Capítulo 15.

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Hoje eu acordei bem cedinho, às seis. Me levantei, tomei meu banho, e coloquei uma calça jeans e uma blusa com manga, calcei também meu tênis branco.

Fui até a cozinha e fiz um cuscuz, depois fiz um ovo mexido e comi. Fui para o quarto novamente, peguei minhas escovas de dentes, e escovei meus dentes.

Coloquei tudo o que precisava em uma bolsinha e saí de casa, saí da comunidade a pé mesmo, e fui até o ponto de ônibus. Quando meu ônibus chegou, eu subi e vi que tinha um monte de gente, mas tinha um lugar sobrando, então rapidamente me sentei no lugar.

Que demora.

Pensei nisso, e realmente estava demorando, ou eu que estou ansiosa? bom, apareceu uma mulher grávida, e ela ficou em pé. Deveria ter seus 17 anos, sua barriga tava enorme.

- Moça, quer sentar aqui? - Perguntei para a menina.
- Não precisa....
- Ei, pode sentar! nem imagino como deve ser carregar esse peso todo aí. - Nós rimos.

A mesma me olhou e sorriu, e eu entendi. Me levantei para a moça sentar, e ela veio até mim e se sentou, logo depois, ela agradeceu.

- Obrigada!
- Por nada, moça. - Dei um sorriso.

Desci do ônibus quando vi que era meu destino! saí em lojas, tudo, procurando emprego. Fiquei lá até umas 8 e pouca, depois decidir ir para casa. E vocês já sabem, né? peguei o ônibus e blá blá blá.
[...]

- Acorda, dorminhoca. - Chamei Carol.
- Hum? me deixa dormir, cão. - Ela respondeu.

Nesse mesmo momento, me lembrei do Coringa me chamando assim, me lembrei da nossa transa, de como foi bom, mas lembrei também que isso não pode voltar a acontecer. Foi bom? foi, mas eu não quero ser mais uma, eu quero ter liberdade, quero fazer uma faculdade, e não ser mulher de bandido.  Vou dar um futuro ótimo para meus filhos.

- Ou, vamo tomar açaí com a Larissa?
- Vocês tomam açaí, eu como pastel.
- Eu não acredito cara, sério isso?
- Sério, e para de enjoar. Vai escovar esses dentes logo que tá fedendo. - Falei rindo.

E ela foi, tomou um banho, e se arrumou rapidinho. Fomos para a cozinha e já vi a tia colocando nossa comida.

- Tia, não precisa! nós temos duas mãos. - Falei dando um beijo na cabeça de minha tia.
- Eu gosto. Pare de reclamar e sente logo.

Eu apenas sorri. Sentamos na mesa e começamos a comer, Carol sempre fazendo suas palhaçadas, fazendo eu e titia rir.

- Mãe, vai fazer alguma coisa hoje? - Carol perguntou.
- Vou ir ao médico, por que? - Minha tia respondeu.
- Quer que eu vá?
- Se você quiser, eu quero.
- Ok. Eli, você pode ir com a Lari, né? - Carol me perguntou.
- Claro. - Eu respondi.

Então comemos em silêncio. Minha tia depois do almoço foi pro médico com a Carol, e eu peguei meu celular e um dinheirinho, saí de casa mandando um áudio no WhatsApp para a Larissa.

Eu: Larissa, Carol teve que ir ao médico com a tia, só vai eu, beleza?

Ela respondeu com um áudio também.

Larissa: Oi lisa, claro. Me encontra na pracinha, bjs.

Guardei meu celular, e fui até a pracinha, encontrei a Larissa lá sentava em um banco.

- Fala, cachorra!
- E aí, piranha. - Larissa me dei um beijo na bochecha.
- Vai logo comprar seu açaí, e compra pra mim também um pastel.

Entreguei o dinheiro pra mesma, e ela se levantou, sumindo da minha vista. Fiquei ali sentada, sem fazer nada. Alguém chamou meu nome, e eu olhei quem era, o chato do LC.

- Tá sozinha por que, morena?
- Vocês gostam de me chamar de morena, né. Tô com a Larissa pô, ela foi ali comprar açaí e pastel.
- Tendi. Cadê minha fiel?
- Que fiel, meu amor?
- Oxi morena, a Carol.
- Tão namorando escondido só se for, né? ainda não vi pedido nenhum.
- Logo mais, morena!
- Uhum. Quero ver, moleque. Se vacilar já sabe né, tu morre rapidinho.
- Fica de boa. Daqui a pouco tá colocando até no Facebook " Līsä ä møręnah pêrígösãh" - Eu gargalhei.
- Sai porra, essa vergonha eu não passo!  - Nós rimos.

LC saiu, precisava ir a boca. Larissa tava demorando muito, então eu decidir ir até lá. Quando cheguei onde vendia pastel, açaí e essas coisas, eu acabei vendo uma coisa nada legal: Larissa estava aos beijos com Coringa. Eles não me viram, e foi melhor assim. Eu voltei para onde estava, na pracinha, e milagres de coisas veio a cabeça, mas parei de pensar nisso quando a vi, vindo com as coisas.

- Oi, voltei. Desculpa a demora! - Larissa sentou, me entregou o pastel e começou a tomar seu açaí.

Eu não iria tratar ela de outro jeito, ela não sabe de nada.

- Obrigada. - Respondi apenas isso, e comi um pedaço do meu pastel.

Ficamos conversando coisas aleatórias, mas as vezes minha mente ia longe, sempre pensando no beijo deles.

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