Noah me levou para dentro, no seu colo via tudo girar e apesar do efeito gostoso do álcool, estava um pouco enjoada. Olhei para ele, nem parecia estar incomodado por me carregar, e nem olhava para mim também. Mas ele era tão lindo e tão atencioso. Queria que cuidasse de mim para sempre.
- Onde eu to? – perguntei assim que ele me colocou em uma cama. Nunca tinha estado naquele lugar antes.
- No meu quarto. – sentou-se perto de mim. – Acho melhor você dormir, ainda temos muito que fazer amanha.
- Não quero dormir, quero descer, dançar, conversar. Eu to bem. – tentei me levantar, mas ele me impediu.
- Não vai Sina, deita ai, logo vai dormir. Também vou me deitar. – tirou meus sapatos e pude rolar para o lado me aconchegando. Ele fez o mesmo tirou o sapato e a camisa. Estava muito calor aquela noite, mas não estava preparada para vê-lo sem camisa.
- Dorme de cueca? – perguntei.
- Não, vou só trocar de roupa. – entrou no banheiro que havia no quarto.
- Vai trocar a minha também?
- Não. – respondeu seco.
Abracei o travesseiro e senti um peso nas costas, estava começando a ficar cansada. Mas não queria dormir, gostaria de poder aproveitar mais aquele momento, mas talvez não conseguisse. Noah voltou do banheiro com um samba canção e uma camiseta e se sentou ao meu lado na cama.
- Tenho a sensação de estar vivendo um Djavan. – só agora consegui pensar no que aquilo estava remetendo.
- Deja vu. – me corrigiu. – Por quê?
- Há mais de dez anos atrás nós também estávamos em uma festa, bebemos muito e viemos para um lugar igual a esse. Seu quarto.
Noah virou-se de lado para me olhar.
- Nossa nem tinha pensado nisso, é mesmo. Que loucura não?
- A diferença era que quem estava bêbado aquele dia era você, e hoje não vamos fazer nenhuma bobeira como aquele dia.- Você acha que aquele dia foi uma bobeira? – o encarei.
- Não, mas não é só eu que tinha que pensar assim. – e de repente as lagrimas começaram a molhar meu rosto.
- Porque esta chorando? – se aproximou mais.
- Sabe Urrea, acho que estou sentindo o peso de ser azarada no amor. Olha só para todo mundo. Todos encontraram alguém, estão felizes e celebrando a meia idade namorando, casando enquanto eu celebro bebendo. – mais lagrimas caiam sobre uma face. – Sou a única que não recebe carinho, que ninguém me chama para jantar, que precisa arranjar novas amigas, pois as melhores já têm alguém com quem ficar. Sei que parece que sinto pena de mim mesma, mas a verdade é que só estou querendo carinho e afeto e não sei onde procurar isso. – confessei. Estava tão chapada que acabei confessando isso justo a ele. Não queria jamais que Noah soubesse as minhas fraquezas.
- Não diga isso Sina. – me abraçou. – Ainda vai apareceu alguém que ira enxergar todas as suas qualidades. Perceberá o quanto você é única e especial, e maluca também. – sorriu – Você é a mulher ideal, tem tudo na medida certa. E bobo é quem não percebe isso.- Então temos muitos bobos. – minha voz estava embargada, mas ainda assim sorri. Aquelas palavras haviam me feito bem, bem até demais.
- Posso te confessar uma coisa? – ele estava bem perto de meu rosto e me olhava no fundo dos olhos.
- Pode. – respondi enquanto ele secava minhas lagrimas com os dedos.
- Sim. Se eu não namorasse a Zöe, eu poderia sim ser seu namorado, era só você deixar. – Aquela confissão deixou meu coração mais leve, uma onda de alegria, felicidade, prazer me invadiu.
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Procura-se o amor
Ficção AdolescenteSina nunca teve sorte em seus relacionamentos, era como se o azar estivesse sempe ao lado dela nesse quesito. Essa maré de azar dura desde o ensino Médio. Todas as suas amigas estão com pé no altar, enquanto ela não consegue ninguém. Entretanto no e...