CAPÍTULO 12

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  Um pouco antes de entrar no  cinema o meu celular começa a tocar. Alex não se incomodou, até ele tocar pela décima vez. Era o Larry. 

— Oi, Larry.

Alex vira os olhos e para na minha frente, me olhando.

— Eu tô na rua não tô entendendo nada. Você tá onde? — comecei a olhar para os lados — Ah... você me viu...  — olhei no barzinho da frente, torcendo para que ele não estivesse ali. — Já vi você. Tá bom, tchau. — Ele desligou.

— Não vai me dizer que ele tá aqui?
— Ele não só tá aqui, como se convidou para ir sair com a gente.
— O que? Tá de sacanagem?
— Ele não te viu comigo. Mas ele me viu, daquele maldito bar. — apontei
— O marido é seu. Se vira.
— Você não gosta dele né?
— Não faz o meu tipo.
— Debochada.  Vamos lá.
— Que? Nem pensar!
— Vamos!
— Piper, eu não. Vai lá você. Não tenho nada haver com isso.

     Revirei os olhos e puxei ela pela mão, para vir comigo. Atravessamos a rua, enquanto ela resmungava.

— Piper, mas que merda.

        Chegamos no local e eu me afastei dela indo cumprimentar ele, que estava rodeado de um casal de amigos nosso.

— Pipessss!! 
— Aí meu Deus, Polly?! Quanto tempo!!!

            Ela se levantou e me abraçou super empolgada, Polly é praticamente minha irmã. Considero ela minha melhor amiga. 
       Ela se afasta de mim com a expressão  surpresa e de quem não estava entendendo nada.

— Essa é a Alex? — Questiona para ter certeza.
— Isso...— olhei para ela— Ei Alex, lembra da Polly?
— Claro. — da um meio sorriso forçado.

Elas se abraçam rapidamente.

— Alex, que surpresa você aqui. — Larry, olha em reprovação. 

E ela resmunga baixinho próximo a mim, então pude ouvir claramente  "— Eu também estou surpresa, Larry", —dei um cutucão nela.

— Amor senta aqui, eu estava falando pra eles dos nossos preparativos.

Eu olhei pra Alex que com certeza estava odiando tudo aquilo. 

— Senta aí moça. — o amigo da Polly, aponta a cadeira e morde um palito.

          Nos sentamos e eu tinha certeza que isso não ia acabar bem... Alex, me olhava a todo momento puta da cara e eu também a olhava, mas tentava não demonstrar. Até que a Polly, já sacando, interrompe o assunto.

— Aí droga. Preciso ir no banheiro...Pipes, vem comigo?
— Claro. A gente já volta.

           Eu tinha entendido que aquilo seria uma bronca dela. Saímos rapidamente e entramos no banheiro do local.

— Okay, que porra é essa, Piper? O que ela ta fazendo aqui? 

       Ela sempre soube de tudo, desde quando eu comecei a namorar com a Alex. Elas nunca se deram muito bem, então com certeza eu iria tomar uma bela bronca.

— Você soube do sequestro né?
— Sim, Larry contou que eles queriam ela e fizeram vocês de refém. Mas ele também disse que ela disse pra ele, que ela iria embora.

— Okay, isso ficou meio confuso. Mas como pode ver, ela não foi embora. E nós nos encontramos por ai e a gente encontrou vocês... — revirei os olhos e me apoiei na pia.
— Mas Piper, é a sua ex namorada.
— E daí?
— Você ainda gosta dela?  — desviei os olhar—  AHA! Eu sabia. Você não sabe mentir e é melhor você se afastar, ou você vai acabar cometendo alguma bobagem.
— Que tipo de bobagem?
— Sei lá. Trair o Larry? Porque venhamos e convenhamos ela é linda pra caralho. Até eu, se fosse lésbica dava uns pegas nela. Finge que eu nunca disse isso tá? Pensa bem.

          Ela sai do banheiro e volta pra mesa.
   Fiquei ali me encarando no espelho e pensando quais as chances de eu pisar na bola com ele e o quão monstro eu sou, por pensar em coisas impróprias.

— Polly, cadê a Piper?
— Ah querido, ela está lá procurando uma coisa que ela perdeu.
— O que?
Murmurou — O juízo, o senso.
— Que?
—  Nada. — sorriu e se sentou ao lado do seu acompanhante.

Alex—Hã... Vocês querem mais bebidas? Eu pago.
— Gostei de você. — o amigo da Polly brilha os olhos pra ela.
Larry— Claro, por que não?
Alex— Vou buscar.

Ela sai da mesa e vai no bar. Pede uma rodada e aproveita que não tem ninguém olhando e vai atrás da Piper.

— Hey. — a loira fala.
— Oi. O que aconteceu?
— Por quê?
— Nada. — Se olhou no espelho.
— Você tá bem?
— Não gosto de mudanças de planos. Eu vou pra casa.
— Não, fica.
— Piper, não vai dar. Fica os quatro ali, só casal. Sério eu não tô afim.
— Bobagem, vamos lá. Vai ser divertido.
— Ah não vai não. A Polly não gosta de mim, o Larry também não e o ficante dela tá dando em cima de mim na cara dura.
— Por mim... — pede com voz fina. 
— Piper...
— Por favorzinho.
— Ta, mas se começar de melação eu pulo fora.
— Oh yes! Vamos.

Voltamos pra mesa e ela fez a melhor cara que conseguiu... 

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