CAPÍTULO 06

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  "Piper acabou dormindo pesado. E eu continuei dirigindo, pela beira do mar. As vezes eu esqueço como a vida de gente normal é linda, praia, sorvetes, família... Olha pra ela, está com um casamento marcado. Logo mais vai estar com uma criança na barriga.
Eu não sei se estou preparada pra ver isso.
Faz tantos anos que eu não a vejo. E se não fosse aquele imbecil, eu não teria encontrado ela novamente. Foi uma promessa e agora ela está aqui... No meu carro e dormindo como se confiasse sua vida a mim.
  Só Deus sabe o que eu passei depois que ela foi embora e estou quase dando a minha vida por ela. Que merda! "

Dei um soco no volante, sem querer e ela desperta.

— Hmm? Alex, tudo bem?
— Tudo ótimo, bela adormecida. Pode voltar a descansar.
— Quanto tempo você... Quer dizer eu dormi?
— Sei lá, acho que umas dez horas.
— O QUE? — me assustei  e me ajeitei no banco— Você está dirigindo a dez horas?
— Não exatamente, fiz algumas paradas e algumas ligações. 
— Paradas pra fazer o que? — Já desconfiava do que se tratava.
— Nada Piper, dorme vai.
— Você estav...
— Volta a dormir, eu te disse.

Ela entra e um camping com o carro. E estaciona. 

— Fica aqui e quieta.
— Alex, onde você vai?

              Ela desce do carro com alguém em ligação e anda em direção a um acampamento e um rapaz vem de encontro.

— Ela acha que eu vou ficar? Não mesmo!

Desci e fui atrás dela, queria ter certeza que não era encomenda. 

— Você é uma viciada do caralho, Alex. Valeu. 
Ela cochicha- Eu não uso, só vendo.
— Sei. E ela é a sua garota?
— Que? — me virei e Piper estava atrás de mim "merda"— Piper, que merda. Não mandei você ficar no carro?
— Eu não acredito nisso, Alex!

Ela da as costas e sai andando rápido nervosa.

— Me da a porra do pagamento logo. — peguei o dinheiro pelo fardo e fui atrás dela — Piper, espera.

— Alex eu não acredito que você estava vendendo drogas comigo dormindo! E o pior, isso está te matando e você não tá nem aí.
— Realmente eu não estou nem aí. Agora vamos.
— Não. Eu não volto com você.
— Piper, sem infantilidade vai.
— O que o Kubra quer? Fala a porra da verdade.
— Eu roubei dele e agora ele quer de volta.
— Meu Deus Alex! Qual o seu problema?
— Eu também gostaria de saber. 
— Não da pra gente andar junto.

Ela me olhou sem entender nada. — Por que não? O que foi dessa vez? Eu sei que você não gosta disso, mas isso é a minha vida... 
— Porque eu sou uma guarda federal, tenho que prender gente como você.

Ela deu risada.

— Você trabalha para polícia?
— Seja bem vinda a minha vida.
— Espera, isso é sério mesmo?

Piper tira o distintivo e mostra pra ela.

— Porra Piper. Agora você se superou nas merdas...
—Pois é... Meus sonhos não poderiam se juntar com os seus. Eu teria que te prender.
—Você não teria coragem.
— Não, mas é o meu trabalho.

Ela estica os pulsos pra mim e faz uma cara de deboche.

— Vai então policial. Me prenda.
Reviro os olhos. — Ai Alex, cala a sua boca. Sério me deixa. — continuei andando floresta a dentro.
— É cheio de aranha esses matos, ratos e baratas fazem parte também. Incluindo cobras.

"Merda!" Me virei e ela estava parada com os braços cruzados com cara de deboche.

— Ok. Então vou na direção da avenida.
— Não, você vai em direção ao meu carro.
— Por quê?
— Por que não? Quer saber esquece. Fica aí, eu cansei.

     Ela se virou e foi andando para o carro. E eu fui na direção da Avenida, teimosa? Um pouco... Mas eu tava morrendo de medo.

Minutos depois

 
              Estava na estrada andando tem uns 15 minutos realmente eu estava muito puta da cara porque já era quase meia noite e ela simplesmente foi embora.

"— Merda, você é insistente em? "

Nem percebi o barulho do motor, estava tão concentrada na estrada.

— Pois é.
— Entra aí Piper. Pelo amor de Deus, se eu for embora agora não vou voltar para te buscar. E você vai ficar andando sozinha nessa rua escura, com uns viciados na mata e vai acabar caindo no precipício que tem ali na frente, porquê não está enxergando.

                 Ignorei ela e ela foi me seguindo lentamente com o carro, ela devia estar quase sem paciência já. E meu telefone começa a tocar, pude ouvir.


— Hã... "Amor" ligando.  — eleva o de voz e consegue minha atenção.

Ela para o carro ao ver que eu olhei para ela. Entrei e peguei o aparelho.

— Atende ele.
— Ok. Quieta. — respirei fundo e ela desligou o carro que estava em ponto morto.

Ligação on:

— Oi meu amor.
— Onde é que você está loirinha? — ao ouvir aquela voz e já comecei a ficar apavorada.
— Kubra? Cadê o Larry?! — Falei desesperada e os olhos dela se abriram bem ao ver que a coisa piorou.  
— Cade você isso sim. Anda fala.
— Não te interessa!
— E te interessa quando eu matar sua namoradinha?
— Você não vai fazer nada com ela. E ela não é minha namoradinha.
— E com o seu noivo?

Ouvi um chiado no fundo

— Você também não vai fazer nada com ele.
— Ah não? Da um oi pra noivinha aqui, colega.
     Larry— Piper, não faz nada do que ele tá falando. — alguém o machuca - Seu filha da puta.
— Amor, calma. Eu vou te tirar dessa.
— E aí ele tá na minha mão. Vou acabar com ele se não voltar logo.

      Olhei pra Alex e ela estava me olhando fixamente.

— Você tem um prazo de 24 horas. E se aquela vadia não aparecer em 24 horas eu mato os dois. Mas primeiro vou os torturar. Vou arrancar um pedaço ou outro com vocês vivos. Pra sofrerem bastante.
— Por favor não faz isso com ele. — as lágrimas estavam escapando.
— Tem 24 horas, Chapman. Ou já sabe... Eu jogo limpo. Tem até meia noite de amanhã. Enquanto isso vou ficar na companhia do meu novo amigo aqui.

Ele desliga.

"Piper estava em prantos, assustada pra caralho. O que é normal vindo do Kubra..."

— Alex, o que a gente vai fazer?
— Eu não sei. — puxei ela pra perto de mim e ela encostou a cabeça no meu ombro e desabou.
— Eu não quero perder ele.
— Eu sei...   Vou resolver isso.
— Como? 
— Eu vou me entregar.

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