CAPÍTULO 15

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         Deu uns dez minutos e ela ainda não havia voltado. Resolvi ir procurar.
Peguei nossas coisas e fui atrás dela.
Entrei no banheiro e ela estava se olhando no espelho, agora me olhando pelo reflexo, sorrindo.
— Oi. — se vira para mim.
— Por que a demora?

Ela vem e fecha a porta atrás de mim. E eu largo as coisas sobre a Pia.

— Eu estava ocupada.
— Com? — me encostei na pia de mármore.
— Eu tive um imprevisto e tive que sair por um instante. 

    Pensei um pouco, mas ela deixou o celular. Ou ela veio se maquiar ou se masturbar. 

— Veio retocar a maquiagem?

Ela deu risada da minha cara.

— Não mesmo. — fala sorrindo de lado com malícia.

       Agora quem sorriu fui eu, mordi o lábio inferior e em poucos passos ela veio até mim me prensando contra o mármore. 

— Eu senti sua falta, Piper.

    Agora sim consegui olhar em seus olhos e a ver a sinceridade que eu estava esperando. Instintivamente eu a beijo, querendo ou não, também estava morrendo de saudade dela.  
   As coisas esquentam, o corpo dela colado com o meu. Eu nunca me livrei das roupas tão rápido quanto dessa vez. 
   Eu morria de saudade desse toque corpo a corpo, desse fogo incontrolável que ela me causava, do controle sobre mim, do jeito que ela me enlouquecia só de me olhar.
   Bem no fim, essa foi a nossa primeira transa depois de seis anos longe uma da outra.

         Eu fiquei exausta. Nem o Larry, conseguiu me fazer chegar no céu dessa forma. 
         Rapidamente, nos arrumamos e tentamos parecer normais, novamente.

— Tudo bem, com você?  — perguntou, em tom irônico.
— Tudo... Ótimo.

          Me apoiei na pia, olhando contra o espelho tentando me manter em pé. Minhas pernas estavam bambas e qualquer desequilíbrio eu caía, nossa... Faz tempo que não ficava dessa forma. 

— Você estava muito tensa. Acho que agora vai ficar mais relaxada.

Ela diz isso debochando, como sempre.

— Vamos... Voltar para o filme?
— Não vai usar o sutiã mais? — ela aponta pro chão.
— Aí merda. 

      Tirei a camisa novamente e terminei de me arrumar.
Ela me olhava como se estivesse satisfeita.

— Pipes, então vamos voltar antes que o filme acabe.
— Eu nem estava prestando muita atenção.
— É, eu percebi. Vem. — ela estica a mão pra mim.

    Saímos do banheiro de mãos dadas e eu estava ficando com dor no maxilar de tanto sorrir.
     Voltamos para a sala de filme e terminamos de assisti. Realmente eu não prestei mais atenção no filme e acho que nem ela.
Depois do que houve ficamos próximas o filme todo. Encostei a minha cabeça em seu ombro e ficamos ali viajando, ela no filme e eu nela.   
    Até que o filme acabou e infelizmente tivemos que levantar. As luzes se acendem e eu posso olhar pro rosto lindo dela de novo.
  Saímos do cinema e fomos até o estacionamento, ela apresentou o ticket e pegou as chaves do carro.

— E aí, quer fazer o que agora? — ela abriu a porta do carro pra mim
— Esta quase anoitecendo já.
— É... — ela fecha a porta e entra no lado do motorista— Então eu te levo pra casa.— ela liga o carro e dirige.

Eu realmente queria pedir pra que não me levasse
Era a última chance de voltar atrás, estávamos muito perto de casa. 

— Alex...
— Hum?
— O dia ainda não acabou né?
— Não. Porque?
— Eu tenho uma segunda chance de mudar de ideia?

Ela para o carro no acostamento.

— O que quer fazer?
—Que tal irmos para o seu hotel?
— Piper...
— Por favor, não faz eu me arrepender de tudo.

        Ela só liga o carro e faz a volta. Dirigindo em direção ao hotel ou casa que ela estava.

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