Capítulo 135

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|Narração Agatha|

Seus braços me ergueram em seu colo e eu fechei os olhos sentindo a dor me consumir cada vez mais, eu já estava fraca e mal conseguia manter os olhos abertos.
— Agatha, não dorme por favor... — Luan chacoalhou meu rosto e eu abri vendo seus olhos castanhos de encontro aos meus.
— Luan... — nem consegui terminar de falar e desmaiei. A dor era forte demais, e eu conseguia sentir o sangue escorrer pelas minhas pernas, era muito sangue, bem mais que da outra vez.
Abri os olhos e obtive a visão das luzes no teto e ao meu redor muitas enfermeiras, inclusive Luan. Ele segurava as minhas mãos e acariciava as mesmas com a feição preocupada. Entreabri a boca mas nada saiu, fechei os olhos mesmo contra a minha vontade.
O cheiro de hospital não era um dos melhores, mas eu sabia que era necessário, essas dores não eram normais. Com muita dificuldade abri os olhos, minha cabeça estava pesada e dolorida, meu corpo também, parecia que um caminhão havia passado por cima de mim. Tentei me mexer mas não consegui, eu estava fraca demais.
— Bom dia Agatha... Como se sente? — uma ruiva perguntou ao meu lado, olhei em seu jaleco e ali estava escrito "Rafaela" e logo abaixo "Ginecologista e Obstetra".
— Com muita sede... — falei com um pouco de dificuldade.
— Trás um copo de água pra ela por favor. — pediu olhando para a enfermeira.
— O que aconteceu? — perguntei.
— Eu preferi falar apenas com você antes das visitas entrarem... — se sentou ao meu lado e segurou as minhas mãos.
— Porque? — perguntei sem entender.
— Agatha, você estava grávida de oito semanas... Me contaram que você sofreu um sequestro e que foi agredida, você não sentiu dores fortes na barriga? — perguntou e a única coisa que eu consegui entende foi "você estava grávida.
— Grávida? Estava? — perguntei com a voz falha, as palavras travaram em minha boca, não era possível.
— Sim... Você perdeu o bebê. — disse com cautela e eu fiquei imóvel, um aperto dentro do meu peito me invadiu e eu não sabia o que dizer.
— Eu perdi... Um bebê. — repeti sua frase pausadamente e respirei fundo segurando o choro, não posso chorar, seja forte.

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