Capítulo 139

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|Narração Luan|

Eu não queria me meter na vida da Agatha e da sua família, mas o que eu vi na cozinha foi o suficiente para ter certeza que ele abusava de Agatha, ela não me contou nada, mas o seu ódio por ele era demais, teria que ser isso.
— Eu estava dormindo, e senti quando a cama se mexeu e ela correu pro banheiro gemendo de dor. Já havíamos nos desentendido mais cedo e ela disse que não precisava da minha ajuda, então eu permaneci deitado esperando pra ver se ela melhorava. Ela saiu do banheiro e foi pra cozinha, logo depois eu ouvi a voz do Everaldo, me levantei e fiquei ouvindo do corredor e ouvi quando ele disse que ela estava gostosa, e que queria brincar com ela. Agatha pediu pra ele se afastar mas ele insistiu, e quando ela disse "você nunca mais vai me tocar, eu tinha apenas 12 anos", eu imaginei um turbilhão de coisas e entrei na cozinha impedindo que algo pior acontecesse. Ela nunca se abriu comigo, e talvez nem a melhor amiga, mas ela guarda uma mágoa tão grande dele... A senhora não percebe? O motivo dela ter ido pra longe não foi somente a faculdade, foi o seu marido. — engoli em seco ao ver a mulher do meu lado chorando igual uma criança.
— Uma certa noite, quando ela tinha 12 anos, eu ouvi um barulho estranho vindo do quarto dela. Me levantei e vi que o meu marido não estava na cama, chamei por ele e não deu muito tempo ele entrou pela porta do quarto dizendo que estava no banheiro. Agatha ficou estranha e quieta a partir daquele dia, mas eu jamais desconfiei que era por causa de um abuso... Eu nunca imaginei Luan, eu não... Não sei nem o que pensar! — apoiou o rosto em suas mãos e se derramou em lágrimas. — A minha filhinha não merecia isso, não mesmo. Meu deus! — seu choro era desesperador e eu não estava aguentando, então a puxei para um abraço e quando dei por mim eu já estava chorando também.
— Calma... Não sabemos o que realmente aconteceu, mas eu suspeito que ele tenha feito algo com ela sim. — suspirei afogando seus cabelos, mesmo não a conhecendo tão bem eu tinha certeza que ela precisava de carinho, assim como a filha.

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