Alex pede um café da manhã completo pra gente. Eu acho que hoje vai render muita coisa.
Conversamos sobre diversos assuntos e eu pude ver que ela mudou muito. O celular dela tocava a todo instante e ela ignorava. Quando disse para atender, ela disse que hoje estava com alguém especial e não valia a pena estragar o dia com coisas desagradáveis.
Eu fico tão sem jeito perto dela, ela me controla tão facilmente.
Meus pensamentos me traem o tempo todo, pensando em coisas que eu não deveria, enquanto ela falava.
Terminamos o café e ela vai fechar a conta, como sempre ela insiste em pagar. Quase discutimos por isso.
— Vamos? — vem sorrindo com a chave do carro em mãos.
— Vamos, pra onde?
— Cinema?
— Sério? Faz um tempo que eu não vou.
— Entao vamos para o cinema! — se anima.Ela sorri e estica a mão pra mim. Eu não hesitei em pegar. Foi um choque de pele quando encostamos nossas mãos, foi uma sensação tão diferente que ao mesmo tempo nos olhamos e ela sorriu com um certo brilho no olhar.
Saímos da lanchonete de mãos dadas, mas nossos dedos não se entrelaçam, era como se fôssemos só amigas... Mas eu me senti tão bem. Voltei no tempo que eramos somente nós.
Caminhamos até o carro dela, ela odeia dirigir e então me ofereci pra pegar o carro.— Você? Dirigindo? Quais as probabilidades de 0 a 10 da gente sofrer um acidente e acabar morrendo?
— Ai credo, Alex.
— Estou brincando. — ela gargalha—Toma.Joga a chave pra mim e eu entro mostrando a língua para ela. Era super confortável estar como motorista. Ela sempre gostou de carro desse nível.
— Então Piper, você realmente sabe o que está fazendo né?
— Você está com medo, Vause?
— Não. É que o carro é caro. — eu ri junto com elaLiguei o veículo e regulei o retrovisor.
— Coloca o cinto.
— Sim, senhora Chapman.
— Gostei disso.Tirei o carro para fora do estacionamento, ela estava sempre atenta ao que eu estava fazendo, bom mais nos primeiros 10 minutos. Depois ela pegou confiança e relaxou.
Senti ela me observar, o tempo todo. Mas ela estava olhando pra mim, esquecendo-se do carro... Quando eu olhava para ela, a mesma olhava para outro canto.— Entao o que vamos ver?
— Terror!
— Ah não, Alex! Um romance.Ela revira os olhos rindo.
— Não pode ser um terror romântico?
— E existe?
— Não. Mas poderia.
— Ah, mas tecnicamente falando existe. Só que normalmente o casal morre, porque a mocinha é sempre burra. E as vezes o homem bonitão também sai pra mijar na mata e some. Depois vai a namorada desesperada atrás dele e some também. É muito previsível.
— Já reparou que quase sempre as mocinhas bobas dos filmes de terror são loiras?
— Ou putas.
— Também.
— Espera, ta me chamando de boba ou de puta?Olhei rapidamente pra ela e a mesma cai na gargalhada.
— Alex, é sério. — acabei rindo também.
— Bom, depende do ponto de vista.
Dirigi por mais uns 15 minutos e a gente ficou cantando até chegar no cinema.
E eu passo o portão do local de estacionar e ela fica puta da cara.— Porra, porque não levou para o estacionamento, Piper?
— Alex ali é muito estreito. Eu não sei se consigo.
— Por quê?
— Da última vez que entrei aqui eu arranhei o carro do Larry na parede.Eu vi ela arregalar os olhos. — Ta, tá espera aí, Piper. Passa pra cá.
Eu ri do desespero interior dela. Porque por fora ela estava plena. Deu a volta no carro e entrou no motorista.
— Olha é mais simples do que parece. É só você manter o carro alinhado.
— Eu não sei quando está alinhado.
— Assim olha. — Puxou o freio de mão.Observei atentamente. Ela deu a volta na quadra pra retornar ao portão do estacionamento. E para bem na entrada.
— Você sempre faz uma parada de frente para a entrada. E pra alinhar você vira todo o volante, até o final. E volta uma volta e meia. E pronto. O carro tá reto e é só entrar.
Ela entrou reto com o carro, realmente era bem pequeno o espaço pra entrar. Mas eu não prestei atenção em nada do que ela disse, eu estava ocupada demais olhando pro rosto dela.
— Piper? — ela estala os dedos na minha cara— Vai ficar aí? — desce do carro.
Sei lá, o jeitinho que ela é grossa, é diferente.
Na guarita, ela fala seu nome e a placa do carro para pegar o ticket de comprovação do veículo.
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Fora De Alcance
Romance"Eu achei que poderia superar. Fui embora com tanta certeza de que eu iria esquecer tudo e começar do zero. Mas eu estava enganada. Quem consegue esquecer um amor de verdade? Me convenci que conseguiria, estou a seis anos nessa mentira. Drog...