• 34 - Eu te amo

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Desperto com uma tremenda dor de cabeça. Meus olhos semicerrados tentam se proteger da luz do sol. Minhas mãos buscam no criado mudo remédios para cabeça, mas não encontram. Não estou na minha casa, estou na casa de David. Ontem foi minha festa de aniversário.

Nossa, o que aconteceu?

Lembro-me de beber com Robin e depois conversar com Swan na sala de estar. Lembro-me de ouvir alguém chorar, além disso, mais nada me acerta a memória.

Levanto-me e caminho para o banheiro do quarto. Lavo meu rosto e tomo muita água da torneira. Forço meus olhos a se abrirem completamente e a péssima imagem do meu rosto, me acerta como um soco no estômago. Estou horrível. Céus!

Esvazio a bexiga na privada e dou descarga. Saio do banheiro atordoado. Será que Emma dormiu comigo? Na cama ela não está. Talvez ela tenha ido embora.

— Bom dia – Mary entra no quarto com uma cartela de comprimidos.

— É para cabeça?

— Sim.

— Me da quatro.

— David disse que é só um – ela tira um da cartela e me estende. O engulo com a saliva e a agradeço. – O pessoal já foi embora e a casa está limpa. Você teve sorte por Emma te substituir na faxina.

— Que horas são? Onde Emma está?

— São três e quarenta. Deixamos você dormir bastante, depois do vexame da noite passada.

— O que eu fiz? – Franzo o cenho sentando-me na cama.

— Você não se lembra mesmo? – Mary revira os olhos – Você caiu na frente de todo mundo, falou coisas sem sentido para Emma e fez xixi na frente de todo mundo. Nós o trouxemos para o quarto, mas quem cuidou de você a madrugada inteira foi Emma – ela suspira – Ela ficou mal Killian. Emma se sentiu envergonhada e magoada. Você deveria falar com ela. Só por ela ter limpado seu vômito, sua bunda e ter ficado essa manhã para limpar tudo, mostra que ela realmente vale a pena.

— Minha bunda?

— Você fez... Você sabe, e na cama ainda por cima – ela faz careta – Emma limpou tudo.

Sinto um aperto no peito por tudo que Mary disse e começo a socar minha cabeça com força por eu ter sido um filho da puta nojento. Após todo o esforço dela, toda sua felicidade e orgulho por ter me ajudado no tratamento e por estar tentando me livrar do álcool, eu joguei tudo fora só porquê sim. Porque sou fraco. Porque sou estúpido. Porque deixo-me levar pelo momento. Porque não a mereço.

Mary segura minhas mãos impedindo-me.

— Para, não é pra tanto – ela me abraça. – Eu pedi para ficar com você de madrugada, mas Emma não deixou e quando David fez o mesmo, eles discutiram porque Emma disse que não iria te deixar nos piores momentos. Disse que ficaria ao seu lado e cuidaria de você. – Mary beija minha cabeça – Ela é boa para você. Sua vida vai entrar nos trilhos Killian. Você vai ficar bem, porque como Emma me disse, você é forte.

As lágrimas de culpa chegam aos meus olhos conforme minha irmãzinha diz todas aquelas coisas. Eu nunca me senti tão mal em toda a minha vida por ingerir álcool. Nem mesmo quando discutia com Aurora bêbado.

Dói. Dói tanto. Não dói por mim, dói por Emma. Dói porque eu sei que ela está com a mesma dor. Ela tinha razão, eu não sou um cara legal. Eu não sou bom. Ela merece alguém que cuide dela e que não a faça se envergonhar.

— Pare de chorar Killian – Mary acaricia meu cabelo – Não consigo te ver chorar, você sabe que e... – ela solta um soluço chorando também – você sabe que eu não consigo segurar! Você está fedendo como sempre, se levanta e vai tomar um banho. Depois você pode se acertar com Emma.

Hot as hell (CS)Onde histórias criam vida. Descubra agora