Capítulo 28

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Deixamos Joice na casa dela, e Manu e ela conversaram muito, riram juntas, isso me deu uma sensação boa e sorte de ter encontrado as duas.

— Gente, eu não sabia que a Joice era tão maravilhosa assim... - Dizia Manu ainda toda boba.

— Fomos casadas e felizes... Por muitos anos, éramos novas.

— E, agora pensam em voltar? - Seu olhar foi preocupado

— Sim... E o que nos une mais do que nunca agora são as crianças que espera.

Recebi uma mensagem e era da minha funcionária, perguntando o que deveria fazer com aquelas cabeças... Mandei pôr no refrigerador do sótão, que quando eu chegasse iria tirar foto e botar no grupo meu, de aliados. E pra fazer isso, parei o carro no acostamento, claro.

— Era importante assim, a mensagem? - Olhou desconfiada.

— Sim, a minha funcionária. Dei uma folga pra ela.

— Não sei se algum dia vou querer ter filhos... Tenho medo de morrer no parto, porque as chances são grandes de morrer.

— Manu, vai saber o dia certo para quando for querer ser. - Peguei na mão dela. Sorri e ela sorriu de volta.

Botei música de ópera enquanto íamos seguindo estrada e Manu... Olhava a paisagem em silêncio.

— O que nós temos, Manu?

— Não sei... Só sei que é como se eu pudesse ser seu mesma contigo. Você já fez algo bizarro? Eu já fiquei presa por uma semana na cadeia, por furto de comida e celular, nas Lojas Americanas.

— Por comida? Nossa! Bom... Eu já fiz muitas coisas assim também, adolescente né. - Falei meio sem jeito, com medo de falar demais.

— Lia, você sabia que sou formada em psicologia? Eu sei quando a pessoa tem traços de uma mente criminosa.

Quase parei o carro, quando Manu disse isso, e tivemos nossa segunda discussão.

— Então você está me estudando???! Por isso está comigo! Agora está explicado!

— Lia, eu quero te ajudar. Por que fica sempre na defensiva, comigo? Por que foge de mim? Depois do beijo que te dei, você mal me olha nos olhos. Acha que se eu quisesse só analisar você, eu iria te beijar?

— E o que mais quer de mim?

— Que confie em mim e deixe isso fluir... Naturalmente. - Pegou uma mão minha e segurou forte.

— Vou tentar confiar.

Ela depois disso apenas colocou o endereço no GPS e ficou calada, já estávamos quase chegando e eu resolvi ficar também em silêncio.

Uma hora depois... Ao chegar fomos presenteadas com a chuva de final da tarde.

— Manuela está chovendo forte! Vamos esperar dentro do carro.

— Vem, sua boba!

Manu foi saindo, e eu fiquei, observando sua felicidade com a chuva, lembrei, do jardim, em que quase fizemos amor meio a chuva, mas, não aconteceu. Peguei minha câmera semi-profissional na bolsa, e tirei fotos dela dançando na chuva, comigo estando dentro do carro, e parei para novamente olhá-la com atenção. Manu me chamou com o dedo indicador e assim fui...

— Sinta a chuva te lavar, Lia... E se entregue a magia da natureza! - Pegou nas minhas  mãos e rodou comigo.

A imagem do sorriso dela saindo molhado na chuva, vinha lentamente na minha mente,  e Manu me abraçou, mal soube reagir, meu corpo chegou a ficar rígido com a aproximação dela.

As Faces do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora