Ele bateu na porta algumas vezes, mas a única resposta que teve foi um suave "entra" que com certeza não teria ouvido se não estivesse prestando atenção.
A porta estava trancada, então Rafael pegou a chave que ficava escondida no vaso de planta ali perto (que por sinal, estava se tornando praticamente sua chave) e entrou. Estava tudo escuro, mas ele podia ver a luz que vinha do quarto dela, lá do outro lado do apartamento. Deixou o pote de sopa que trazia consigo dentro do microondas e foi atrás dela.
— Mavi?
A morena estava escondida debaixo dos cobertores, com apenas a cabeça à mostra. Por um breve momento, Rafael hesitou: ela não parecia doente, apesar do rosto vermelho e dos olhos inchados.
Aproximou-se devagar, sentando na beirada da cama e encostando as costas da mão à sua testa.
— Você não 'tá com febre, eu acho — ele resmungou, encarando-a de sobrancelhas franzidas, enquanto a menina olhava para tudo, menos para ele. — O que você acha que você tem?
— Não sei — ela respondeu, com a voz meio rouca. — Um pouco de descanso vai ser suficiente. Você devia ir pra casa, você não pode perder o filme.
Rafael revirou os olhos, sorrindo de canto.
— Mavi, eu não faço questão de ver o filme na estreia. Você é minha amiga e eu quero ajudar. Eu deixei a sua sopa na cozinha. Quer comer agora?
Ela suspirou em derrota, concordando, e se levantou. Os dois foram juntos para o outro cômodo, conversando em voz baixa, como se estivessem se escondendo de alguém.
Mavi tomou a sopa em silêncio. Parecia perdida em pensamentos, e Rafael sentia sua pele formigar em nervosismo.
— Vitória, aconteceu alguma coisa? — ele perguntou, preocupado, e ela pareceu voltar ao mundo real. Ele pôde ver o desespero que cruzou os olhos escuros da morena antes que ela perguntasse de volta, com a voz aguda:
— Que horas são?
Ele sabia que ela queria distraí-lo, mas não questionou. Ao perceber que deixara o celular no quarto dela, pediu licença e foi procurá-lo.
Seu celular estava logo ao lado do dela, na cômoda. Pegou-o e estava prestes a virar-se e ir embora quando a tela da garota brilhou. Não planejava invadir a privacidade da vizinha, mas seus olhos trabalharam antes de sua mente e então as palavras já estavam gravadas em sua memória:
giulia g
feliz aniversário, gata! espero que você esteja se divertindo aí em são paulo. quando você vem me ver em presidente? to com sdds da minha amiga de festinhas 23:34Paralisou, surpreso. Piscou algumas vezes, sem reação. Ouviu a voz de Mavi vindo da cozinha.
— Rafael? Tudo bem aí?
Ele piscou uma última vez antes de voltar para onde ela estava, com uma pergunta inocente na ponta da língua, que fez com que a menina parasse todos seus movimentos assim que a ouvisse:
— É seu aniversário?
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elevador • [r.l.]
Fanfictiononde rafael se apaixona pela garota que conheceu no elevador.