• 36 - Punches for you

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Fui levada sobre os ombros de Killian até o carro de Nolan por conta da minha paralisia de surpresa. Ele não mencionou nada sobre o garoto durante os primeiros cinco minutos, mas depois tive que cortar o silêncio. Não tenho culpa de ser tagarela, principalmente em uma situação como essa.

— Ele era seu filho, por que você não falou com ele?

Ele não responde.

— Você não quer se aproximar?

Killian mantém os olhos na rua.

— Aquele era o tal de Philip? Você vai dar todo aquele dinheiro para ela, ou só os oito mil mesmo? E quando você vai dar? Amanhã?

Meu namorado muito atencioso olha de relance para mim e liga o rádio. Um locutor de beisebol narra algum jogo idiota e logo trato de cala-lo desligando o aparelho.

— Não faz isso Killian! Estou tentando conversar com você. Você não pode me ignorar.

— Não quero falar sobre isso.

— É só isso que você tem a dizer?

— Cale a boca Emma. Me dê um tempo. Chega de perguntas, você não consegue se conter por um segundo? Porra, isso enche minha cabeça. Você enche minha cabeça. Sua presença é insuportável! – diz com rispidez e em voz alta assustando-me momentaneamente.

Pressiono os lábios encolhendo-me no banco. Mantenho meus olhos fora da janela com um imenso aperto no peito. Tudo o que eu faço é me importar e buscar conhecê-lo e entende-lo, e tudo o que eu recebo é uma bronca. Nunca quis pensar sobre isso, mas eu faço muito por Killian e o que ele faz por mim? O que ele realmente faz por mim? Até onde ele está disposto a ir por mim? Porque eu já mostrei até onde estou disposta a ir por ele.

Killian de vez em nunca é carinhoso e nem sempre me faz elogios. Ele só me fode e bebe. Eu amo a maneira que ele me olha e consigo sentir meramente que esses olhares significam alguma espécie de carinho, mas não sei se é o suficiente. Talvez eu precise de mais. Se ele me ama, ele precisa se esforçar mais.

— Quero ir para casa – o aviso.

O ouço bufar e logo ele segue em direção ao meu bairro, que não fica muito longe do hotel.

— E sua bolsa? – ele pergunta.

— Você me entrega amanhã na boate.

Ele leva dez minutos para chegar ao meu prédio. Assim que estaciona, pulo para fora do carro passando pela portaria. Diferente do que pensei, Killian me segue. Ele não entendeu que eu quero ficar sozinha.

Após chegar a minha porta, paro e olho em seus olhos.

— Boa tarde – viro-me para abrir a porta, mas sua mão é mais rápida, afastando-me da fechadura e prensando-me na parede ao lado.

— Só boa tarde? – seu rosto se aproxima do meu bem devagar.

Por mais que meu corpo esteja se acendendo e meus pelos se eriçando, não irei ceder.

— Achei que eu devesse usar poucas palavras, afinal você gosta quando eu fico quieta.

Killian fecha os olhos abrindo um sorriso sem vontade.

— Você está brava pelo modo que falei com você?

— Por que você não vai embora? Minha presença é insuportável.

Ele abre os olhos colando nossas testas. Mantenho as mãos junto ao corpo.

— Eu estava angustiado, bravo, exaltado e com vontade imensa de uma maldita dose.

Hot as hell (CS)Onde histórias criam vida. Descubra agora