Capítulo 16

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— Venha entre e prove esse delicioso prato que fiz! - Já entreguei o prato com a carne humana nas mãos dela.

Fui abrindo a porta, depois de ter me limpado e feito a comida com pedaços pequenos da perna do namorado dela, junto com temperos de alho e cebola.

— Onde está o Fernando? - Olhou assustada pra mim.

— Ele está ocupado resolvendo umas coisas pra mim! Coma! - Falei com certa impaciência.

Quando ela provou o bife de humano acebolado frito, falou de boca cheia.

— Nossa, delicioso! Carne macia... E tem um gosto mais exótico, gostei demais.

— Ela é exótica mesmo. Obrigada por provar minha comida a base de carne humana. As pessoas comem diariamente cadáveres também de animais né, por que com humanos seria diferente? Acho também super normal!

Após escutar isso e já ter mastigado tudo, a mulher começa a querer vomitar e corre pro banheiro, e antes do banheiro tinha que passar pelo quarto que era ao lado, deixei de propósito a porta do quarto aberta.

— FERNANDO!!!! Nãaaaooo! - Fui caminhando até lá. E fiquei na porta observando o comportamento dela. — Lia! Mate-me também! Te imploro!

Ela se ajoelhou diante de mim e eu não matava mulheres, só homens. Peguei nos pulsos dela e a fiz me olhar.

— Você acha que quis fazer isso? Eu tive que fazer isso! Seu namorado me traiu! Ele é um traidor!

— Você é um monstro! - Começou a me arranhar toda e eu nada fazia pra impedir.

— SOU ! EU SOU MESMO! Vingue-se vamos, me mate.

— Meu namorado que era o criminoso, não eu. E eu não sou igual a você. E vou orar por sua alma na igreja, se é que tem uma aí dentro.

Comecei a rir e ela correu pra abraçar o corpo do finado namorado. Fiquei curiosa, quando as pessoas amam, elas ficam retardadas assim?

— Seu namorado disse pra você vim comigo. Pra eu cuidar de você.

— Prefiro me matar! Do que conviver com alguém como você. - Ela pegou a faca que estava no meio do Fernando e enfiou no peito dela.

Ainda segurei ela no ar, pra não cair dura no chão, não tive como impedir, mas, agora é tarde. Tola mulher, essa sim... Morreu de amores. A deitei na cama ao lado do namorado dela e disse.

— Romeu e Julieta invejariam isso. Agora estão juntinhos em descanso eterno.

Taquei fogo na kitnet e fiz parecer que foi acidente. E sai de lá assobiando tranquila, porém, um pouco curiosa com o sentimento dessa moça por meu traidor que tive que eliminar. Será que eu conseguiria ter algo assim com a Manu?

Fui numa mansão minha na Tijuca, mudei um pouco os ares, e liguei para Manu.

— Oi. Desculpa te ligar... É que eu queria ouvir sua voz. - Comentei meio sem jeito.

— Eu estava esperando uma ligação sua, você foi bem fria comigo a última vez.

— Você pode vim aqui na Tijuca, me ver? Eu te busco.

— Vamos fazer o seguinte, eu que te levarei para um lugar que eu gosto de ficar, pode ser?

— Onde é? - Fiquei curiosa.

— Petrópolis, região montanhosa. Tenho um rancho lá. Já foi em um?

— Não... Detesto bicho. Mas, se você quer me levar lá, adoraria te acompanhar. Quando quer?

— Final de semana, pode ser? - Sua voz era suave, quase me travei toda.

— Pode sim. Combinado então. Mulher linda!

— Está me deixando sem graça, Lia! Tenha um ótimo dia e pense em mim, tá?! ( Risos ao celular)

Desliguei, mas, contra minha vontade... Eu senti meu coração quase rasgar meu peito, por que as palavras dela causam tanto efeito assim em mim? O que será essas fisgadas que sinto só de ouvir a voz dessa mulher? Até esqueço de tudo! Que loucura... Mais gostosa de sentir (risos).

As Faces do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora