13.

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Rapidamente, Maria Vitória se tornou o ponto alto de seus dias.

Não conseguiam se ver todos os dias, mas passavam um tempo enorme juntos, e de vez em quando Rafael tinha a impressão de que a vizinha era sua colega de apartamento — não era incomum que ela levasse Eredin para passear quando ele estava ocupado com alguma coisa, ou que encontrasse sapatos da morena perdidos em diferentes lugares da casa.

Era fácil se acostumar com a presença de Mavi, e mais fácil ainda esquecer que não a conhecia fazia tanto tempo assim.

Lembrava-se muito claramente da noite em que ela o chamara para sair pela primeira vez.

— Sabe, a gente podia ir assistir um filme...

— Na sua casa ou aqui?

Ela silenciara por um segundo.

— No cinema — respondeu, sem graça, seus olhos se arregalando ao ver a cor vermelha que logo invadia o rosto do loiro. — Só como amigos, óbvio.

— Sim, sim, claro. Digo, é só isso que a gente é, certo? Amigos.

A morena assentira veemente e tudo se resolveu.

Rafael fazia questão de se lembrar daquelas palavras sempre que ela apoiava a cabeça em seu ombro durante os vários filmes que viam no cinema do shopping praticamente todo fim de semana.

Tinha a impressão de que o tempo estava passando mais devagar. Tudo em sua vida sempre parecera muito corrido, segundos virando minutos e logo em seguida horas, um dia atrás do outro antes que pudesse piscar.

Agora, o tempo não passava e encarava o celular esperando horários sem nem ao menos saber quais.

Mas se sentia bem, se sentia realmente bem. Imaginava que talvez fosse tudo um ápice de adrenalina temporário, uma simples fase boa, mas se recusava a reclamar.

Era bom ir dormir animado com o dia seguinte, mesmo sem saber o porquê da animação.

elevador • [r.l.]Onde histórias criam vida. Descubra agora