Acordo cedo e vou até a cozinha onde está sendo servido o café da amanhã.
- Seu pai pediu que assim que terminasse de tomar seu café, fosse falar com ele. - me fala a moça de ontem a noite.
- Deixo meu café e vou em direção ao quarto dos meus pais. Papai está deitado e quando me ver, tenta se levantar.
- Espere, deixa que eu te ajudo. - digo indo em sua direção.
- Minha menina, como senti sua fala! Venha aqui, dei-me um abraço.
* Dou um abraço e meu peito arde em culpa. Eu poderia ter sido mais presente, mas eu preferi deixar que meus problemas de garota fútil me separasse da minha família.
- Que saudade pai. - Disse já chorando - me perdoa.
- Pelo que minha princesa? Olha só para você, está linda, feliz. Não é mais aquela menina de coração partido e olhos vazios que eu deixei naquele aeroporto à cinco anos atrás. - me pegou de surpresa.
- Pai... - ia protestar.
- Não precisa, eu sei de tudo que aconteceu com você e o Huan, sei que foi embora de coração partido.
- Quem te contou? - pergunto
- Ele mesmo veio desesperado e me contou tudo o que houve.
- Ele te contou? - admito que fiquei surpresa
- Sim. Quis bater nele na hora, aquele desgraçado tinha machucado a minha princesa. Ele me implorou para que eu não deixasse você partir. - parece lembrar como se fosse hoje - mas eu não permitiria isso, eu não a deixaria aqui sofrendo.
- Por isso que deixou que eu fosse para a Flórida?
- Sim e não. - Viu minha confusão e prosseguiu - deixei que fosse por que sabia que lá você ganharia mais experiência e oportunidade, para que quando chegasse a hora você pudesse me substituir na empresa. - Como é?
* Assumir o escritório, eu?
- Você quer que eu assuma o seu lugar no escritório, pai? - fiquei nervosa - mas e o Gabriel, o João e o Gael?
- Os meninos tem seu próprio escritório, eles andam com as próprias pernas.
- Mas eu também ando com minhas próprias pernas.
- Você trabalha num escritório muito bom, mas não é seu, você tem capacidade para ser mais, você é mais. - enfatizou ele.
- Pai, eu estou feliz onde eu trabalho, eu me formei tem pouco tempo, eu quero ganhar experiência com os bons profissionais que tem lá.
- Pense sobre isso que te falei, não te obrigarei a nada, meu amor! - fala com um sorriso acolhedor.
- Eu sei pai, e eu te amo por isso, mas você tem que entender que eu não sei se estou preparada profissionalmente para isso.
- E quando foi que um Nawarro esteve preparado para alguma coisa? - sorri - a gente só vai com a coragem - brinca - mas não se preocupe minha menina, pense sobre, eu espero.
- Eu te amo. Prometo que vou pensar, obrigada por me entender.
- Eu também te amo meu amor, estava com saudade.
- Eu também.
* Sai do quarto dos meus pais e me deparo com Clara.
- Senhorita, seu irmão pediu que fosse ao escritório dele.
- Ok, mas me chame apenas de Ana.
* Ela assentiu e saiu. Vou até até o escritório e bato na porta.
- Pode entrar!
Meu irmão está sentado e olhando algo no computador.
- Mandou me chamar?
- Sim, senta por aí! - fiz o que pediu - falou com papai?
- Sim, mas não sei se poderei atender ao seu pedido. - Disse um pouco sem jeito.
- E porque não? - me olha dessa vez.
- Gabriel, eu tenho minha vida feita na Flórida, eu tenho meu trabalho, meus amigos, minha casa...
- E isso é mais importante que um pedido de nosso pai?
- Gabriel, eu penso em construir algo meu, com meu esforço, e não ganhar tudo assim, de mão beijada.
- É um presente! - se exalta - é tudo que ele mais fala nos últimos anos.
- Eu não quero voltar a morar no Brasil. - pronto falei.
- E por que não? Tem haver com o motivo pelo qual você foi embora? - de novo essa história? - porque ficou nervosa quando eu te indaguei sobre esse assunto ontem a noite? Foi um motivo muito forte para te fazer não querer mais voltar. - Você nem imagina . Ou imagina? FOCO!
- Me fala você, já que insiste tanto nesse assunto. - percebi quando a porta se abriu, mas não liguei, estava puta demais. - Me fala Gabriel! - gritei.
- Huan! - Ai caralho, ele sabe.
- Quem...? - ia perguntar quem contou, mas fui interrompida por ele.
- Aconteceu alguma coisa, Huan? - Ele está olhando para a porta. Eu não queria olhar, mas meu corpo me traiu e virou no automático.
* Ali parado na porta está o homem que fez meu coração ser destruído em mil pedaços. Continua lindo, mas em seus olhos há algo a mais.
- Vim avisar que temos que ir, me desculpe se atrapalhei. - fala sério como de costume.
* Ele tem seus olhos presos aos meus, mas lá tem uma mistura diferente da última vez em que o vi, tem raiva. Mas porque, se foi ele quem me traiu?
- Tenho que sair agora, depois continuamos nossa conversa - Gabriel tira minha atenção do moreno parado na porta.
- Ela acabou aqui. Não lhe devo mais satisfação da minha vida faz tempo, então não entre em um assunto que não lhe cabe. - digo séria e saiu da sala passando pelo Huan com tudo.
* Não imaginei que o veria tão cedo, e nem que ao vê-lo eu teria esse comportamento.
- Ana, você superou, para! - digo para eu mesma em voz alta.
Isso foi inesperado...
(Xxxxxx)
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O segurança
ChickLitAna teve seu coração partido, por alguém que jurava à ela não ser igual aos outros. Depois de cinco anos ela volta com a convicção que o esqueceu, e noiva de seu chefe, será que o coração de Ana realmente superou o moreno que cuida da segurança de s...