5.

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Apesar de viver no apartamento à frente do seu, nunca recebera Maria Vitória em sua residência. Ela conhecia Eredin, já que o mesmo sempre vinha lhe fazer festa quando chegava para chamá-lo, mas nunca realmente passara da porta.

Ouviu a campainha soar horas antes do normal, então levantou-se e foi até a porta. Sorriu ao encontrar uma Mavi suja de farinha do outro lado.

— Rafael, você tem sal? O meu acabou, e, a não ser que você queira jantar comida sem sal...

O loiro riu, abrindo mais a porta para deixá-la entrar, o que ela prontamente fez. Apenas minutos depois, após ela sair com a quantidade exata de sal que queria em uma pequena xícara, que ele percebeu que aquela fora a primeira vez que Vitória adentrara seu apartamento.

Era estranho pensar que, até então, ela não conhecia o lugar onde ele vivia. Às vezes, tinha tanto a impressão de que ela a conhecia melhor do que os outros que se esquecia de que, na realidade, ela o conhecia muito pouco.

Às vezes, se esquecia de que conhecia Maria Vitória não fazia nem um mês e meio — parecia muito mais, principalmente agora, que ela começava a falar mais e suas conversas deixavam de ser majoritariamente unilaterais.

O som de Eredin derrubando alguma coisa no escritório fez com que Rafael voltasse para a realidade.

elevador • [r.l.]Onde histórias criam vida. Descubra agora