Hot as hell (CS)

• 21 - Por quê?

Sim, eu não estou morta, e sim, peço  DESCULPAS por sumir hihihi

Fiquem com esse tira gosto
________________________________________

KILLIAN

Emma está com os braços envoltos de suas pernas enquanto seu queixo descansa entre os joelhos.
Seus olhos atingem os meus com rispidez, mas logo se suavizam.

— Não era para você ter visto aquilo – estico uma garrafa d'água na qual ela pega, abre e toma um gole.

— Desde quando você... – seus lábios se fecham.

— Poucos dias após eu achar que tinha te machucado.

— Você não precisa mais fazer isso. Agora você sabe que estou bem e que não me machucou.

— Tudo bem.

Ela franze as sobrancelhas.

— Simples assim?

— Não tenho problemas com cocaína Emma, foi algo momentâneo.

— Então por que usou agora pouco?

Passo a língua sobre os lábios e reviro os olhos.

Porque preciso de mais.

— Killian, se você tiver problemas com drogas, precisa me contar – ela da outro gole na água – Se foi algo momentâneo como você disse, só para relaxar, tudo bem. Às vezes as pessoas fumam maconha e sabe, eu não me importo.

Nada nunca será suficiente

— Não se preocupe – digo tranquilamente apoiando minha mão na sua.

Emma confirma levemente com a cabeça e se levanta jogando o cabelo comprido para trás. Meu nariz coça um pouquinho, mas não me dou ao trabalho. Emma começa a se vestir e faz uma varredura com os olhos no ambiente.

— O que está procurando?

— Meu celular.

— Está aqui – o tiro debaixo do travesseiro e o aperto entre meus dedos – você não vai ir embora, vai?

— Não, só quero conversar com minha prima, relaxa Jones.

— Tudo bem – o entrego e a mesma sai do quarto se trancando no banheiro.

Após meia hora de conversa, Swan volta com certa determinação em seu rosto. Seguro um sorriso a espera do que virá a seguir.

— Eu tive uma breve conversa com Elsa e ela me fez chegar a conclusão de que, se você não precisa mais de cocaína, você pode me dar tudo o que tem.

Meu sorriso escapa e meus nervos ficam a flor da pele.

— Você só pode estar brincando. O que vai fazer com elas?

— Dar descarga – ela dá os ombros.

— Que bobagem Emma.

— Quem não deve não teme. Me dê.

Reviro os olhos bruscamente e apanho todos os saquinhos que estavam escondidos embaixo do meu colchão. Os coloco em suas mãos e busco os outros três que haviam no bolso da minha jaqueta.

—Satisfeita? – cruzo os braços.

Ela balança a cabeça e dá um passo a frente.

— Eu sei que tem mais.

— Não tem. Te dei tudo o que eu tinha – tento disfarçar olhando para o teto, mas logo que sinto seu indicador contra minha costela, dou um pulo, correndo até a cozinha para pegar o restante.

Após entregar tudo o que eu tinha de fato, observo com pesar os saquinhos descerem pela privada. Emma abre um sorriso contente e me beija no rosto, dizendo estar orgulhosa. Me sinto como um cãozinho doméstico.

— Agora vamos dormir, estou um pouco cansada – seu sorrisinho fraco me mostra que apesar de eu ter entregado tudo, ainda há preocupação em seus olhos.

Me estiro sobre a cama ao seu lado e cubro meu corpo com o seu, afundando meu nariz em seu cabelo.

— As coisas sempre estiveram confusas para mim, mas com você ao meu lado, sinto que consigo alcançar o chão. Mesmo que seja por alguns segundos – deixo as palavras fluirem.

— Desde quando somos um casal para você me dizer palavras românticas? – sua voz abafada contra meu pescoço causa-me arrepios.

— São os efeitos da cocaína, não ligue para o que estou dizendo.

— Seu coração está acelerado. Não gosto do que as drogas fazem com as pessoas. Elas fingem serem boas amigas, mas elas te destroem, Killian. Enquanto continuarmos juntos, você precisa me prometer que não irá usar.

Uma onda inesperada de sensações e emoções toma-me o corpo. Meus olhos enchem d'água, e no mesmo instante me questiono se o que está acontecendo está relacionado às drogas, ou a Emma. Com essas palavras ditas pela sua boca, uma lacuna vazia se preenche. Swan se importa comigo. Além de gostar do maravilhoso sexo, ela nutri sentimentos por mim. Como alguém como ela pode gostar de um clichê ambulante e quebrado, como eu?

— Eu gostei do que você disse.

— Acho melhor você dormir, – ela se remexe e me encara com um sorriso no rosto – você parece cansado.

Concondo e fecho meus olhos levemente, deixando o sono me embalar. Tenho a sensação de senti-la longe de mim, mas logo minha consciência se apaga.