Capítulo 32

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— Nossa... Estou sem palavras a  você, Lia. - Estávamos nuas, debaixo da árvore... Deitadas.

— E eu contigo. Nunca fiquei tão louca assim na companhia de uma mulher...

— Acha que temos só isso? E queria te perguntar uma coisa. - Trocamos uns beijos rápidos e respirações profundas.

— Claro que não! Mas... Foi uma excitação além do prazer, foi diferente. E pergunte...

— Você deixaria eu ficar com a Joice? - Manu estava deitada em mim nua e olhou nos meus olhos.

— Claro que sim, eu vi a troca de olhares entre vocês. E super apoio de ficarem juntas...

— Acho bem interessante a ideia.

— Posso ser o que for, mas, tenho uma mente muito aberta.

Ficamos namorando debaixo da árvore, por mais quase duas horas. Mesmo com a chuva, a cabana não foi nosso refúgio, foi a árvore e nossos corpos unidos um ao outro.

A chuva foi passando, e, pegamos nossas roupas na velha cabana, terminei dando uma chupada nela novamente, por trás... Enquanto Manu tentava se vestir.

— Você gosta daí hein... - Falava enquanto tentava vestir a calcinha.

— Humhummm! - Respondi em murmúrio.

—  Sou... Muito sortuda por ter te encontrado. Nossa! Que mulher insaciável!

Depois ajudei Manu a se vestir, e, ela disse que estava com vontade de ir ao banheiro, nisso foi na frente... Fui depois, enquanto me arrumava ainda na cabana.

Essa nossa transa, poderia virar um conto erótico, de tão intenso é... E gostoso. Eu estava com sorriso bobo, e acabou que até esquecemos o real motivo de termos vindo, afinal, Manu chegou desesperada na minha casa, ontem.

Quando entrei, fui beber água na cozinha, essa mulher sugou todas minhas energias...

— Manu! Cheguei.... - Falei num tom audível.

— Vem aqui na sala... - Seu tom não era agradável.

Caminhei preocupada, e, vi a expressão assustada nos olhos dela. E começou a falar.

— Pode me explicar, isso? Ou, melhor, quando iria me dizer? - Falou mostrando o meu caderno de frases e pensamentos.

— Manu... Você mexeu nas minhas coisas?! - Meu coração acelerou.

— MEXI SIM! Estavam aqui... Em cima do sofá, estava folheando seus escritos, fiquei encantada com os primeiros, mas, quando vi o último... Eu me assustei de verdade!

— Manu... Eu posso explicar, sabia que precisava te contar isso...

— Agora eu sei porque meu pai quase tentou me matar, para me fazer dizer quem devolveu meu celular! Encontraram o assaltante do meu celular morto, em alto mar.

Fiquei furiosa com essa notícia, então era por isso que Manuela queria sair da Capital, e vim pra longe... Preciso voltar pra cidade e dar um fim no pai dela e eu fugir do País.

— Seu pai tentou te matar? Ele vai pagar por isso! - Manu começou a chorar...

— Ai meu Deus... Você é uma assassina! Eu me entreguei a você! - Tentei confortá-la, mas, mais ela se desesperou. — NÃO SE APROXIME!

— Manu... Por favor, você tinha me acolhido... Esse tempo todo, me mostrou a calmaria, e agora vai me abandonar???

— Eu não sabia que a sua escuridão era tão perturbada assim... E sabe o que é pior de tudo? Eu ainda estou apaixonada por você! - Falou se ajoelhando, e pondo-se a chorar repetidas vezes.

— NÃO CHORE! PAREEEE! - Eu ficava descontrolada quando via alguém chorando que eu gosto, porque não sabia o que fazer.

Peguei-a do chão e comecei a sacudi-la! Meus olhos estavam vermelhos, querendo chorar...

— NÃO CHORE! EU PROMETOOO QUE IREI SAIR DISSO! EU PROMETO!! - Ela mais chorava quando eu gritava. Como se tivesse já perdido as esperanças em mim.

Fui beijando suas mãos, e esfregando-as no meu rosto... Como súplicas, a ela, para que confiasse em mim.

— Eu não quero mais te sentir perto de mim... Preciso pensar...

Manu se afastou, e, nisso, fiquei sem saber o que fazer, até, decidi fazer uma loucura. Nunca tinha cogitado a chegar nesse ponto. Fui até a minha bolsa, tirei de lá minha pistola semi-automática.

— Aqui! Tome... Acabe logo com a minha vida! Se você está decepcionada comigo, imagine eu. E eu não aguento ver você sofrendo. Então tire a minha vida. - Ajoelhei-me e entreguei tremendo a arma na mão dela.

Ela pegou a arma, estava carregada, ficou olhando pra mim e a arma ao mesmo tempo, e deu monte de tiros seguidos, em sentido oposto, tudo na parede.

— Por que fez isso? Eu mandei atirar em mim!!

—  Posso ter a raiva que for de você agora... Mas, matar, sujar minhas mãos? Não condiz com a minha moralidade e caráter! E eu vou dar um fim nesse lixo! - Foi saindo pra fora, com a arma.

Fiquei surpresa com as palavras dela, levantei e fui atrás. Manu pegou uma marreta, que estava atrás da casa, e acertou a arma de fogo minha, estilhaçando-a em pedaços.

— É isso que eu faço, com quem porta armas de fogo! - E ainda cuspiu em cima da arma.

— Enlouqueceu! Eu vou embora, chamarei o Uber, pode ir no meu carro.

Entrei, estando bem nervosa, e resolvi tomar uma ducha primeiro... Pra ver se minha mente esfriava, eu estava de cabeça quente.

— O que eu fiz com a minha vida... Por causa de vingança... E ódio? - Deixava a água cair em mim, na ducha, e eu estava com as mãos apoiadas na parede, chorando.

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(Deputado Jonas - Na Capital)

— Como assim, não sabe onde está a minha filha?

— Ela não foi pra Universidade hoje, senhor. - Disse o motorista.

— Se a Lia... Fizer alguma coisa a minha filha, eu, sou capaz de me entregar e entregá-la junto, a  Polícia Federal! Não tenho sido um bom pai, mas, foram minhas escolhas que me fizeram sacrificar a coisa que eu mais amo, minha filha.

— Não seria melhor, você resolver isso diretamente com a Lia? Se entender com ela... Já que são aliados.

— Não, a Lia, não conversa, devo confessar que tenho medo dela. Mesmo sendo mulher, e sem falar que é a chefe e comanda quase todas bocas daqui, e os tráficos internacionais. Acho que vou negociar com ela...

— É o melhor...

Lia mal sabe que eu irei matá-la... Nesse ato de negociar com ela. Fingirei que estou sem saber de nada, sobre a proximidade dela com minha filha. E vou surpreendê-la!

Mandei msg pro celular dela, perguntando se eu podia vê-la amanhã cedo... E ela não estava online.

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