Encontro

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Devo ter usado um conjunto esporte só duas vezes na vida

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Devo ter usado um conjunto esporte só duas vezes na vida. É um modelo que gosto, acredito que fica bem em mim, mas não uso. A oportunidade perfeita nunca apareceu antes e, agora, nem sei se realmente talvez é o momento. Não é nada muito formal, mas também não preciso parecer a porra do príncipe da Inglaterra.

Depois de passar perfume e conferir os detalhes em frente ao espelho, eu vejo se tem alguma mensagem de Mari. Não sei exatamente quanto tempo ela precisa pra se arrumar, mas de qualquer maneira não me importo. Só mando uma mensagem pra ela dizendo que estou saindo de casa.

— Querido... — minha mãe aparece na porta do meu quarto, mas interrompe o que pretendia dizer. Tudo o que faz é me olhar de cima a baixo e depois sorrir como se tivesse aprovado o que viu — Aonde vai tão bonito assim?

— Sair com alguém. Precisa de alguma coisa?

— Não — seu salto faz barulho conforme se aproxima de mim — Vim avisar que também estou de saída.

— Vai aonde?

Ela sorri como se não acreditasse que a pergunta foi séria. Mas se bem que, olhando pra ela com aquele vestido preto, a maquiagem perfeita e seu par de brincos preferido, imediatamente me faz lembrar que hoje é o dia em que ela e meu pai vão a um restaurante.

— Entendi — a encaro — Só toma cuidado pra não beber demais.

— E você pra não voltar muito tarde — ela aperta os olhos.

— Já disse que aquilo não vai se repetir, mãe — protesto e pego minha carteira da escrivaninha.

— É o que eu espero, querido — ela ajeita meu colarinho — Não foi nada legal saber que você demorou pra voltar porque estava num clube de stripp.

Seguro a risada.

— Eu teria ligado pra avisar que demoraria, mas a bateria acabou antes da gente sair do bar — argumento — E pra sua informação, o clube não foi uma escolha minha.

— Mas ficar foi — ela bate carinhosamente seu o dedo na ponta do meu nariz.

Dou risada e guardo meu celular no bolso.

— Posso pegar seu carro emprestado?

— Claro. As chaves estão no balcão da cozinha — diz, mas depois para de andar e vira pra mim — Ah, e a babá já está vindo pra cuidar da Kara.

— Ué, achei que você não contratava mais — provoco.

— E ainda não contrato. É só por hoje — explica — E também é noite, querido, a creche está fechada.

Balanço a cabeça e ela dá uma piscadela antes de sair do meu quarto.

Dou uma olhada rápida pela janela, conferindo se não está chovendo ou algo do tipo. Pra minha sorte, não está, mas é bom levar pelo menos um agasalho.

Feito de Luz [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora