Clareza

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Beleza

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Beleza. Passei basicamente o sábado inteiro fazendo uma análise, criando teorias e solucionando outras. Descobrindo no que exatamente meus sentimentos se interessam, ou se só estão tirando uma com a minha cara. A conclusão? Meu pau realmente é um cara muito complicado.

Pra começar, fiz uso de um método de pesquisa infalível e que muitos no meu lugar também fariam: a boa e velha pornografia. Precisei saber se meu interesse em homens funcionava só com Eron, ou com outros. E olha só, deu certo. Fiquei duro vendo dois caras se pegando através da tela do notebook. O jeito meio bruto deles foi excitante pra caralho, e tô até agora pensando naquelas cenas e em como eram gostosos.

Depois fui na miniatura de um pornô lésbico. Interessante que mulheres ainda surtem o mesmo efeito em mim, tanto quanto homens. As curvas, peitos e a maciez da pele são característica que continuam me atraindo bastante. Também matou minha dúvida a respeito do que rolou com a Mari.

Esse lance todo não foi fácil de fazer. Entender, principalmente. Quando via um homem atraente, eu não me condenava por isso. Nunca escondi de mim mesmo. Mas a questão estava até onde eu associava isso. Se era só algo sutil, inocente. Ou voltado ao desejo. A grande maioria sempre foi desejo. Mas eu não sabia disso até hoje.

Com isso, finalmente cheguei num acordo com a minha mente. Não só ela, mas com o meu pau também. Nós jogamos para os dois times. Topamos tudo.

Mas ainda sinto que tem alguma coisa faltando. São quase 17h, passei o dia todo no meu quarto dividindo o tempo entre essas descobertas e depois fui jogar. Faz dois minutos que terminei uma partida e estou encarando a tela de Vitória. Em qual das duas dimensões eu realmente venci?

Levanto rápido da cama, pego e minha camiseta. Minha mãe está em casa, o que é um pouco raro. Sinto a necessidade de perguntar uma coisa, porque, quem sabe, ela tenha a resposta. Ela é psicóloga, porra, é claro que deve ter a resposta.

Mas ainda estou hesitante quando chego até a porta de seu escritório. Sei que ela está lá dentro. Comentou com a gente durante o almoço que trabalharia numas coisas até a chegada de um paciente.

Respiro fundo antes de bater. Eu posso fazer isso. Ela vai entender. Certo? Merda.

— Oi, mãe — digo, nervoso, vendo ela de frente à escrivaninha — Está ocupada?

Ela basicamente está só mexendo no celular. Seus óculos de leitura estão um pouco caídos quando olham pra mim. Mas sorri, e volta a olhar para a tela.

— Não, meu bem. Precisa de algo?

Engulo em seco. Eu preciso de algo? Não sei exatamente o que passou pela minha cabeça pra chegar até aqui. Estou com muita vontade de dar meia volta e continuar jogando. Inventar uma desculpa qualquer pra disfarçar minha vinda e depois vazar.

Mas já é tarde demais pra isso. Ela ainda está esperando minha resposta, e com certeza já analisou a situação.

— Na verdade, eu preciso da sua opinião profissional num assunto.

Feito de Luz [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora