Capítulo 14

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Nunca corri tanto na vida, minhas pernas pareciam ter ganhado vida própria e saiam sem poder controlar. Escalei a grade do portão mesmo ele estando arreganhado do outro lado e um senhor do lado de fora me observando.

- Menina volte aqui! – me chamou, mas ignorei.

Tropecei na calçada e cai no chão. Era o fim. Chega dessa sofrência por causa do maldito azar.

- Sina? – ouvi alguém me chamar enquanto recuperava fôlego para levantar.

- Eu... Eu to... – não conseguia falar estava exausta e sem ar.

- Estava correndo do Bob? – Era Bailey, me chamado de burra pelo tom de sua voz. Com muito esforço olhei para trás. O cachorro tinha uma coleira e não alcançava mais depois do jardim. Corri quase um metro depois do fim do jardim com medo desse bicho.

Não podia acreditar, havia escalado uma sacada, beijado a paixão da minha adolescência vulgo Inimigo da minha adolescência, a namorada dele havia entrado no quarto, sai pela mesma sacada, quase fui morta por um cachorro que estava preso, pulei um muro e cai na calçada. Será que já posso ligar para o sanatório?

- Chega Bailey! Não agüento maaaaaaais! – levantei não sentindo as pernas. – Estou farta disso, só me machuco na merda dessa cidade, estou toda ralada, cansada e o pior a p/orra do azar continua em mim! Nada da certo. NADA DA CERTO... – sentei no meio fio e me puis a chorar. Estava chorando de cansada, raiva e o pior chorando por Noah não estar disponível, não poder tirar o meu azar e não poder abrir novamente a chance para aquele sentimento do passado.

- Sina... Calma, é normal o Bob assusta mesmo. – se sentou ao meu lado.

- Esse cachorro não é nada perto da minha vida. – As lagrimas escorriam levando também o rímel que tinha passado, agora estava parecendo um monstro. – Vou embora daqui. Chega dessa cidade.

- Mas já? E Joalin?

- Vá se fuder Bailey, eu cheia de problemas e você perguntando de Joalin, sei lá de Joalin. Só sei que para mim acabou, se quiserem que venham atrás de mim.

Levantei diferente do jeito que me sentei, estava confiante agora. Acho que sou um pouco bipolar. Mas essa era eu, a Sina que estava aqui era uma louca correndo atrás de um homem que já tem outra e que nunca fará o que preciso. No passado ele já não gostava de mim agora então menos ainda. Melhor viver no azar do que passar por um sufoco todo dia.

- E o azar, o Noah, vai mesmo desistir? Quero dizer ele namora, mas...

- Sim, vou desistir de tudo. Vou voltar para Cidade do México, pelo menos lá eu era somente louca, aqui eu sou louca correndo atrás de um homem.

Era isso, iria desisti, havia chegado ao meu limite. Não agüentava mais aquela historia e nem aquelas pessoas. Chega de tudo, esta na hora de voltar para casa e viver meus amores conturbados.

Voltei para o hotel Joalin estava fazendo mascara corporal e se assustou com meus ralados. Contei a ela tudo e disse que iríamos voltar a o México no dia seguinte, pelo menos eu. Joalin foi uma fofa comigo, me ajudou nos machucados e acabamos rindo da historia. Correr como uma desesperada de um cachorro de estava amarrado era demais até para mim. Sempre aprontando.

Arrumamos nossas coisas e no dia seguinte pegamos estrada. Fui dirigindo a maior parte do tempo, mas desde que o susto passou a única lembrança que tenho é o beijo. Não consigo esquecer o toque de Noah em minha pele, o jeito como disse, a maneira como me beijou. Só de lembrar fico arrepiada, é um misto de sensações que não vão embora. Depois de tantos anos longes Noah havia voltado a minha mente.

Procura-se o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora