27. Mick

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Mick

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Mick

No cativeiro...

Vê-la sair correndo pelo jardim livre de qualquer perigo é o que me consola. A lembrança dos seus olhos assustados e molhados de lágrimas me machucam, mas posso aguentar o que vier agora. Aguento tudo desde que ela esteja segura. Sinto o movimento do carro quando ele faz uma curva rápida quase me levando ao solo. Não sei exatamente para onde estamos indo, simplesmente não consigo ver nada por que estou encapuzado e ainda amarrado a uma cadeira. Contudo, estou apreensivo e até parece que vou enfartar a qualquer momento. Lucas, aquele filho da puta traidor! Que droga, eu fui tão legal com ele! Lhe dei apoio, ajudei a construir um ciclo social. Eu não entendo por que ele fez isso comigo... conosco. O carro finalmente para e, merda! Eu não sei dizer se isso é bom ou ruim para mim. Eles erguem a cadeira e me carregam não sei para onde. Escuto os sons de algumas vozes, mas não faço a menor ideia do que acontece ao meu redor. Isso é frustrante. Os meus pulsos ardem de tanto forçar as amarras. É em vão, não adianta. Quanto mais as forço, mais apertadas elas ficam. Só me resta ficar quieto e atento ao que eles falm ao meu redor.

— Não dá para acreditar que a minha mina de dólares fugiu! Me diga, bando de idiotas, como uma garota conseguiu se soltar e fugir na cara de vocês?! — O escuto gritar. O silêncio toma conta do lugar até uma voz trêmula soar uma resposta.

— Eu não sei com ela fez aquilo, Cicatriz. Juro que a amarrei bem apertado!

— Tem certeza? Porque aquela garota idiota agora está nos braços do seu papaizinho, nos entregando, seu filho da puta! — O traficante berra e ou vez o silêncio, só que esse durou alguns míseros segundos.

— Você me conhece. Eu fiz tudo direitinho, não tinha como ela sair...

— MAS ELA SAIU, PORRA! Uma respiração alta e profunda preenche o local, depois alguns passos e outra vez a calmaria. — Você sabe como eu sou, não é Black? — Ele demora para responder. — RESPONDE, PORRA! Cicatriz esbraveja.

— Eu sei, chefe. — O tom firme na sua resposta não é capaz de esconder o seu medo. Começo a entrar em pânico com toda essa tensão e puxo a respiração algumas vezes. Preciso encontrar um jeito de sair daqui. Penso mais uma vez forçando as cordas no meu pulso. Sinto que não sairei vivo desse lugar.

— Que bom que você sabe disso!

— Cicatriz, não faça isso! Que droga eu estou dizendo, não tinha como ela... — O som da voz desesperada é interrompida por um tiro, que ecoa bem do meu lado. O som me faz tremer por dentro e depois disso outra vez o silêncio. Engulo em seco.

— Limpem essa sujeira! — Ele ordena e logo sinto um movimento alvoraçado. Algo é arrastado para longe, depois água e escovões, e um cheiro de água sanitária preenche as minhas narinas.

— Eu... preciso de um pouco água — peço um tanto receoso. Escuto alguns passos em minha direção, até senti-lo parado bem na minha frente.

—Você quer água, mocinha? — Alguém indaga debochado. — Boca, traz um pouco de água para o garoto. — Segundos depois, sinto a água fria cair sobre a minha cabeça e o pano no meu rosto fica encharcado me sufocando. Puxo o ar com desespero, mas ele não vem. Meu coração acelera demasiadamente e no ato, começo a me debater. E quando penso em desistir da luta o capuz é retirado. Os sons das risadas estão por todo o lugar. Contudo, a luz do lugar me faz pressionar os olhos em busca de foco e eu constato que o dia já amanheceu. Mas não tenho tempo de verificar onde estou realmente, porque a cara de Marrento se projeta imediatamente na minha frente.

10. Me Apaixonei e Agora? - RETIRADA 1° DE SETEMBRO Onde histórias criam vida. Descubra agora