Capítulo 47

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Passaram-se uma semana, desde o tapão que levei da Joice, e não nos falamos até então. Só agora, que precisou falar comigo.

— Manu. Parece que uma mulher está vindo pra cá, conversar conosco. - Sua fala estava confiante.

— Conversar sobre? - Não demonstrei muito interesse.

— A Lia... - Meus olhos ficaram surpresos no mesmo instante.

Ficamos no jardim, aguardando a chegada deles. E, quando chegaram, vimos uma mulher alta e de postura firme, junto de um cara não tão alto assim, entrar.

— Senhoritas. Somos empregados da Lia Facchini. - Comentou a moça, num sotaque engraçado.

— Lia?! Ela está viva! - Exclamou eufórica a Joice.

— Sim. E me enviou para dar segurança a vocês duas, na ausência dela.

Joice me olhou cheia de felicidade e veio me abraçando, até esquecemos das desavenças entre nós de semana passada. Uma luz interna de esperança, surgiu em mim.

— Ela gravou esse vídeo para vocês duas. E me chamo Jasmin. - Entregou um tablet, nas mãos da Joice.

Combinamos assistir num momento mais apropriado. Estávamos muito feliz e esperançosas pela notícia de que ela estava viva. Sempre soube! Mantive minha fé nela acessa... Todos os dias. Por mais que a dor de sua ausência tenha quase me consumido.

— Jasmim, ela está bem? - Perguntei, estando com meu dedo indicador na boca.

— Está sim. Posso me acomodar? Fiz uma longa viagem. - Joice acompanhou ela e o rapaz.

Enquanto a mim, fiquei sorrindo aliviada por saber que está bem, resolvi ver o vídeo da Lia. Quando dei início ao vídeo, era ela raspando toda a sua cabeleira, chorando de felicidade... Impossível ver e não me emocionar, com a transformação dela. Joice chegou e pegou a parte que a Lia estava sorrindo porém, com lágrimas deixando escapar.

— Minha Lia... - Disse Joice tocando na tela. Chorando com certa felicidade e me abraçando.

— Nossa Lia, Joice. - Beijei a testa dela. E sorri.

A campainha toca... E deixo o tablet com a Joice, enquanto vou ver que encomenda chegou na porta. Sim tem câmera, assim pude ver quem era e o que. Era um rosto com capacete, não dava pra saber quem é, e se retirou, deixando apenas a caixa.

— O que é isso? - Peguei a caixa e sacudi.

Desfiz os laços, e, quando abri a tampa da caixa, era um feto de uma criança morta, com bilhete escrito: "Morte a esperança". Deixei a caixa cair no chão, no susto que levei, e, os cachorros acabaram vindo em cima, e comeram o feto morto. Eu comecei a chorar de desespero... E pensei, quem teria coragem de fazer isso comigo? No caso, nos chantagear num nível tão doentio?

— Joice!!! Olha esse bilhete! - O bilhete ficou nas minhas mãos. E eu estava trêmula.

— Mas o que aconteceu? Quem mandou isso?

— Não sei!! Só sei que veio acompanhado junto de um feto sem vida. Ai meu, que horror!

— Cadê o feto??? - Ao ouvir nossas falas em tom alto, a Jasmim desce até nós.

— Os cães da Lia.... Comeram! Ai foi uma cena horrível! - Fiquei desestabilizada, quem poderia fazer uma coisa dessas!?

— Manu... Isso pode ser um alerta de que há pessoas nos vigiando. - Comentou e Jasmin concordou com a cabeça.

As Faces do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora