Capítulo 20

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Depois da frustração da segunda, não encontrei mais Noah. E não tentei. Juro. Só fui à casa dos meus pais todos os dias da semana, e se por um acaso eu não o visse na rua não é, pode acontecer. Não recebi nenhuma noticia. E nem o reencontrei. Acho melhor assim, quando menos o ver menos caraminholas coloco na cabeça.

Tentei marcar algo com Joalin na sexta-feira antes de irmos para a bendita fazenda, mas ela não quis. Além de melar com o meu momento com Noah, ainda se recusa a sair comigo. E tudo por culpa de quem, claro Bailey. Ele viria para comemorar o aniversario dela. Algo me diz que esses dois vão acabar namorando sério. Formam um belo casal, mas se Joalin namorar, vou ficar sem nenhuma amiga solteira. Totalmente sozinha. Ah porque tinha que ter azar justo para relacionamentos?

No sábado de manhã combinamos de nos encontrar em frente a minha casa e irmos nós três juntos no carro de Joalin. Além de ir sozinha, ainda vou segurando vela.

- Deixa que eu dirijo, Joalin, não quero ficar vendo o mel de vocês. – estávamos colocando nossas mochilas no porta-malas.

- Que mel Sina – disse Bailey. Ele acha que não sei do climinha dos dois, até parece ta quase escrito na testa deles que estão bem “amarrados” um com o outro.

- Não se faça de inocente. Não combina com você. – revirei os olhos e fui fechar o porta-malas.

- Não fecha ainda, ta faltando uma mochila.

- Mochila de quem Joalin? Já colocamos todas as nossas coisas aqui.

- Ta faltando uma pessoa. – Uma pessoa? Joalin me ligou ontem e disse TRES pessoas iriam ao carro, eu, ela e Bailey. Três, mas ninguém.

- Não falta mais ninguém Joalin, todos já foram. Só falta a gente, porque você atrasou para passar aqui. – havia demorado vinte minutos a mais do combinado para chegar. Aposto que sei o que estavam fazendo. Às vezes acho que minha mente é um pouco maliciosa. Um pouco.

- Falto eu. – olhei para frente, Noah vinha pela rua trazendo uma mochila nas costas e um lindo sorriso no rosto.

Ah não! Não quero ir com ele, ainda não me recuperei do trauma da última vez que nos vimos. Ele vai olhar para mim e lembrar-se de intestino preso, ou de laxante e qualquer coisa que se relacione a isso. É muita vergonha.

Soltei a porta do carro por impulso e esqueci-me de tirar a mão do carro. A porta veio com toda a força em cima de minha mão.

- AAAAAAAAAAAAI!!! – gritei assim que senti a lataria e minha mão no meio. Como dói. Alguém abriu a porta rápida e malmente consegui tirar a mão do lugar. Senti meus olhos encherem de lágrimas e minha mão latejar.

- Sina... – Joalin segurou minha mão com delicadeza. – Amiga, ta doendo muito? Será que quebrou? Vamos levar para o hospital.

- Não quebrou não, não foi tão forte assim. A mão dela tava na borracha. – Bailey apareceu do meu lado. – Mas machucou feio.

Olhei para minha mão estava um vergão e latejava muito.

- Tá doendo. – choraminguei.

- É melhor por um gelo. – Noah também se aproximou. – Você é muito estabanada Sina, poderia ter sido pior. – Além de machucar a mão por culpa dele ainda quer dar lição de moral.

- A culpa é sua! – fiz cara de choro. – Tá doendo muito.

- Vai buscar gelo para ela Joalin. – ele pegou minha mão e Joalin saiu para dentro de casa. – Não sabia que tinha esse efeito tão negativo em você.

- Pois tem. – olhei para o chão ainda bicuda. E para minha surpresa Noah beijou minha mão machucada com toda a delicadeza e cuidado.

Não esperava por isso. Realmente me surpreendeu, e não pude deixar de sorrir. Acho este gesto tão meigo e fofo. A vergonha e raiva até se amenizaram depois desse momento. Noah realmente não era o de antes. E estava cada vez mais encantada com este homem.

Joalin veio minutos depois com um saquinho de gelo. Minha mão estava vermelha, começando a inchar e latejava muito ainda, mas com o gelo logo melhoraria. Ficamos ali por mais alguns minutos até terem certeza que tudo estava bem e depois seguimos viajem.

Não poderia ir dirigindo mais, então Bailey foi à direção e Joalin no banco do carona, sobrando eu e Noah atrás e só então me dei conta que faltava Zoe.

- Cadê sua namorada? – perguntei de repente.

- Em Nova York, ela foi a um congresso Internacional.

- E você ficou sozinho?

- Sim, ela volta daqui a uma semana. – Uma semana sem Zoe, um final de semana sem Zoe. A chance perfeita para meu plano "xô azar". – Já estou com saudades.

Já me arrependi por ter pensado que poderia tirar proveito da situação. Não era certo com ela, que está tão longe, fazer algo desse tipo. Ele gosta dela e odeio meu peso na consciência por tentar desvirtuá-lo.

- Você gosta muito dela não é? – perguntei já sabendo a resposta.

- Muito. – sorriu. – E sua mão melhorou?

Quero um dia poder encontrar alguém assim como ele. Não só lindo e charmoso, mas que sinta todo esse amor e carinho por mim.

- Um pouco. – Estendi minha mão a ele. Agora estava só vermelha e dolorida, inchaço havia sumido por conta do gelo.

- Logo melhora. – passou o polegar por minha mão. – Você era mais forte no passado.

- E você era menos atencioso no passado. – revidei.

Procura-se o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora