Libertação

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Eron e eu passamos o fim de semana inteiro fazendo tudo o que tínhamos direito

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Eron e eu passamos o fim de semana inteiro fazendo tudo o que tínhamos direito. Rodamos grande parte da cidade indo à cafeterias, shoppings, cinemas e até mesmo um museu. Não faltou atividade pra nenhum de nós, principalmente depois da pergunta que sempre era feita quando saíamos de qualquer lugar: pra onde vamos agora?

Bom, o agora não foi totalmente decidido ainda. Hoje é feriado, temos o dia inteiro livre, mas optamos por dar uma volta no parque primeiro. Quem sabe alguma ideia inédita surja? O problema é que eu não estou pensando muito nisso. Faz uns três minutos que estou sentado num banco pensando praticamente no nada. Eron ficou de comprar algumas bebidas no quiosque que tem aqui perto. Tô só esperando ele voltar enquanto me distraio com um papelzinho de bala.

Levanto a cabeça e a vegetação na minha frente se torna meu próximo alvo. Tem bastante gente aqui. Famílias trazendo seus filhos pra brincar ou outros casais só de passagem. Interessante que tenham escolhido o ar livre pra isso, já que está fazendo bastante frio hoje. Faz uns dias que saímos do outono, mas não tenho notado a diferença. Na verdade, sinto que outra coisa mudou. Só não sei o que é ainda.

— Olha, eu não sei bem como você gosta do seu chocolate quente, mas pedi pra que não colocassem muito leite — Eron aparece do meu lado segurando as canecas que estão com o vaporzinho bem visível saindo em cima — Espero que esteja bom pra você.

— Tá perfeito — pego e já dou um gole.

Não preciso que escolha algo tão específico pra mim. A temperatura e o sabor imediatamente agem como fluído de energia pelo meu corpo. Eron se senta ao meu lado e passa a observar o parque comigo.

— Então? Alguma ideia de onde a gente vai? — pergunta, uns segundos depois.

Nego com a cabeça.

— Nadinha. E você?

Ele solta o ar lentamente. Depois abre um sorriso. Pelo visto deve ter alguma coisa em mente.

— Achei que seria legal se fôssemos naquele parque de diversões. Ainda está aberto — dá um empurrãozinho no meu ombro.

Sorrio, porque uma vez ficamos de ir na inauguração e acabou que nem fomos depois. A culpa é minha, pra ser sincero. Não estava no clima pra parque de diversões e precisava treinar pro torneio de Jiu-jitsu. Por isso arqueio a cabeça pros lados, considerando sua sugestão.

— Pode ser.

Satisfeito, ele cobre os centímetros que faltam entre a gente no banco e encosta a cabeça no meu ombro. Minha intenção seria passar o braço por suas costas, mas ele meio que emaranha o dele no meu. Não tenho outra escolha a não ser deixar que se acomode. Ainda está bem frio, por sinal, e isso ajuda a impedir a corrente de ar entre nós.

Pouco depois da gente terminar o chocolate quente, meu celular vibra. Consigo tirar do bolso sem que precise desvincular meu braço do meu namorado. Mas minha respiração pesa quando vejo quem é. Minha mãe está me ligando. Basicamente pela sétima vez só essa manhã. Faço como todas as outras vezes: arrasto pro lado, recusando a chamada, e guardo no bolso novamente.

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