro como se procurasse algo, mas apenas balança a cabeça e segue pelo lado esquerdo, em direção a boate. Eu faço esse caminho todos os dias e sei que são três quadras do Lola's até a Hot as Hell.

- Por que estamos indo para a boate?

- Eu moro no segundo andar.

Faço um O com a boca pela compreensão e torço os lábios.

- Deve ser bom para você morar onde trabalha assim você nunca pega trânsito e nunca se atrasa.

- Eu me atraso às vezes - ele olha para os dois lados da rua antes de atravessar sobre a faixa.

- Sério? - apresso meus passos para ficar ao seu lado.

- É.

- Se você mora no andar de cima, por que não apareceu ontem?

Seus olhos miram em meu rosto de relance.

- Eu estive ocupado.

Ocupado? Com o quê? Algo de família ou alguma burocracia do trabalho? Talvez com uma mulher...

Hot as hell (CS)Onde histórias criam vida. Descubra agora