Capítulo 41 - Sua familia é a minha

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Gisele


Seu Sidney virou o meu outro pai. Aquele que apesar do ódio que eu sentia por ele, ele só  soube derramar amor. Ele só soube ser aquela muralha impenetrável derrubando qualquer investida ruim que eu o lançava.  Vê-lo bem, me deixava bem. Apesar de não admitirmos um pro outro,dentro de nós travamos uma batalha diária.  Um luto insistente e obscuro. Dona Marina se foi, e apesar de tudo saber que ela se importava comigo dessa forma me deixava ainda mais orgulhosa da mãe que tive. Eu mesma, as vezes penso que sou apenas mais alguém no mundo e que meus sonhos são irrelevantes aos dos outros. Isso só me mostra o tamanho da força que ela tinha, e da dimensão do seu potencial investido em mim. Seu Sidney levou-me de volta pra casa. Ajudou-me a carregar aquela caixa e brincou rapidamente com o Fêlix. Eu andava me adiando por estar vulnerável e chorosa atoa. Dentro de mim um êxtase aburso que me fazia querer gritar as quatros ventos que eu, Gisele morais iria ser mãe.  Que finalmente meu pequeno artigo viria ao mundo. Mas como  anunciar por aí, antes mesmo do meu ruivo saber?
Levei seu Sidney até a porta, após me despedir com um abraço afetuoso e voltei a ligar pro Nícolas. Ele não atendia. Resolvi guardar a caixa dentro do guarda roupa, eu pretendia fazer aquela surpresa com balões e os sapatinhos mas estava cansada demais pra fazer isso agora. Então apenas a guardei e resolvi ir tomar um banho quente.


Nícolas



O dia foi cansativo demais,  e eu estava exausto. Pedi licença pro pessoal do canal e afastei-me. Eu precisava respirar um ar menos afetado por aquele estresse. Ar puro,pensei comigo mesmo. Eu não nasci pra ficar em pé, olhando pra uma câmera o dia todo. Aquela luz, aquelas vozes. Aquilo tudo era demais pra mim. Eu sempre gostei de gente,olhar no fundo dos olhos,sorri fácil pra lábios sinceros. Observar o mundo, e mergulhar nos prazeres que a naturezaproporciona. Como sinto saudades dos tempos em que eu rodava ao mundo sem destino.  Sem cobranças,  sem compromissos, sem pressa. Como a vida era boa naquela época, ela não deixou de ser, mas antes as coisas eram mais fáceis.  Hoje em dia, eu virei o Sarkozy empresário, e não mais o Sarkozy filho. 

— Nicolas. — Chamaram-me, e eu rapidamente sai dos meus desvaneios.
— Sua mãe tá tentando te ligar, mas tá dando fora de área.  Ela ligou pro escritório e por acaso eu ouvi,tocando e urgente.
— Puxei meu telefone do bolso, e vi que a rede tinha caído.

— Vou retornar agora. Obrigado. — E entrei atrás da moça, que trabalhava conosco a algum tempo. Depois da Fernanda, meu outro amor virou a Gisele. Na verdade a Fernanda nunca foi o meu amor pra vida toda, ela apenas foi um dos amores.  A Gisele, ela me enlouqueceu de todos os jeitos. Depois dela, meu olhar pras outras mulheres havia mudado. Eu não as despia mais com os olhos, não fazia questão de seduzi-las com o meu charme e muito menos  perder tempo com elas. Eu as olho aprecio suas belezas, e formas mais não me conecto a elas. Me sinto roubado o tesão, era como se a Gisele tivesse me punido a ama-la a vida toda,mesmo que seu amor as vezes me machuque ao ponto deu me odiar por ama-la. E ama-la ao ponto deu me odiar. É confuso,eu sei mas é isso que ela causa em mim nesses anos todos. Cheguei na sala, após me esquivar daquela gente toda. Fechei a porta e retornei a ligação pro celular da minha mãe.  Logo ela atendeu.

— Mãe.
— Nicolas, seu pai passou mal e teve que vim pro hospital. Acho que é grave. Disseram que ele irá ter que ficar internado pra investigarem com cautela o que pode ser.

— Me passa o endereço por mensagem, que eu já tô indo pra aí.

—  Eu tô com medo Nícolas, não quero perder seu pai.

— Calma. Ele vai ficar bem.

— Não demora. — E desligou. Eu respirei fundo. Eu precisava me acalmar. Era muita coisa pra um Sarkozy só.

— Nicolas. — Bateram na porta.

— Entra.

— Tá tudo bem?

— Não.  Meu pai foi levado pro hospital,  não tá nada bem. Eu tô indo pra lá.  Peça descupa ao pessoal, eu não tô com cabeça pra terminar a gravação.  Pergunta se podemos marcar pra outro dia.

— Não só podemos, como vamos. Vou dispensar todo mundo, e vou com você pra lá. Sua família é a minha.

— Obrigado.

— Vou pedir pra minha irmã, cuidar do Gregos. Me espera?

— Claro.

— Ah, não esquece de avisar a Gisele. Deve estar preocupada com o seu sumiço. — E se foi.  Rapidamente liguei pra Gi, não demorou muito e ela atendeu.

— Nicolas, tava quase indo atrás de você. Só não fui porque tô exausta.
— Eu ri.

— Eu também estou exausto.

— Tenho tanta coisa pra te contar. Já tá vindo pra casa?

— Não, eu vou no hospital. Meu pai foi levado pra lá,  passou mal. Enfim... Nem sei que horas vou chegar aí.

— Quer que eu vá com você?

— Não, precisa. O Artur vai comigo.

— Tá bom então.

— Tenta não demorar muito.

— A maldita sendo a maldita. — Ela riu.
— Pelo menos a maldita te faz ri.

— Faz sim, além disso ela me faz muito feliz também.

— Por isso te amo, você tem muito amor pela sua vida em me afirmar isso, sempre que pode.

— Nicolas, tô pronto. Vamos? — Era o Artur. Eu assenti.

— Gi, descansa. Eu vou desligar. Tá na hora deu ir.

— Se cuida. Seu Lúcio é forte, vai ficar tudo bem. 

— Tomara.

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⏰ Última atualização: Aug 09, 2022 ⏰

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