Foi uma noite muito agitado eu tive que conter minha preocupação para dar suporte ao que meus pais estavam sentindo.
Quando Gael me ligou avisando o que tinha acontecido com Gabriel, foi como se tivessem arrancado um pedaço meu, foi inevitável não pensar no pior, mesmo com meu irmão dizendo que tudo ficaria bem. Fiquei encarregada de contar aos meus pais e busquei a todo custo calma para contar-lhes que seu primogênito tinha acabado de ser baleado na saída de um club.
Saí do meu quarto o mais rápido que pude em busca dos meus pais, mas quando cheguei á ala tinham o dobro de seguranças que habitualmente ficam aqui. Ouvi minha mãe chorar e a expressão de preocupação no rosto do meu pai, e assim que me aproximei fui tentar acalmá-los.
- Gael me disse que iria ficar tudo bem, não vamos pensar no pior. - dizia isso pra mim também, uma vez que eu também pensava no pior.
- Disseram que ele deu entrada no hospital muito mal. - mamãe dizia chorosa
- São informações preliminares, não temos certeza, hun? - disse com toda calma possível.
- Anna, falei com Gael agora e ele me contou o que houve com Gabriel, vocês irão ao hospital? - Lyon perguntou descendo as escadas.
- Nós precisamos saber como ele está. - eu disse o olhando - você não deveria ter descido, Lyon. - disse vendo-o fazer careta.
- Não se preocupe comigo, estou bem. - sorriu mínimo - eu vou com vocês ao hospital.
-Gael não vai gostar de te ver burlando o repouso. - Papai disse - mas entendo sua preocupação, só prometa que assim que ele pedir para você vir, você virá. - pediu e ele assentiu.
Minutos depois nós saímos e quando chegamos ao hospital o caos estava instaurado. Seguranças, imprensa, carros...
- Como ficaram sabendo? - papai perguntou
- Alguém vazou a informação da entrada de Gabriel aqui, senhor. - disse o segurança que estava conosco - peço que fiquem aqui até abrirmos espaço. - pediu já saindo do carro.
Passagem livre, fomos autorizados a passar, mesmo ouvindo perguntas de todo lado, flash e mais flash.
Dentro do hospital, fomos direcionados ao andar designado ao Gabriel e lá estavam meus irmãos sentados, de cabeça baixa, visivelmente preocupados e aflitos.
- Gael, João... - os chamei e eles nos olharam imediatamente e vindo até nós. - como ele está?
- Na sala de cirurgia, ele perdeu muito sangue. - disse aflito
- Mas ele vai ficar bem? - mamãe perguntou
- Não sabemos, Mamãe, ninguém veio falar conosco ainda. - João se pronunciou.
Meus irmãos abraçaram meus pai dando a eles o conforto que precisavam, tentando passar algum acalento afim de sanar a tempestade que se instalou no peito de todos assim que soubemos da notícia.
- Não deveria ter vindo, baby. - disse Gael ao ver Lyon observando tudo - você não poderia ter saído do repouso.
- Não ficaria deitado enquanto vocês passam por isso. - disse indo até ele e o abraçando - ele vai ficar bem. - disse com carinho
Gael apenas assentiu nos braços do namorado, se agarrava a ele com sua tábua de salvação e Lyon parecia disposto a passar a noite toda ali, sendo o porto seguro que Gael precisava.
Deixamos eles dois imersos na própria bolha e fomos nos sentar, João me disse que Huan foi solicitar ajudar de uns amigos que moram em Londres, imagino ser os mesmos que ele me falou outro dia e que conheço bem.
Horas se passaram quando o médico chegou nos avisando do fim da cirurgia, que a bala passou a centímetros da veia principal e que devido a grande perda de sangue, precisou fazer transfusão, que iria ficar em observação na UTI pelas próximas horas, mas que logo iria para o quarto.
Mamãe e papai ficaram mais aliviados com a notícia de que ele estava bem, mas eu e João sentíamos a mesma coisa, só constataríamos que ele estava realmente bem quando víssemos ele acordado e conversando conosco. Era como se uma parte nossa estivesse faltando e precisávamos dela para estarmos bem.
Gael, após horas, sendo cuidado pelo namorado, resolveu deixá-o em casa, e esse não reclamou. Após saírem João recebeu algumas ligações que o deixou sério, mas nada muito preocupante, já que minutos depois lá estava ele tentando animar nossos pais.
A madrugada passou se arrastando, e já eram 5:00h da manhã quando levaram Gabriel para o quarto e, enfim podemos vê-lo. Ele claramente estava desacordado, seu rosto estava pálido e tinham aparelhos conectados nele. Curativos no ombro estavam manchados de sangue.
- Meu menino... - mamãe o chamou chorando - por que as pessoas sempre querem ver o seu mal? Mário, olhe para ele, veja como nosso menino está pálido, nem parece o homem saudável que é. - disse ainda chorando e papai a agarrou. Não conseguia ver aquela cena, então me retirei e me permiti desmoronar por poucos minutos.
Gabriel era a nossa força e apesar de ter se tornado um homem ainda mais fechado, nunca nos negou apoio e carinho.
Mais horas se passaram e nós precisamos sair do quarto pois tinham que levar ele para fazer uns exames, Gael já havia voltado e trago com ele café para nós, não se passou muito tempo desde que levaram Gabriel e Huan apareceu trazendo com ele alguns homens, ou para ser justa, armários iguais ele.
Caio Müller estava neste meio e não me surpreende ele ainda continuar com sua habitual cara de mal e bem bonito. Ele conversou com meus pais, pediu autorização para cuidar de Gabriel e teve a autorização concedida. Tempo após ele não pareceu estar bem e foi embora deixando Huan conosco. Conversamos brevemente e logo ele precisou sair ás pressas levando meus irmãos com ele e deixando um mine exército no hospital.
Como havia voltado para o quarto e os sedativos tinham sido diminuídos, Gabriel acordou meio agitado, querendo saber onde todos estavam e o que tinha acontecido, por que, segundo ele, não lembrava de nada. O médico disse que era normal e que as memórias da noite anterior voltariam aos poucos. Deixei mamãe e papai com ele e fui para casa tomar um banho e buscar algumas mudas de roupas para meus pais e aproveitar e ver se Lyon precisava de ago.
Quando voltei ao hospital Gabriel já estava completamente acordado e em algum momento os meninos chegaram, Huan com eles e mais dois o acompanhava, os irmãos Müller realmente estavam aqui, mas não só eles, um tempo após descobri que Lorenzo Telles também, e foi aí que eu percebi que tinha muita coisa por trás do que houve com Gabriel.
Bom, e agora estou aqui, indo para casa de Huan após uma noite e um dia inteiro cansativo, sem descanso, sem dormir ou comer direito, mas feliz que meus meninos voltaram para casa inteiros e que Gabriel está acordado e bem.
Já na casa dele, tomamos banho, comemos algo e fomos direto para a cama. Lá ele me contou como foi seu dia, o estresse na busca da pessoa que atirou no meu irmão, a vinda de Lorenzo para a cidade, o plano de levar a família toda para sua fazenda.
Ele realmente estava preocupado com toda essa situação, e infelizmente o processo de busca pelos responsáveis é lento, e até lá, precisamos nos manter seguros e longe dos olhos de todos.
- Sou muito orgulhosa do trabalho que você executa em prol da nossa segurança. - disse já deitada em seus braços.
- Faço o possível sempre, bonequinha. - sorriu um pouco de olhos fechados
- Te amo! - disse vendo que ele logo dormiria
- Te amo, minha vida. - disse já sonolento e em segundos dormiu.
Aqui está o homem que eu amo e que não descansou até ter o responsável pelo ocorrido com meu irmão preso. Eu o amo demais, tanto que dói. E com isso adormeço, tendo a sensação de segurança em seus braços.
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EU MEUS AMORES, COMO ESTÃO? ESPERO QUE TODOS BEM!!
FELIZ ANO NOVO BEMMM ATRASADO, BEIJOOSS!
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O segurança
Chick-LitAna teve seu coração partido, por alguém que jurava à ela não ser igual aos outros. Depois de cinco anos ela volta com a convicção que o esqueceu, e noiva de seu chefe, será que o coração de Ana realmente superou o moreno que cuida da segurança de s...