CAPÍTULO 05

2.9K 164 12
                                    

Cheguei em casa, o Larry não estava. Tomei um banho e fiquei pensando em tudo.
Kubra, é um traficante da pesada, chefe de um cartel de drogas. Perigoso e um tremendo filho da puta.

Ela me disse que eu iria ficar bem, será que ela vai voltar? Ela não é louca!

          Não consegui dormir, me certifiquei que estava tudo trancado umas seis vezes. Estava apavorada, a cada barulho de carro, eu achava que era o Kubra... Que eu iria morrer a qualquer momento. Droga!

            O dia amanheceu, eu consegui dormir uma meia hora.  Troquei de roupa e sai. Não aguentava ficar naquela casa, eu estava muito aflita.  Fui tomar café numa lanchonete no centro.
Falei com o Larry e ele foi pra casa da mãe dele ontem a noite. Fico aliviada, até pensei que o Kubra poderia ter o matado.

— Aqui está o seu café.
— Obrigada. — dei o dinheiro pra ela  e me sentei na mesa.

               Deixei meu celular com a tela pra cima, na esperança que ela desse sinal de vida.
E se ela voltou e ele a pegou?
Não... Não... Isso é bobagem. Alex é esperta, jamais iria deixar isso acontecer.
              Me encostei no vidro ao lado da minha mesa e fiquei viajando para longe, enquanto isso meu café esfriava.
Até que uma ligação me tira dos meus pensamentos. 

— Oi, quem é? — atendi de imediato.
— Piper, sou eu. Não fala meu nome, só escuta... Sabe aquele lugar? Estou aqui.

Ela desliga a chamada.

—PUTA MERDA! — falei em voz alta e todos me olharam, assustados.

"Ela voltou... "

— Moça você tá bem? — a garçonete pergunta.
— Estou, obrigada. Eu tenho que ir.

Sai apressada e peguei o primeiro táxi que eu achei.

-Pra onde madame?
-Ponte 17. 

       Conforme o carro se movimentava, o nervosismo aumentava ainda mais. Será que ela está bem? Será que ela tá diferente?  
         Me arrumava mais ou menos pela câmera frontal do meu celular. Minhas mãos estavam trêmulas devido ao frio e ao nervoso de reencontra-la depois de seis anos.
O táxi para na frente de um barzinho, pago a corrida e desço.

            Eu não quis dizer exatamente onde era, por precaução. Então tive que andar uns dez minutos até lá.
           Quanto mais perto eu chegava, mais ansiosa eu ficava e mais meu coração disparava.
         Até que finalmente eu vejo um carro estacionado e lá estava ela. Em pé de costas, olhando concentrada para o horizonte infinito do mar.

            Fui caminhando depressa até ela, tentava não tropeçar em minhas próprias pernas.

— Alex!

          Ela se vira pra mim e vem em minha direção andando depressa quase correndo, eu fiz o mesmo pra chegar mais rápido até ela. Até que estamos próximas e a mesma me abraça forte.  "meu Deus que saudade"...

— Oi... — Fala, sem me soltar. — Piper, você tá bem?
— Eu estou... E você? Tudo bem?
— Não. Eu estava tão preocupada com você.
— Está tudo bem agora.

          Ela me apertava tanto nesse abraço que acho que ela estava -quase- mais apavorada do que eu. 
 
— Olha pra mim. —Me soltei e olhei em seus olhos, estavam cheios de lágrimas— Eu estou bem, olha. — abri os braços e girei.
— Ele te machucou?
— Não... Só disse bobagens.

   Ela fica em silêncio e tira os óculos, apertando os olhos para impedir que as lágrimas saiam.
   Lentamente vamos indo na direção da beira do cais. Eu gostava olhar para a imensidão do mar, me trás paz e lembranças.

— Eu amo esse lugar. — comentei.
— Eu também amo.

Se posiciona ao meu lado e em seguida senta no concreto que usamos de banco. Me uni a ela também. 

— Ama? — a olhei.

A mesma me olha também. — Amo. —torna a olhar pra frente— Tenho muitas lembranças boas daqui.

Solto um sorriso por lembrar de tudo que a gente viveu aqui. 

— Você esta com uma cara péssima, Chapman. Você dormiu?
— Na verdade não.
— Entendo.

Senti ela me olhar mas continuei observando o mar.
Ficamos em silêncio, estava fazendo frio e ventava. Era muito cedo ainda, até que eu começo a tossir.

— Vamos, você vai ficar gripada.

Nos levantamos ao mesmo tempo, apesar de ser um pouco mais alta do que eu, tinha me esquecido do quanto me sentia baixa perto dela. 

— Entra aí. — ela entra no motorista e bate a porta.
— O que você vai fazer?
— Depois a gente fala sobre isso, Piper.—  liga o ar quente. —Vamos sair daqui.

Ela dá a ré e entra na estrada principal.

Eu fiquei a observando enquanto dirigia, céus ela era tão linda concentrada. Até que ela percebe minha fascinação por sua pessoa.

— O que foi? — ela dá aquele sorriso.
— Hã... Nada.
— Estava me olhando. 
—Tinha me esquecido de como era te ver concentrada.
— Aham...  — ela aperta firme as mãos no volante e relaxa o corpo. 

  Ficamos em silêncio e aquele ar quente estava me dando sono. E eu acabei dormindo, não resisti, porque eu me sentia segura com ela. 

Fora De Alcance   Onde histórias criam vida. Descubra agora