26. Jonathan

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Jonathan

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Jonathan

Momentos antes do encontro...

Não é o pôr do sol e nem é de madrugada, mas ainda assim é o meu lugar favorito no mundo. O monumento está superlotado agora, a final, é verão e os turistas praticamente invadem os nossos pontos turísticos. Contudo, procuro me desligar das pessoas ao meu redor e me concentro no meu silêncio interior. Eu preciso pensar com clareza, descobrir por que ela fez aquilo. Deve haver algum motivo para ela agir assim, não é? Então, por que eu não estou vendo? Eu não posso simplesmente acreditar que Jasmine largou a sua vida, os seus ideais, o seu futuro e principalmente o nosso amor para viver uma vida que não é sua. Por quê? Por que ligou para o meu pai e não para mim? Rio sem vontade quando penso que ela nem se deu o trabalho de perguntar por mim. Olho o meu relógio. Eu preciso voltar para casa e encarar a minha realidade de frente. Pensativo, começo a descer os degraus, logo estou na moto e ganho o trânsito carioca. Não demora para entrar em casa e aguardar as malditas instruções do que vem depois. Pensar que somo como fantoches para aquele filho da puta me deixa possesso e vários desejos homicidas invadem a minha mente. Será que ele ousou tocá-la? Chego a trincar o maxilar com esse pensamento. O telefone começa a tocar e atento fito o meu pai receber as orientações para pagar o resgate.

É agora. Penso e encho os meus pulmões de ar.

***

Chego ao parque meia hora antes do combinado. Ao meu lado tem uma maleta prateada contendo quinhentos milhões de dólares em notas grandes. Observo atentamente o movimento desse lugar. Tem poucas pessoas caminhando ou sentadas nos bancos agora. O céu já começa a apresentar algumas nuvens alaranjadas e poucos se aventuram a vir aqui parte a noite. Olho para o relógio e solto um suspiro alto. Está quase lá. Eles vão chegar a qualquer momento. Penso me sentindo inquieto. Finalmente eu vou vê-la. Meu coração se agita. Preciso falar com ela, convencê-la a voltar para casa comigo e tudo vai se resolver depois. Um carro negro para do outro lado da rua e eu o encaro especulativo, mas ninguém sai de lá por longos segundos. Até que a porta se abrir e ela se dentro dele. Meus olhos se arrastam ávidos pela calça jeans que deseja ousadamente cada curva do seu corpo e depois pela blusa vermelha com um tecido leve e esvoaçante. Seus cabelos estão presos atrás da sua cabeça, revelando cada detalhe de um rosto delicado, porém, sério demais. Ao aproximar-se fito os olhos firmes e determinados me olhando o tempo todo. Mas eles não me dizem nada. Nenhum sinal que me diga que está tudo bem entre nós. Porra, isso é frustrante, é desolador! Jasmine está diferente, eu sinto isso. Não há vestígios da doce jovem frágil que roubou o meu coração.

— A maleta, Jonathan, por favor! — As palavras frias e sem vida são como socos violentos na boca do meu estômago. Por que ela não conversa comigo, porra? Por que não foge de vez comigo daqui? Eu posso levá-la para qualquer lugar desse mundo, mantê-la longe deles, mantê-la em segurança. Ela sabe que eu posso, então por quê? Meu coração frágil para uma batida ao vê-la segurar a maleta, me dar as costas e entrar naquele maldito carro outra vez sem nem olhar para trás. Puxo uma respiração pesada. Então é isso? Acabou? O nó na minha garganta aperta com força, me sufoca e as lágrimas querem vir à tona, e com violência. Trêmulo, volto a me sentar no banco sem forças, enquanto o carro some das minhas vistas. Deixo a minha cabeça cair sobre as minhas mãos e fecho os meus olhos, apertando-os com força, tentando conter as malditas lágrimas.

10. Me Apaixonei e Agora? - RETIRADA 1° DE SETEMBRO Onde histórias criam vida. Descubra agora