7. Jasmine

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Jasmine

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Jasmine

Já tem algum tempo que estou trancada no antigo quarto da minha mãe. Atrás dessa porta consigo ouvir algumas vozes, mas não consigo entender sobre o que eles estão falando exatamente. Não sei que horas são. Só vejo pela janela que o dia está indo. O meu celular foi levado, então não tenho como falar com ninguém. Saio da cama e me aproximo mais da porta para tentar ouvir algo outra vez, mas tudo está em silêncio agora. Vou para a janela e olho para as grades. Elas deviam me proteger, no entanto, estão me fazendo prisioneira. Nervosa, ando de um lado para o outro do quarto, pensando em várias maneiras de sair daqui, mas elas simplesmente não existem. A única forma de sair desse lugar é pela porta que entrei. Contudo, ela está fechada de chave. Puxo a respiração quando escuto o barulho da chave e corro de volta para a cama. O meu coração acelera imediatamente quando um homem alto e careca adentra o cômodo, e dessa vez pede para ficar sozinho comigo. Estremeço, mas não tenho o que fazer. Ele puxa uma cadeira no canto da parede, se senta nela e se apoia no encosto, encarando-me por alguns instantes.

— Oi, Jasmine! — Engulo em seco, porém, não lhe respondo. A minha voz simplesmente não existe. — Não vai falar comigo? Por acaso o gato comeu a sua língua? — Seu tom de voz é baixo e ainda assim me causa medo.

— O-oi! — Me forço a dizer.

— Não precisa ter medo de mim, Jasmine. Eu não quero te fazer mal nenhum.

— Então por que estão aqui na minha casa? E por que estou presa nesse quarto?

— Porque eu preciso que faça algo para mim.

— Não vou vender drogas pra você! — rosno audaciosa, mas ele sorri e apesar do medo que estou sentindo consigo admirar o seu sorriso. É lindo e de alguma forma me lembra alguém.

— Mesmo que eu quisesse, você não levaria jeito pra coisa. — Puxo a respiração outra vez.

— O que você quer de mim?

— Eu quero ele — diz jogando uma foto em cima da cama. Eu seguro o papel e congelo ao ver a imagem de Jonathan Alcântara sorrindo.

— Por que quer que eu o traga até aqui? — Ele se levanta da cadeira, vai até a pequena janela e olha para o lado de fora. E droga, consigo me imaginar pegando aquela cadeira e o acertando violentamente nas costas, o derrubando no chão e fugindo daqui em seguida. Entretanto, ele se vira para mim e me encara com um olhar expressivo.

— Eu não quero que o traga até aqui, Jasmine. Eu quero que o traga para mim. — Engulo em seco.

— E se eu não fizer? — Seu sorriso se alarga.

— Você vai fazer. Por bem, ou por mal, mas vai fazer. — Ele devolve a cadeira ao seu lugar e quando abre a porta e pega consigo ver pelo menos cinco homens armados lá na sala. Tenho vontade de chorar. Como vou sair dessa agora? A porta se fecha e eu respiro aliviada, mas o meu alívio dura poucos minutos depois, pois, Marrento entra logo em seguida trazendo algumas sacolas de fest food.

10. Me Apaixonei e Agora? - RETIRADA 1° DE SETEMBRO Onde histórias criam vida. Descubra agora