capítulo 66

1.3K 94 2
                                    


Parece que tudo ao meu redor vai acabar. Estou vendo tudo dançando ou criando vida...haha é tudo tão engraçado...

Berg- Aqui...tome m-mais um pouco disso...

Tento me concentrar na sua mão e pegar a garrafa de bebida, mas não da certo e acabo me desequilibrado e caindo da cadeira. Começo a rir que nem uma condenada.

Bia- E...eu ach..o que...a Bia bebeu demais..._ Digo sem parar de soltar risadas e alguns soluços.

Alguém me puxa pelo braço, os meus cabelos cai sobre as minhas costas, enquanto entro em contato com a pessoa que desconheço.

??- Parece que você gosta de dar trabalho...

Reconheço esta voz mesmo estando bebada. Ainda desequilibrada o empurro para longe, caindo de volta no chão.

Bia- Ah me dei...hahaha, DEIXA!_ Grito.

Olho para o outro lado vendo a americana caída no chão com um copo na mão. Me arrasto no chão de olhos fechados e rindo sem parar. Já preparada para gritar de onde eu estava o barman, desmaio.

(...)

Acordo aos poucos sentindo estar nos braços de alguém, percebo estar de frente ao meu apartamento.

Bia- Humm_ Murmuro fazendo careta.

Tento abrir os olhos, mas a dor de cabeça que me consome não deixa, então me aconchego ainda mais nos braços de quem me segura.

??- Parece que alguém acordou...

Sonolenta escuto a sua voz, a não...

Breno- Quem é!?

Me esforço para abrir os olhos e despreocupar o meu amigo.

Bia- Breno...

O idiota me deixa no sofá e ainda de olhos fechados percebo o mesmo se distanciar.

Breno- BIA!?

Dou um pequeno sorriso percebendo a preocupação e a irritabilidade em sua voz.

??- Na próxima tranca a porta e esconde a chave._ Ele diz ainda preocupado._ Não se pode deixar alcoólatras desse tipo soltas por ai..

A porta é fechada e eu logo trato de procurar o meu amigo. O encontro parado no corredor.

Bia- Estou aqui no sofá, Breno...

Ele vem até mim e senta ao meu lado. Encosto a minha cabeça no sofá e fecho os olhos.

Breno- Aonde estava? Por que saiu daquele jeito!? Eu fiquei preocupado, caramba!

As suas perguntas faz com que eu me lembre o motivo de eu estar assim dando início as primeiras lágrimas.

Bia- AaaA...Ele..._ Entre lágrimas tento dizer e o mesmo me abraça._ ele...

Breno- Você está bebada...

Ele diz sentindo o cheiro de álcool que vinha de mim mas, me afasto o olhando.

Bia- Não...Não eu estava bebada. Não estou mais!_ Falo tentando parecer convicta do que eu dizia.

Deito a minha cabeça no seu colo e escuto a sua risada. Volto a chorar que nem uma criança, enquanto ele passa a suas mãos nos meus cabelos bagunçados.

Breno- Shii...vai ficar tudo bem, minha pequena_ Ele tenta me acalmar e eu fungo o meu nariz ficando mais calma com a sua voz e seu carinho._ diga-me o que aconteceu.

Tento explicar tudo des do início ao fim.

(...)

Bia- Ah, eu to tão mal...

Soluço ao terminar de falar, passando uma das minhas mãos no rosto.

Breno- Vo...

Não o deixo terminar de falar e levanto a minha cabeça do seu colo.

Bia- Acho que preciso de uma história..._ Falo mais para mim do que para ele._ Por que não me conta a sua história para eu dormir?

Contente volto a deitar no seu colo.

Breno- A minha história?_ Ele pergunta confuso.

Bia- Sim. Como você começou a morar nas ruas?

Escuto a sua risada abafada.

Breno- Com toda a certeza, você ainda está bebada._ me aconchego esperando que o mesmo começasse._ tudo começo quando eu e a minha namorada estávamos voltando de um jantar na casa dos seus pais de carro. Ela foi a estrada toda reclamando porque queria ter dormido na casa de seus pais mas, eu teria que acordar cedo para ir trabalhar na empresa de seu pai. E ele era muito exigente so pelo simples fato de nunca gostar de mim e por eu ser de classe media. Então, isso já seria dois motivos para eu não ter que dormir lá. O sinal estava fechado e eu já estava ficando cansado de ter que ouvir as suas reclamações e gritos chamando a atenção de quem estava do outro lado. O sinal se abre e ela me defere tapas por eu não estar lhe dando atenção. Mas chega um certo ponto que acabo me irritando e assim perdendo o controle do carro, sendo atingido por um caminhão e batendo em um ônibus.

Bia- Meu Deus eu..._ Digo colocando a mão na boca, mas ele me corta.

Breno- Shi...deixe-me terminar, por favor._ fico quieta me sentindo pior do que antes._ eu acordei em um quarto de hospital com o rosto todo enfaixado e sentindo o meu corpo todo dolorido. De início tento me levantar mas, sou impedido por uma enfermeira e aos poucos tudo que aconteceu na outra noite veio a minha mente, então eu já desesperado pergunto sobre a minha namorada. A enfermeira fica em silêncio, pergunto novamente e recebo a notícia da sua morte. Eu fico maluco e querendo sair e correr para encontrar ela mas, sou sedado e assim acordando depois de cinco dias e ainda com as faixas no rosto._ Ele pausa puxando o ar e continua._
Todos os médicos tentaram me tranquilizar mesmo sem eu saber o porquê. Fico irritado e pergunto o que estava acontecendo e por que eu ainda estava com aquelas faixas. Depois de horas eles contam a verdade e eu não queria acreditar em nada que eles me falavam. Eu iria ficar cego por resto da minha vida. Recebo alta e com a ajuda de algumas enfermeiras consigo ir para a antiga casa que ela e eu tínhamos comprado, mas que seus pais venderam me deixando sem onde ficar. Tentei conversar com eles, mas eles so sabiam me culpar da morte de sua filha. Fiquei sem onde ficar, me despediram, tentei diversas vezes encontrar algum outro trabalho mas, quem iria contratar um cego como eu?

Bia- Desculpa eu não deveria...ah eu sinto muito!

Choramingo o abraçando.

Breno- Tudo bem. Afinal, isso não é a sua culpa e sim da vida, do destino...

Bia- Não, você..._ Fico sem o que falar arrependida.

Breno- É melhor você ir dormir_ Concordo e levanto indo para o meu quarto ainda tropeçando em alguns passos, mas paro ao ouvir o que ele disse._ sabe por que muita gente quebra a cara na vida? Porque acredita no errado, dúvida do certo,
Abandona o verdadeiro e valoriza o falso!

O olho por cima do ombro parada no corredor.

Bia- por que eu daria ouvidos a um cara que põe a culpa na vida e no destino?

Saio por fim indo para o meu quarto e me jogando em cima da minha cama.

Continuando...

Do Ódio Para O Amor [✅] PASSANDO POR REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora