Capítulo 44

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No dia seguinte... Já nos encontramos na casa da Lia. E a empregada dela, me chama no particular.

— Senhorita, escutei sua conversa com a Joice, a respeito de onde a Lia poderia ter escondido os corpos.... Eu sei onde está.

— Sabe? Então me diga, senhora!

— No estômago dos cães dela... Lia Facchini é bem inteligente senhorita. Foi uma honra trabalhar para ela. Me deu uma casa linda e um salário muito bom.

— Impressionada. Lia tinha seus problemas psicológicos, mas, era uma boa mulher. Vai continuar conosco?

— Do que precisar de mim... É só ligar. Sinto muito pela perda. - Entregou num papel o número dela.

Quando saiu, recebi ligação da minha mãe... E respirei fundo antes de atender, Joice estava guardando as coisas dela, que trouxemos. As mudanças iriam chegar mais tarde somente.

— Oi mãe... Como foi sua viagem?

— Filha, seu pai não saiu do Brasil! Onde você está?

— Estou na casa da minha amiga... E vou morar com ela.

— Você decide as coisas assim? Sem me avisar, Manuela?!

— Desculpa, mas, depois do que vivenciei com meu pai, quero distância daí de casa. E não fiquei sabendo de nada sobre o sumiço dele.

— Seu pai pode ser o que for, mas, ama você demais.

Comecei a querer chorar ao ouvir isso da minha mãe, e acabei desligando. Joguei o celular longe, apoiei-me na mesa de centro da copa, desabando em lágrimas. Liguei a TV e só se falava também de notícias ruins, tanto de política, quanto de insegurança. Joice desceu, e quando me viu inconsolável, se preocupou.

— Ai Manu, o que houve? Estava conversando com alguém no celular, quem era?

— Minha mãe... Falando do meu pai. Preciso ir pra essa casa de praia, da Lia. Acredito que irei recarregar minhas forças lá. Você sabia que Lia fez um lobo segui-la? Eu trabalho como voluntária em tempos vagos com resgate a animais selvagens que sofreram maus tratos.

— Lia sempre teve uma conexão forte com os animais, e, fez bem ter levado ela para sua propriedade. - Me abraçou, beijando suavemente minha testa.

— Se importa que eu vá, sozinha? Na casa de praia? Preciso só de um dia. Depois te busco. Pedirei para empregada ficar contigo.

— Pode ir tranquila. Sei me cuidar também, bobinha. - Falou, pegando na minha bochecha.

Esfreguei meus olhos, e, via na Joice, a Lia. Meu corpo estava aqui, mas minha mente vagava... Nas areias de uma praia qualquer, em busca de fuga, de conforto, para poder acabar com essa angústia que sinto em mim, me consumindo lentamente.

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(LIA NARRANDO):

— Preciso falar com elas! Diego, me dê esse maldito celular! Elas precisam saber que estou viva!

— Lia, para sua proteção, não. Não pode, é capaz de rastrearem sua ligação, mesmo se for restrita. Vai ter que esperar uns seis meses. 

— Seis meses? Joice já vai ter dado a luz! O que farei enquanto isso?

— Cuide da sua aparência... Mude-a! Se quer mesmo voltar para o Brasil, chefe. Vou agendar um cirurgião plástico para você consultar, e já solicitei a mudança do seu nome, por mediante segurança. Alegarei que é por conta do atentado que sofreu no Brasil, por criminosos.

— Mas eu que sou a criminosa aqui! Orquestrei, planejei tudo. Menos nessa parte de ficar meses, longe das minhas mulheres. - Falei meio desapontada e com uma dor meio desconfortável perto do abdômen.

— Talvez eu possa ir, semana que vem, ao Brasil, aí aviso elas. E posso ficar de segurança lá, pra você.

— Só se uma mulher for junto contigo. E a que for de escolha minha. Não confio em deixar elas, sobre cuidados masculinos, sem ofensas.

Olhou meio torto pra mim, e, eu falei sério. Não confio em homens, só funcionam na base do dinheiro e sexo. A culpa é dessa cultura machista que vivemos, sei que também não sou um exemplo de ser humano, acho que ninguém é completamente, mas, essa culpa não carrego em mim, sou justa e cruel com quem me trai pelas costas. Nunca matei ninguém só por matar. Todos mereceram! E pretendo nunca mais tocar numa arma, depois que Joice dar a luz. Dizem por aí, que o amor acaba mudando as pessoas, será que isso está acontecendo comigo? Devo agradecer a quem? Joice, ou, Manu? As duas? Acho que irei enlouquecer sem essas duas comigo... Elas devem estar sentindo tanto minha falta. Meu coração se aperta só de pensar nisso.

— Manu... Logo, eu voltarei para vocês. E seremos uma família. - Comentei em voz alta, olhando para o clima desértico e quente, do Egito, na capital.

Fui procurar pela internet, mulheres aqui na Europa, para trabalhar para mim... No caso ser a mensageira e segurança, para acompanhar meu aliado, Diego, no Brasil, dar proteção e notícias a Joice e Manu,  sobre mim.

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