Vinte e Oito: Sábado: 23/03 - 17:10

41 4 0
                                    

— Relaxe... Tem coisas que levam tempo

e tem outras que o tempo leva.


Com uma capa marrom sobre os ombros, um chapéu pontudo na cabeça e uma varinha em mãos, eu estava pronto para a festa que havia, enfim, chegado. Mas não estava feliz com isso, na verdade.

Estava feliz porque mamãe, nesse tempo, se recuperara de uma tal forma, que me fez abrir os olhos e enxergar o quão forte ela era. O quão guerreira era.

— Querido, você está pronto? Roy e Elisa estão aqui embaixo.

— Já vou descer.

Antes mesmo de chegar ao andar debaixo, já pude ver Roy com a cara toda pálida, junto a uma capa negra sobre os ombros, olhos fundos por causa da maquiagem e uma dentadura horrível na boca, com uma mancha vermelha bem perto dos lábios. Elisabeth estava vestida de pirata. E não uma qualquer e sim a capitã do navio, que quem sabe, iríamos embarcar àquela noite. Com um tapa-olho, dente de ouro falso e um papagaio no ombro, estava exótica. E é claro, que seus cabelos cor de fogo não poderiam ficar de fora, pois estavam tão desgrenhados, que parecia que ela não havia nem peteado eles, só para fazer parte da fantasia que iria usar.

— E aí, Harry Potter! — Disse Elisa, caçoando da minha fantasia, porém achando que havia caído muito bem em mim.

— Olha só quem fala. Você tem uma espada e eu uma varinha. Quem é que vai ganhar o duelo?

— Não me subestime, mocinho. Posso ser uma pirata, mas ainda sou a Elisabeth.

Nós quatro rimos com o comentário.

Mamãe estava tão disposta, que estava preparando algo muito cheiroso e que enxia nossas bocas de água.

— Não é por nada não, sra. Scott, mas o que é que está preparando? — Perguntou Elisa.

— Strogonoff com champignons.

— Podemos esperar? — Disse Elisa, com os olhos esperançosos.

— Mas é claro que não. Vamos. Até chegarmos a casa de Alessa, vai demorar um pouquinho.

— Fique tranquila, Elisa, vou guardar um pouco para você quando voltar.

— Vou roubar sua mãe para mim, Ettore.

Roy, que até agora só ria com o momento, fez uma pergunta mais séria, que levou o silêncio de todos.

— E como a senhora está, sra. Scott?

— Estou muito bem, querido. Obrigada por perguntar. — Disse ela, me dando uma cópia da chave da porta, que estava na mesinha de centro da sala.

— Desde quando...? — Perguntei, olhando para mamãe, pasmo com o gesto.

O que dirão as Estrelas?Onde histórias criam vida. Descubra agora