Gisele
Abri meus olhos e senti minha cabeça rodando. Me sentei na cama, passei as mãos sobre meus olhos e os esfreguei. Olhei ao redor do quarto e não encontrei o Nícolas. Coloquei-me de pé e desci as escadas. A casa estava silenciosa. Me sentei no sofá, e me segurei para não chorar assim que meus sentimentos afloraram novamente. Peguei o telefone da mesa ao lado do sofá e disquei o número do meu ruivinho. Logo ele atendeu.
— Gi... — Sua voz estava calma.
— Já acordou? — Indagou-me e eu esfreguei meu olhos e me encolhi no sofá.— Eu não te vi. — Confessei. — E não encontrei ninguém aqui ,pela casa. Onde foram todos?
— Eu vim na casa da Helena,com a Fê e o Miguel. A Pérola fugiu para cá,no meio daquela confusão toda.
— Me disse e logo uma lágrima pecorreu meu rosto,com as lembranças do que houve.— Ela está bem? — Pude ouvir a sua respiração pesada.
— Sim. — Afirmou-me. — Daqui a alguns minutos chegamos ai.
— Gi,você não viu o bilhete que deixei pra você, ao seu lado na cama?— Não vi. Eu apenas acordei e me levantei. — Lhe disse. — O Erick , cadê ele? E o Sidney? — O indaguei preocupada. — Estão com você?
— Eles estão resolvendo algumas questões importantes. — Me disse e logo calou-se. Pude ouvir novamente a sua respiração pesada. — Sobre sua mãe. — Me disse por fim. Ele estava tendo o cuidado para não falar nada que pudesse me ferir ainda mais.
— É... — Murmurei, forçando a voz sair. — Eu sei... — Apenas lhe disse isso.
— Gi, Vou desligar.
— Comunicou-me. — Eles já estão voltando para o carro. — Suspirei.
— Até daqui a pouco...Te amo!— Também te amo. — E ele finalizou a ligação. Eu fiquei sentada no escuro, até que eles pudessem voltar. Lembrei-me de que eu não havia deixado comida pro Félix no meio dessa confusão toda. Me segurei para não chorar. Eu queria pensar em outras coisas,mais não me vinha nada. Fiquei travando uma batalha dura ,comigo mesma ,até que eu pudesse ouvir a porta se abrir.
Assim que acenderam a luz , eu corri para abraçar a minha pequena. O Nícolas me beijou, rapidamente assim que me desprendi da Pérola. E a abraçou em seguida,e depositou um beijo no topo de sua cabeça com mais calma e aliviado por nos ver bem.Algumas horas depois
Gisele
Já estávamos em casa. Tomei uma ducha rápida e me vesti. O Nícolas preparava um café da manhã pra gente. A primeira coisa que fiz quando entrei em casa, foi alimentar aquele pobre gato. Mal chegou e já o deixei com fome. Tadinho. Assim que voltei para a cozinha,me sentei no balcão , o olhei. Ele estava sem camisa, mexendo com a colher de pau na panela. O cheiro estava delicioso.
— Fiz ovos mexidos pra gente. Comprei aquele bolo que você gosta e pães frescos. Trouxe alguns biscoitos da casa da Fernanda também.
— Assenti. O Félix começou a se esfregar na minha perna. Eu o peguei no colo e o acariciei. — Ele gosta de você! — Me disse o Nico, cortando o pão. — Todo mundo que te conhece gosta de você. Você brilha,quando sorri. Fala besteiras e sabe sair de uma furada. — Ele sorriu fraco. — Vai ficar tudo bem, tá?— Eu sei. Uma hora vai.— Constatei. Ele aproximou-se de mim e me beijou nos lábios e em seguida eu o abracei forte.
Um dia depois
Acordei no susto. Tive um pesadelo horrível. Sonhei que estava tentando segurar a mão da minha mãe que afundava na areia movediça. Eu gritava , tentava segura-la com toda força,mais ela desapareceu. Afundou na areia e me deixou. Abro meus olhos e choro, ao perceber que aquele sonho fazia sentido, que aquele sonho era outra despedida. Respiro fundo,e tento me controlar. O Félix sobe na cama e se alisa em mim, me chamando ao som de seus miados fracos. O pego no colo e o abraço forte, forte o suficiente para não deixa-lo fugir de mim. Minhas lágrimas se misturam ao seus pêlos,e ele se espreme para se soltar dos meus braços e eu o aperto de novo e respiro fundo algumas vezes. Eu tinha que me manter controlada. Eu tinha que fazer isso por ela e por mim. Olho na mesinha que ficava ao lado da cama. Havia um pequeno papel ,escrito com a letra bagunçada do meu ruivinho. Ele dizia que voltaria em breve para me buscar. Meu corpo gelou, ao me tocar que eu teria outro bague para enfrentar. Era chegada o momento do Adeus. Voltei a me deitar,o Félix se soltou finalmente dos meus braços,eu me abracei forte,encolhida na cama como uma criança desprotegida. Um som me tirou dos meus desvaneios depressivos,o som das batidas vindo da porta. Alguém batia nela,com cuidado. Sons limpos e leves. Não me importei ,eu não queria sair dali tão cedo, eu queria me enfiar no meu mundo e fingi que estava tudo bem,apesar de não está. Bateram de novo, dessa vez com um tom acentuado maior.
— Gisele! — Gritaram. — Nícolas!— O chamaram. Aquela voz? Eu conhecia aquela voz? Me sentei na cama,e calcei meus chinelos. — Gisele,Você está ai? — Esbravejou uma outra voz,familiar. Corri até a porta e a abri. Sorri aliviada por vê-los e foi impossivel não deixar minhas lágrimas rolarem. Eu me joguei nos braços do rapaz,que tinha a mesma idade que eu.Cabelos loiros escuros, olhos grandes dividindo espaço com seus óculos quadrados de grau. Ao seu lado , sua agora esposa , a Ana.
— Me desculpe,só consegui chegar agora. — Sussurrou com a voz embargada, me abraçando forte.— Eu sinto muito. — Murmurou a Ana ,me desprendi dos braços do meu primo e a abracei forte. Me desprendi dela rapidamente e voltei a abraçar meu primo e acabamos chorando juntos. Ele sabia o tamanho da minha dor, e eu sabia que a dele se igualava a minha.
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Meu pedacinho tão esperado✔
Romansa→PLÁGIO É CRIME← ↓↓↓ Sequência de livros Livro 1 -Pedacinho meu Livro 2- Um pedaço de mim Livro 3- Um pedacinho de nós dois Livro 4 - Meu pedacinho tão esperado (Continuação do livro 2) Livro 5- Um pedacinho do meu C...