Só o tempo cura - Livro 2 (Concluído)

|CAPÍTULO 34|

Nathan

Eu estava preocupado com minha morena. Ela não havia passado bem aquela noite. Mas eu tinha que trabalhar, o dever me chamava.

Assim que terminei o plantão, a busquei em casa após seu pedido e a levei para ficar comigo. Eu só queria aproveitar com minha namorada e descansar.

Helena estava inquieta e disse que precisávamos conversar. Qual foi a minha surpresa quando ela disparou que estava grávida.

Grávida.

Eu seria pai e ela mãe.

Eu não podia. A minha cabeça martelava e flashes de Maria Elisa alisando sua barriga vieram em minha mente. No segundo seguinte, me vi capotando o carro e uma escuridão se formou.

Eu estava dirigindo aquele carro. Eu matei a minha mulher e minha filha. Se eu estivesse mais devagar ou prestando mais atenção, poderia ter evitado o pior.

- Não posso , Helena. Eu não quero fazer nada contra vocês.

Eu estava ficando maluco, surtado e me fechei.

Um tempo depois, minha irmã estava comigo. Sábia como sempre, tentou me acalmar. Mas a minha decisão já estava tomada. Eu não destruiria a vida de Helena e desta criança.

Minha criança.

Meu coração estava apertado, estraçalhado, mas era mais forte que eu.

Eu não podia.

No dia seguinte, não sei como, mas aquela biscate da Bianca apareceu em minha casa. Biscate sim, pois uma mulher que se presta a este papel não vale nada.

Houve uma confusão envolvendo Bianca, Helena e a mãe dela. Quando eu vi tudo aquilo e percebi que foi uma armação, me aproveitei e a afastei mais ainda.

Eu estava sendo um canalha.

Um verdadeiro imbecil filho da puta.

Nem o desespero da minha morena fez meu coração amolecer.

Eu estava sofrendo também, mas era mais forte que eu.

Expulsei aquela pilantra da minha casa a partir daí, me afundei de vez...

(...)

- Acorde Nathan, você não vai trabalhar? - Dizia minha irmã pelo terceiro dia consecutivo.

Eu levantava apenas para ir ao banheiro e tomar água. Não tinha ânimo para nada. Meu telefone eu nem sabia por onde estava.

- Me deixe Gisele, não encha o saco. - Falei ranzinza.

- Você está sendo mais imbecil do que eu pensava. Tá difícil te defender, Nathan. Você não está se esforçando. Tá perdendo sua mulher e seu filho.

- Eu não quero esse filho. - Ralhei.

- Não quer mas não fez nada para evitar.

- Não era para ter acontecido. Eu adoro Helena, de verdade, mas um filho...

Comecei a me desesperar novamente.

Assim estavam sendo meus dias. Choros, desesperos e aqueles sonhos me perturbando.

Minha mãe tentava me animar em vão. Eu já estava derrotado.

Na sexta, depois de tanto tempo, eu me encontrava pior. Não fui nenhum dia no evento que tanto trabalhei para organizar. Não coloquei o nariz para fora de casa.

Eu estava morrendo de saudades de Helena, mas depois de tudo que fiz, ela não iria me querer mais.

- Nathan?