Epílogo: Alain

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32 meses depois

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32 meses depois

Verão

Não sei onde foi que o Connor arrumou todos esses cordões e fitas de LED — ainda mais tão em cima da hora —, mas, porra, ele mandou muito bem. Levamos só uns 15 minutos pra estender quase tudo entre o cercado dos apartamentos de cima até as colunas de madeira perto dos arbustos altos. Basicamente criando linhas não muito retas de fios coloridos e brilhantes que ocupam parte da nossa área.

Mal posso esperar pra ver como vai ficar à noite.

Mas ainda temos muito a fazer. O tempo não está exatamente ao nosso favor, e não temos como tolerar erros. É fazer direito ou fazer direito. Só uma pequena retribuição de todo o trabalho duro que Cloe e Katrina vieram fazendo pra deixar esse lugar em ordem e as pessoas que moram aqui, felizes.

Porque ser LGBT num mundo que não te quer, já é desafio o bastante. E esse dia é justamente pra mandar o nosso foda-se — e, claro, lembrar o quanto nossas garotas são importantes para a gente.

O lado bom é que, além de mim e Connor, o pessoal do bar da Jill também veio dar uma mãozinha na arrumação. Carregamos cadeiras, montamos mesas, estendemos faixas e cortinas. Trabalhamos juntos pra deixar o lugar muito bem receptivo e encantador pra quando nossas amigas e mentoras finalmente chegarem da viagem. Sei que não é digno das bodas de ouro no qual saíram de São Francisco justamente pra comemorar, mas dá pro gasto.

— Isso aí, galera, muito bom — Tiana entra pelo portão batendo palmas, nitidamente contente — Continuem assim.

Ela até para pra dar uma olhada ao redor, conferindo se tudo está indo como planejado e, claro, dando bronca no Ryan por não estender as cortinas direito. Típico.

Afinal, a ideia dessa surpresa veio dela. Eu no seu lugar faria a mesma coisa, ou até pior.

— Alain, tem um minuto? — ela toca meu ombro.

Eu e Connor estamos montando uma das últimas mesas que provavelmente carregarão os aperitivos e bebidas.

— Dá pra esperar? Estou quase acabando.

— Na verdade, não. Liguei agora na confeitaria e disseram que o bolo acabou de ficar pronto. Preciso da sua ajuda pra trazer aqui.

— Mas e o Kevin? — franzo a testa e olho pra ela por um segundo.

— O carro dele quebrou. Está agora na oficina tentando resolver. E fora ele, você é o único que tem carro, então...

Encaixo o último pé da mesa com uma força calculada. Então me levanto e respiro fundo, porque é praticamente a primeira vez que parei pra fazer isso.

— Não tem como ir sozinha? É só descer a rua.

— É um bolo enorme, Alain, não tem como eu carregar aquilo sozinha — diz, rindo — Vai levar só alguns minutos.

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