Marrento.
— Não acredito que você a deixou escapar, Marrento! — Ele berra ao pé do meu ouvido fazendo algo tilintar lá dentro. Estamos no pico do morro mais propriamente na cede do chefão. O lugar parece um labirinto. É enorme e cheio de salas por todos os corredores. Cicatriz segura uma arma em punho e por duas vezes ele apontou o objeto para a minha cabeça violentamente. Ele está puto pela fuga da Jasmine. No entanto, foi melhor assim, porque não consigo imaginar o que faria comigo se descobrisse o que eu fiz com ela. A cena ainda está nítida na minha mente. Eu a machuquei, a fiz sangrar e se ele soubesse com certeza arrancaria o meu couro por isso. — Eu te dei uma missão, porra. Olhar a garota e mantê-la segura naquela casa, caralho! — rosna andando para perto de uma janela. Cicatriz me dá as costas. Eu podia me aproveitar dessa situação e pegá-lo de jeito, mas já vi muitos morrerem por muito menos que isso. — Eu vou te dar outra chance — diz sem se virar pra mim. — Só preciso que responda, quem a tirou de lá? — pergunta sentando-se de frente para mim. Estou de joelhos no chão bem no centro do seu escritório. Meu rosto está sangrando devido aos golpes e coronhadas que me deu durante o interrogatório. Cicatriz está sendo tolerante até demais comigo. Ele não é assim. Sempre foi um homem frio, cruel e intenso. Não é de pensar duas vezes antes de agir. Ele é mais do tipo não gostou, morreu. Errou, está morto. Não cumpriu a missão, já era! Eu respiro fundo sentindo o gosto metálico do meu próprio sangue na boca.
— Eu não sei! — repito pela quinta vez. Estou cansado e eu só queria que ele acabasse logo com isso.
— Eu não acredito em você! — rosna em alto e bom tom e eu sei que vou morrer. É o fim da linha para mim. Começo a pensar na minha vida, na minha infância, ela começa a passar como um livro aberto na minha frente. — QUEM, MARRENTO? EU QUERO UM NOME, PORRA! _ Ele grita e encosta a arma na minha cabeça com força. Fecho os olhos estremeço, esperando o som familiar que dará cabo da minha vida em uma fração de segundos.
— EU NÃO SEI, PORRA!!! — berro tão alto quanto posso. — Eu... saí pra ir buscar comida pra ela e deixei o Cobra tomando conta da porta, e quando voltei. Droga, ele estava morto e ela... ela não estava mais lá! Que droga, Cicatriz! — Solto outro berro e o encaro com raiva. Os olhos claros tão frios quanto uma pedra de gelo invade a minha alma e sinto o meu corpo gelar igualmente. — Quer me matar? Então me mata logo, porra! — O desafio entre dentes, sem desviar o meu olhar do seu. Ele segura pressiona o cano da arma contra o machucado na minha cabeça e uma dor terrível me acomete, fazendo-me soltar um gemido estrangulado.
— Eu vou te matar quando eu quiser, quando eu achar que devo te dar esse privilégio, entendeu?! — inquire com voz ríspida. — ENTENDEU, PORRA?! — grita. Porra, por que ele não acaba de vez com esse inferno?!
— Sim, eu entendi! — respondo me sentindo derrotado.
— Eu quero a minha filha de volta, Marrento. A quero aqui comigo me ajudando, trabalhando pra mim. Ela vai liderar tudo isso aqui quando eu me afastar.
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10. Me Apaixonei e Agora? - RETIRADA 1° DE SETEMBRO
RomanceA história mais esperada da série. Os gêmeos Jonathan e Cristal Alcântara, os filhos mais do que esperado do casal Ana Júlia e Luís Renato Alcântara chegou. Dois jovens em seu mundo estudantil. Jonathan Alcântara, é um jovem de dezoito anos, que...