Capítulo 32 - Sim

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Gisele



Aproveitamos os outros dias,até a nossa exaustão. Fomos dar uma volta de barco, nadamos, conhecemos os pontos turísticos de Paraty, e conhecemos um casal que só sabia brigar,em plena lua de mel. Eles se surpreenderam quando dissemos que essa era a nossa segunda, e que já passavamos de uma década de casados. Coisa rara, eles diserram e a moça susurrou-me um : Eu nem sei se passo de amanhã casada. Meu marido é um traste. Eu ri,e lembrei-me de como eu era no início. A puxei pelo braço, e a levei a um lugar mais reservado. Contei sobre a forma que eu o tratava na época. O jeito rude, e sem tato que a Gisele alcoólatra gostava de corresponder as pessoas que se aproximavam. Ela ficou assustada, mas a tranquilizei. Eu já não era mais aquela, mas uma outra versão mais sutil de mim mesma. Expliquei os motivos que me levaram a ser quem eu era. Os porquês, das coisas e ela parecia entender, apesar de se espantar com a mulher que conversava com ela. No final, dividi meus apelidos. Ela sorriu. Me abraçou, e disse-me que iria ter uma conversa séria com seu marido. E que tentaria manter contato depois disso, comigo. Nos abraçamos, e os rapazes se aproximaram de nós. Ela levantou-se de onde estávamos, sentadas em uma das cadeiras da área do nosso hotel, e deu a mão ao marido,e o levou para outro lugar. O Nícolas sentou-se ao meu lado. Olhou-me no fundo dos olhos,e sorriu.

— O que foi? — O questionei curiosa. Ele sorria, admirado por me observar por algum tempo.

— Tenho tanto orgulho de você. — Eu acabei sorrindo. Não se ouve isso todo dia. — Você é uma mulher tão forte. Lidou com tantas coisas dentro de si, e aprimorou-se na sua melhor versão. Mas não deixou de ser quem era, e me amou apesar de todas as minhas dúvidas.

— Eu sempre vou te amar.— Contei. — E quando não amar, acharei motivos para me lembrar o porque te ter te escolhido. — Ele sorriu,e me beijou.

— Ficou feliz em saber disso.
— Olhamos pro mar, que se agitava no horizonte.

— Eu acho que salvei o casamento deles! — Comentei. Ela tava pensando em deixa-lo.

— Ele também me disse isso.
— Constatou. — Ele disse-me que se arrependia,porque achava que o casamento foi algo muito precipitado.

— E o que você disse? — Olhei em seus olhos.

— Que o amor é algo precipitado.
— Eu ri. — Que te amar, foi uma loucura. Porque eu tinha medo de te perder, e ao mesmo tempo queria te ver longe. Que eu não me sentia preparado pra casar, mas te pedi em casamento e nos casamos naquela capela em Las Vegas. Que eu, depois desses anos todos, ainda me sinto um menino que acabará de te conhecer,mas que de uma coisa eu tinha certeza. Que eu te amo, e que não me arrependo de ter dito sim naquele altar. — Minhas lágrimas já rolavam.
— A vida a dois é difícil, muito difícil.
— O jeito que ele enfatizou,me fez sorrir. — Mais a beleza das coisas é lutar,dia após dia para reacender os motivos que te fizeram escolhe-la.

— Você disse tudo isso a ele? — Ele assentiu.

— Hoje, se eu tenho forças pra lutar por nossa família, e graças a você. Eu me agarro ao nosso amor, pra ser minha melhor versão. E quando a escuridão tentar voltar pra dentro de mim, eu luto com todas as minhas garras para afasta-las. Não é fácil, mais com você ao meu lado se torna possível, entende? — Eu assenti,e ele abraçou-me,e eu deitei minha cabeça em seu ombro. Subimos pro quarto, e eu liguei pro Davi. Perguntei como andava as coisas na Renome,e ele afirmou-me que tudo ia bem,mas que eu iria ter uma surpresa quando chegasse. Tentei força-lo a me contar,mas ele não me disse uma palavra se quer, sobre aquele assunto. O Nícolas também ligou pro Artur, e o prometeu que até o final de semana já estaríamos de volta.




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