stalker ❀ sm+cc

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Já era ano novo e estava no décimo dia do ano, era ano novo pra todo mundo, menos pra mim, digamos que as coisas não mudaram muito de lá pra cá.

O único momento de felicidade que eu posso dizer que tive, foi quando passei a ceia de natal com as famílias de Cameron e Lauren. A virada do ano pra mim, e acho que isso não choca ninguém, foi no hospital. Ao menos, eu fiquei na recepção pra assistir à queima de fogos.

E então eu voltei para o quarto, porque honestamente, eu não me importava que o mundo inteiro estava celebrando um novo ano que eu já sabia que iria ser péssimo pra mim.

Estava deitado quase cochilando na poltrona que eu mesmo trouxe pra cá, depois de muito pedir para as enfermeiras deixarem, pelo fato do sofá ser muito pequeno e desconfortável pra mim.

Ouvi a porta ser aberta e abri os olhos logo em seguida, e dei de cara com Alejandro, o pai de Camila. Ele me deu bom dia e disse que queria conversar comigo.

— Eu estava analisando umas coisas, na verdade não só eu achei que essa fosse a melhor solução, mas...

— Espera, do que o senhor está falando? — o interrompi, já que ele começou com explicações sem sentido.

Ele respirou fundo e pareceu buscar as melhores palavras para dizer:

— Como falei, estava analisando o estado da minha filha. Eu sei que ela não está nas melhores condições do mundo, e talvez fosse melhor desligar os aparelhos.

Eu franzi o cenho, não era possível que eu estava escutando isso logo do pai dela.

— Desligar os aparelhos? Ela não está em estado vegetativo! — me revoltei.

— Não? Em breve fará dois meses que ela está aqui, e não apresentou se quer uma melhora!

— Ocorreram vários casos de pacientes que estavam há muito mais tempo em coma que ela, e conseguiram acordar.

— Sim... Mas olhe pra ela... Seu estado é grave, ela só vai acordar por um milagre. E se ela acordar, as sequelas podem acabar atrapalhando toda sua vida. Talvez acabar com isso seja o melh...

— Você poderia parar de falar, por favor? — eu falei mais alto e ele se surpreendeu — Eu sei que todos me acham louco de estar aqui sempre e acreditar que ela vai acordar. Mas é que eu acredito nisso, eu tenho esperanças, sabe? E eu sei, eu tenho certeza, que ela vai acordar. Talvez não hoje ou amanhã, mas eu sei que em algum momento ela vai. E me dói muito saber que o próprio pai dela não pense como eu. De fato, ela ficaria muito triste.

Ele ficou calado, respirou fundo e pareceu não acreditar que logo eu tinha falado isso pra ele. Não é possível que esse cara queira mesmo simplesmente perder a filha.

— Não é você quem vai ter que decidir isso, garoto. Se eu fosse você, já voltaria a me acostumar com a vida de antes.

o ranço no pai da camila tá liberadíssimo 🤠