2.

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Ele a viu pela segunda vez no mesmo dia em que ele a viu pela primeira vez, porém horas mais tarde. Estava no meio de uma live quando ouviu a campainha soar. Franziu o cenho — não esperava por ninguém e não pedira comida ainda.

O loiro levantou-se e foi abrir a porta após deixar a live no mudo. Surpreendeu-se ao encontrar a garota que vira no elevador do outro lado, com os cabelos presos, um pano de prato nas mãos e uma expressão nervosa no rosto. Um cheiro gostoso de comida invadiu o apartamento.

— Pois não? — perguntou, confuso, encostando-se no batente.

— Oi, eu, hum. Eu acabei de me mudar para o apartamento da frente — ela apontou pra porta aberta atrás de si. — E, bom, eu sei que isso é meio estranho, mas eu fui cozinhar, e eu acabei fazendo comida demais. Eu só queria saber se você já jantou? A senhora que mora no fim do corredor já, mas ela aceitou levar um pouco num potinho que pegou na casa dela, e, sabe, se você quiser fazer o mesmo... Ou você pode ir comer lá dentro também, eu não me importaria. Ou você pode só dizer não, eu sei que a gente nem se conhece mas... Ai, sei lá.

Ele riu baixinho ao vê-la esconder o rosto no pano de prato.

— Eu adoraria — respondeu, fazendo com que ela parasse para encará-lo. — Você espera aqui? Eu só vou colocar um chinelo e terminar uma coisa que eu 'tava fazendo, vou demorar uns cinco minutinhos.

— Sem problemas! — ela sorriu, seu corpo inteiro relaxando, e ele sorriu de volta. Preparava-se para entrar novamente quando ouviu a voz dela mais uma vez: — Meu nome é Maria Vitória, por sinal, mas você pode me chamar só de Vitória, ou de Mavi.

Ele virou-se para responder:

— O meu nome é Rafael.

Trocaram um sorriso, e então o loiro sumiu para dentro de seu apartamento, sem conseguir ignorar aquele frio em sua barriga por saber que a menina bonita do elevador esperava por ele em sua porta.

elevador • [r.l.]Onde histórias criam vida. Descubra agora