Capítulo 146

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|Narração Agatha|

A porta se abriu e a enfermeira entrou com um pote de iogurte em mãos, sorri instantemente e bati palmas de felicidade. Finalmente vou comer algo que preste aqui dentro sem ser aquelas sopa sem gosto e aquelas gelatinas horríveis.
— Muito obrigada Marina. — agradeci lendo seu nome no jaleco.
— Que nada minha querida. — acariciou minhas mãos e saiu do quarto deixando a tv ligada.
Estava passando um seriado daqueles engraçados que faz doer tua barriga de tanta risada, me distraí com o seriado e o iogurte que nem vi a porta se abrir. Seu perfume invadiu todo o quarto e eu engoli em seco sentido seu corpo se aproximar.
Paralisei a colher na boca e olhei ele caminhando em minha direção com uma feição de cansado e preocupado. Haja naturalmente Agatha, ele nunca vai ser dessa gravidez, não mesmo. Respirei fundo e desviei meu olhar para o potinho de iogurte.
— Oi... — sua voz soou do meu lado e percebi quando ele se sentou em um banquinho ao lado da cama.
— O que você está fazendo aqui? Eu queria ver minha mãe. — neguei com a cabeça.
— Eu sei... Mas foi ela que pediu que eu viesse, ela não está muito bem. — disse cabisbaixo e eu olhei pra ele dessa vez.
Fitei suas mãos e pude ver alguns machucados nas dobras dos dedos, com certeza não foi pelo soco que ele distribuiu na cara do Everaldo de madrugada, ele andou batendo em alguém de novo.
— O que aconteceu com a sua mão? — perguntei largando o potinho de iogurte sobre a mesinha em minha frente.
— Eu bati no seu padrasto de novo. — disse olhando para a mão e eu respirei fundo.
— Porque você fez isso Luan? — fechei os olhos.
— Porque ele assumiu o que fez com você há oito anos atrás. — um grande nó se formou na minha garganta.
— Luan... Por favor, não... — implorei sentindo meus olhos marejaram, eu não queria falar sobre isso, não mesmo.
— Me conta... Por favor. Eu quero ter certeza que ele não fez nada com você. — levou suas mãos nas minhas e eu molhei sua mão com as lágrimas que escorriam sobre o meu rosto.
— Ele... Ele não fez nada, porque minha mãe chamou por ele. — soltei todo o ar do meu peito e comecei a chorar como uma criança.

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