• 22 - Sim ou sim?

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EMMA

Encontro Nolan dentro do escritório de Killian com algumas papeladas em mãos. Ele mal olha para minhas pernas nuas ao indicar o sofá.
Suas olheiras e seu cabelo bagunçado mostra que ele faz mais do que deveria, e que alguém precisa puxar a orelha de Killian para ajudá-lo.

- Achei que você tivesse ido para casa - ele solta os papéis.

- Eu estava com Killian. Nós estávamos conversando, mas ele dormiu.

- Conversando, sei... o que você quer?

Torço os lábios abrindo um sorriso sem graça.

- Acho que Killian quer algo sério comigo, mesmo que não tenha dito. Se ele realmente quiser, não vejo porque eu não querer também.

- Mas?

- Mas ele tem problemas. Eu vi ele cheirando cocaína. Ele me deu tudo o que tinha e eu joguei na privada, mas não sei se vai ser o suficiente, entende? Você é amigo dele há muito tempo e se importa com ele, eu queria os seus concelhos. Eu não sei se consigo sozinha, apesar de que irei tentar. Pelo pouco que o conheço, ele não vai querer ir para uma clínica, ou algo assim se as coisas piorarem.

David se levanta para se sentar ao meu lado no sofá.

- Emma, eu o conheço desde a faculdade, o que significa que estive com ele nos piores momentos. Eu o tirei dos piores momentos. Luto todos os dias para conseguir cuidar dele e ajudá-lo, mas Killian é cabeça dura. Ele não quer a ajuda que precisa. Só quer que alguém coloque ele na cama quando estiver caindo de bêbado e o ajude a se levantar na manhã seguinte. Eu sou esse alguém, mas não sei se você pode ser esse alguém. Ele não precisa de mais um problema. - ele suspira e coça os olhos - A última garota que ele se envolveu romanticamente, sofreu por conta de seu vício, e ele também. Eu não quero isso pra ele de novo. Antes de você aparecer, Jones não havia nem mencionado palavras com a letra C, mas foi só vocês terem um desentendimento para eu vê-lo jogado ao lado da privada com fileiras de cocaína e mais garrafas do que deveria de uísque.

Engulo em seco, e o deixo prosseguir.

- Killian não consegue ser forte sozinho. Ele acha que precisa do álcool e das drogas. A família dele é uma bosta. O pai o ensinou a beber desde garoto e sempre deu tudo o que ele quis. Se você conhecesse Killian há alguns anos, saberia que a palavra limites não existia em seu vocabulário. Já a mãe, é uma maluca que nunca esteve disposta a ver os problemas do filho por estar entretida demais com o marido. A irmã dele, Mary, é a única que sempre se importou. Ela e eu somos tudo o que ele tem. Killian não precisa de mais ninguém no momento, Emma.

Sinto as lágrimas queimarem os meus olhos, mas de alguma forma, consigo empurra-las de volta. Aceno com a cabeça para David e saio do escritório seguindo as escadas. Encontro Killian ainda dormindo.

David está certo. Eu não faço bem a ele. Nós nos desentendemos uma vez por falta de comunicação e ele ocorreu à cocaína no mesmo instante. Imagine se tivéssemos uma discussão feia, o que ele seria capaz de fazer? Eu não quero imaginar. Eu gosto dele. Gosto do modo que ele me toca. Que ele me olha. Que ele me deseja. Do modo que ele faz com que eu me sinta a mulher mais bonita do mundo. Não quero estraga-lo mais ainda.

Mas por outro lado, Killian pode se afundar ainda mais se eu me afastar. Ele gosta de mim. Eu não sou uma pessoa egoísta. Eu não poderia simplesmente ir embora só pelo o que David me disse. Preciso pensar direito. Não sou uma pessoa imprudente. Às vezes tenho alguns impulsos, mas agora não posso tê-los. Não se trata só de mim, se trata de Killian também.

Por que ele tem que ter esses vícios? Por que eu não conheço um cara que não tem nenhum problema sério ou que não é um cafajeste? Que merda minha mãe passou para mim? Um ímã para caras que não são legais?

Suspiro e o ajeito para poder deitar ao seu lado. Observo as feições de seu rosto cansado. Ele tem algumas marcas de expressões na testa e poucas rugas no canto dos olhos. Killian é tão jovem, mas parece que já passa dos trinta e cinco. Ele deveria estar se divertindo, não se embebedando e usando cocaína. Eu imagino como deve ter sido difícil para ele enfrentar o vício na faculdade. David disse que o ajudou. Como será que eles se conheceram? Por que os pais de Killian não foram as pessoas que estiveram ao seu lado? Por vergonha? Desgosto? Eu não sei.
Compreendo o fato de vício em drogas e alcoolismo serem horríveis, mas não deixa de ser uma dependência. Uma doença. É algo que demorei muitos anos para compreender o quão difícil é para parar.

Killian remexe a cabeça e solta um suspiro profundo. Estico a mão para tirar alguns fios da sua franja sobre a testa.

Ele não precisa de mais um problema.

Desço minha mão por sua barba áspera. Killian não me vê como as outras, vê?

Killian não precisa de mais ninguém no momento, Emma.

A deslizo por seu pescoço, passando-a por seu ombro largo e seguindo pelo seu braço até sua mão. Suas unhas estão um pouco compridas e limpas. Seguro em seu polegar tentando sufocar o aperto em meu peito. Eu conheço bem esse aperto. Eu só o senti uma vez e ele foi a causa pela qual eu quase enlouqueci.

- Emma... Hm... Maçã cunvers, mamior... Hm... Pega a - ele franze o cenho e abre a boca começando a roncar.

Seguro seu nariz e fecho sua boca, assim como fazia quando tinha sete anos para acordar o meu pai.

Killian demora poucos segundos para abrir os olhos arregalados e soltar o ar com força pelo nariz quando o solto. O avermelhado dá destaque á suas íris azuis. Ele olha ao redor um pouco confuso, mas logo reconhece o ambiente, pois puxa minha cintura e me abraça afundando a cabeça em meu peito.
Toco seu cabelo avaliando brevemente seu bumbum descoberto.
Killian está com as bolas quentes em minhas coxas e por mais que não seja um bom momento para pensar em sexo, contorno seu pau com minha mão esfregando a cabeça lisa. Sinto-a úmida mais rápido do que esperava, e logo ele se endurece.

- O que você está fazendo? - sua voz rouca carregada por um sotaque irlandês molha, literalmente, minha calcinha.

Eu não sabia que ele falava gaélico. Eu nem sabia que sabia reconhecer um sotaque irlandês e já é a segunda vez que o faço.

- Desde quando você tem sotaque irlandês?

Ele levanta a cabeça dos meus seios olhando-me com os olhos miúdos de sono.

- Você quer fazer sexo preguiçoso, sim ou sim?

Abro um sorriso soltando-o e levando minhas mãos aos seus quadris que vão para cima do meu corpo. Jones acaricia o meu rosto e sela nossos lábios enquanto arrasto minha calcinha pelas minhas pernas. Logo o sinto dentro de mim, tirando e colocando tão devagar que dói. Agora entendi porque ele disse sexo preguiçoso.

- Que gostoso - murmuro contra os seus lábios contraindo minha vagina.

- Gostoso é quando você faz isso.

Arrasto minhas unhas levemente por suas costas até seu traseiro apertando-o devagar. Killian leva suas mãos as minhas pernas as tocando com uma delicadeza que nunca havia às tocado antes. Ele é a minha perdição, e sei que sou a dele. Independente dos problemas, do pouco tempo que nos conhecemos, juntos temos que dar um jeito na situação, e se Killian não conseguir ser forte sozinho, eu tentarei ao máximo ser forte por dois.

Hot as hell (CS)Onde histórias criam vida. Descubra agora