Capítulo 3:

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Acordo cedo e vou até a cozinha onde está sendo servido o café da amanhã.

- Seu pai pediu que assim que terminasse de tomar seu café, fosse falar com ele. - me fala a moça de ontem a noite.

- Deixo meu café e vou em direção ao quarto dos meus pais. Papai está deitado e quando me ver, tenta se levantar.

- Espere, deixa que eu te ajudo. - digo indo em sua direção. 

- Minha menina, como senti sua fala! Venha aqui, dei-me um abraço.

* Dou um abraço e meu peito arde em culpa. Eu poderia ter sido mais presente, mas eu preferi deixar que meus problemas de garota fútil me separasse da minha família.

- Que saudade pai. - Disse já chorando - me perdoa.

- Pelo que minha princesa? Olha só para você, está linda, feliz. Não é mais aquela menina de coração partido e olhos vazios que eu deixei naquele aeroporto à cinco anos atrás. - me pegou de surpresa.

- Pai... - ia protestar.

- Não precisa, eu sei de tudo que aconteceu com você e o Huan, sei que foi embora de coração partido.

- Quem te contou? - pergunto

- Ele mesmo veio desesperado e me contou tudo o que houve.

- Ele te contou? - admito que fiquei surpresa

- Sim. Quis bater nele na hora, aquele desgraçado tinha machucado a minha princesa. Ele me implorou para que eu não deixasse você partir. - parece lembrar como se fosse hoje - mas eu não permitiria isso, eu não a deixaria aqui sofrendo.

- Por isso que deixou que eu fosse para a Flórida? 

- Sim e não. - Viu minha confusão e prosseguiu - deixei que fosse por que sabia que lá você ganharia mais experiência e oportunidade, para que quando chegasse a hora você pudesse me substituir na empresa. - Como é?

* Assumir o escritório, eu?

- Você quer que eu assuma o seu lugar no escritório, pai? - fiquei nervosa - mas e o Gabriel, o João e o Gael?

- Os meninos tem seu próprio escritório, eles andam com as próprias pernas.

- Mas eu também ando com minhas próprias pernas.

- Você trabalha num escritório muito bom, mas não é seu, você tem capacidade para ser mais, você é mais. - enfatizou ele.

- Pai, eu estou feliz onde eu trabalho, eu me formei tem pouco tempo, eu quero ganhar experiência com os bons profissionais que tem lá.

- Pense sobre isso que te falei, não te obrigarei a nada, meu amor! - fala com um sorriso acolhedor.

- Eu sei pai, e eu te amo por isso, mas você tem que entender que eu não sei se estou preparada profissionalmente para isso.

- E quando foi que um Nawarro esteve preparado para alguma coisa? - sorri - a gente só vai com a coragem - brinca - mas não se preocupe minha menina, pense sobre, eu espero.

- Eu te amo. Prometo que vou pensar, obrigada  por me entender.

- Eu também te amo meu amor, estava com saudade.

- Eu também.

* Sai do quarto dos meus pais e me deparo com Clara.

- Senhorita, seu irmão pediu que fosse ao escritório dele.

- Ok, mas me chame apenas de Ana.

* Ela assentiu e saiu. Vou até até o escritório e bato na porta.

- Pode entrar!

Meu irmão está sentado e olhando algo no computador.

- Mandou me chamar?

- Sim, senta por aí! - fiz o que pediu - falou com papai?

- Sim, mas não sei se poderei atender ao seu pedido. - Disse um pouco sem jeito.

- E porque não? - me olha dessa vez.

- Gabriel, eu tenho minha vida feita na Flórida, eu tenho meu trabalho, meus amigos, minha casa...

- E isso é mais importante que um pedido de nosso pai?

- Gabriel, eu penso em construir algo meu, com meu esforço, e não ganhar tudo assim, de mão beijada.

- É um presente! - se exalta - é tudo que ele mais fala nos últimos anos.

- Eu não quero voltar a morar no Brasil. - pronto falei.

- E por que não? Tem haver com o motivo pelo qual você foi embora?  - de novo essa história? - porque ficou nervosa quando eu te indaguei sobre esse assunto ontem a noite? Foi um motivo muito forte para te fazer não querer mais voltar. - Você nem imagina . Ou imagina? FOCO!

- Me fala você, já que insiste tanto nesse assunto. - percebi quando a porta se abriu, mas não liguei, estava puta demais. - Me fala Gabriel! - gritei.

- Huan! - Ai caralho, ele sabe.

- Quem...? - ia perguntar quem contou, mas fui interrompida por ele.

- Aconteceu alguma coisa, Huan? - Ele está olhando para a porta. Eu não queria olhar, mas meu corpo me traiu e virou no automático.

* Ali parado na porta está o homem que fez meu coração ser destruído em mil pedaços. Continua lindo, mas em seus olhos há algo a mais.

- Vim avisar que temos que ir, me desculpe se atrapalhei. - fala sério como de costume.

* Ele tem seus olhos presos aos meus, mas lá tem uma mistura diferente da última vez em que o vi, tem raiva. Mas porque, se foi ele quem me traiu?

- Tenho que sair agora, depois continuamos nossa conversa - Gabriel tira minha atenção do moreno parado na porta.

- Ela acabou aqui. Não lhe devo mais satisfação da minha vida faz tempo, então não entre em um assunto que não lhe cabe. - digo séria e saiu da sala passando pelo Huan com tudo.

* Não imaginei que o veria tão cedo, e nem que ao vê-lo eu teria esse comportamento.

- Ana, você superou, para! - digo para eu mesma em voz alta.

Isso foi inesperado...

(Xxxxxx)

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