• 41 - Fim

259 16 15
                                        

Três anos depois...

As crianças se despedem de mim com beijos e abraços carinhosos, enquanto lhes desejo uma feliz ação de graças.
Uma das garotas, Vivian, puxa meu braço levemente e me estende um cartão vermelho, no qual está estampado na capa as palavras: Feliz ação de graças.

— Obrigado Vivian – abro um sorriso doce e o abro, vislumbrando o desenho de um peru – eu adorei as cores vibrantes.

Ela abre um sorriso banguelo e segue até sua mãe, que acena para mim ao sair do estúdio de balé.
Agora só, olho ao redor. Olho pra tudo o que consegui construir com a ajuda financeira que David me deu, do testamento de Killian. Lembro da sua feição de tristeza e compaixão, ao me dizer para aceitar o dinheiro, pois Killian iria gostar disso. Iria gostar de me ver fazer algo que eu me orgulhasse e me sentisse confortável. Isso foi dois meses após sua morte. Dois meses após o funeral cercado de bons amigos, e alguns familiares. Por mais difícil que era dele acreditar, sim, Killian não foi amado só por mim.

Pego minha bolsa após apagar as luzes. Deixo o estúdio para entrar em meu carro. O carro que era dele. Durante os primeiros meses eu costumava olhar pra lugares, pra objetos e os ligar a Killian. Como se tudo de certa forma, fizesse parte dele. E agora, uns anos depois, eu me pego fazendo o mesmo às vezes.

— Você demorou um pouco.

Olho para o lado, pra ele.

— As garotas quiseram se despedir com beijos e abraços. Ganhei até um cartão – o ergo.

Ele sorri e dá partida. Em um dia comum iríamos pra casa que alugamos há seis meses. Eu tomaria um banho quente enquanto ele faria o jantar. Mas hoje é dia de ação de graças, e em todos os feriados vamos até a mansão dos Jones, aproveitar as boas festas com os pais de Killian, Mary, David e Louis. Oh, sim, mal gosto de me lembrar o motivo de tê-lo em nossas vidas. Aurora quando soube da morte do pai do seu filho, exigiu uma pensão mais alta, e assim que a recebeu por tempo suficiente, abandonou o menino com os avós a pedido do seu atual namorado. Louis chorou muito no início. Ele mal entendia o que havia acontecido, mas tudo melhorou um pouco, com o passar dos anos. Ele sempre terá um buraco no coração, mas nós sempre estaremos ao seu lado para tentar preenchê-lo. Principalmente Mary, que por ser muito apegada ao irmão, teve uma severa depressão, mas com a chegada de Louis, pela semelhança de ambos, estar ao lado dele e amá-lo, se tornou sua benção. Como se Killian estivesse ali. E está de certa forma.

— Você está pensativa hoje – sua voz me desperta – chegamos.

— Estou pensando em Killian.

— Eu penso nele todos os dias – ele solta um riso – foi o melhor chefe que já tive.

— Ele te adorava Gust – abro um mínimo sorriso e tiro o cinto, levando meus lábios até os seus.

August foi uma das melhores coisas que já me aconteceu. Foi ele que esteve ao meu lado em todos os momentos que estive devastada pela morte de Killian. David precisava ficar ao lado de Mary, que mal conseguia comer sozinha. O tempo de Elsa era totalmente consumido pelo seu trabalho. Eu não tinha ninguém, mas August decidiu ficar ao meu lado e me ajudar a enfrentar o luto. Nunca imaginei que seríamos tão próximos. Nunca passou pela minha cabeça, mas hoje, hoje faz todo sentido. Cheguei a pensar que Graham seria a primeira pessoa a tentar me consolar, mas ele acabou consolando Regina, a qual desistiu completamente de Robin, para se entregar a alguém completamente disponível.

— Você sente a falta dele o tempo todo? – ele questiona ao afastar nossos lábios.

— O tempo todo.

— Mesmo quando está comigo?

— Mesmo quando estou com você.

August me beija de novo, como se dissesse que entende e que isso não o incomoda.
Descemos do carro e caminhamos pra dentro da mansão. Encontramos todos na sala, conversando e rindo. Até mesmo a mãe de Killian, que teve seu coração amolecido após perdê-lo. Ela surtou durante umas semanas. Sr. Jones me contou que ela se arrependia amargamente de não ter estado mais presente e de não tê-lo amado o suficiente. E o mesmo se dava a ele, que mal falava com o filho.

Hot as hell (CS)Onde histórias criam vida. Descubra agora