Capítulo 18.

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Segurei na mão dela, e sorri, começamos a correr para casa, e os tiros não paravam, só aumentavam, e quando a gente tava em um beco, encontramos o LC.

- Elisa? por que você tá aqui, caralho?
- Eu tava tomando sorvete, aí começou os tiros.
- Porra, vem, eu vou te levar até em casa.
Ele foi na frente, e a gente foi atrás, ele tava muito atento a tudo, Alice não parava de chorar com medo, e eu também. Eu tava com uma sensação ruim, alguma coisa iria a dar errado hoje, e isso me causava arrepios pelo corpo. Alguém chamou ele no rádio, e no mesmo momento ele respondeu, então paramos de andar.

- LC? corre aqui pra a rua 5, chefe foi atingido!

Naquele momento tudo parou, Coringa foi baleado? aí meu Deus. LC resoondeu e depois desligou, então olhou para mim e falou:

- Vamo, eu preciso ir ver ele.
- Não, não, eu vou com você!
- Você tá com uma criança, você precisa ir pra casa porra!

Então eu me acalmei, e assenti, ele nos levou para casa, e quando entramos Carol veio correndo até a gente.

- Aí meu Deus, graças a Deus vocês estão bem! - Ela disse.
- Estamos, mas o Coringa não.
- Como assim?
- Ele foi atingido, amiga. - Falei desesperada.
- Ou calma, me da a alice! - Eu entreguei a Alice pra ela, a mesma chorava, mas Carol conseguiu acalmar ela.
- Eu vou lá, eu preciso ver como ele tá
- Não, você tá maluca? eu preciso de você viva!
- Eu preciso ir, eu preciso!

Conversamos mais um pouco, e os tiros não paravam, chegou uma hora que eu não aguentei mais, eu não sei porque mas eu precisava ir até ele, ver como ele tá. Sai de casa com Carol gritando, mas nem liguei, fui correndo até a rua 5, quando cheguei lá só encontrei o binho.

- Cadê ele? cadê? - Gritei.
- Calma, fica calma! ele foi pro postinho.
- Eu vou ir pra lá agora!
- Eu vou com você, mas fica calma!

Eu me acalmei, e os tiros pararam, então binho me levou até o posto, lá encontrei o LC sentado de cabeça baixa, preferir não ir falar com ele. Depois de horas o médico veio.

- A cirurgia foi complicada, mas conseguimos, ele só precisa ficar de repouso!
- Podemos ver ele? - Perguntei.
- Agora não podem.

O médico falou tudo, e depois saiu. Fui até o LC e me sentei lá com ele.

- Vai pra casa morena, quando ele acordar eu falo.
- Fala mesmo?
- Claro. - Ele sorriu, e eu dei um beijo em sua bochecha e depois me despedir do binho.

Fui pra casa, encontrei minha tia brincando com a Alice, Carol vendo TV. Assim que titia me viu, ela me olhou, e veio me abraçar.

- Você tá doida? quando eu cheguei aqui eu fiquei preocupada. - Minha tia me disse dando um tapa na minha cabeça.
- Tava com saudades de me bater, só se for. - Eu rir. - Fique calma, já estou aqui.
- Onde você tava? Carol não quis contar.
- Depois a gente conversa, ok? preciso tomar um banho agora, e comer e depois levo a pequena pra casa. - Ela assentiu.

Tomei um banho, coloquei uma roupa confortável, e depois fui para cozinha, peguei um pão, e coloquei ele naquele troço onde amassa ele e tals, depois peguei um pouco de café, e coloquei na xícara. Me sentei na cadeira, e peguei o pão, enfiei ele dentro do café, depois o comi.

- Eli, sabe onde tá aquele remédios para dor de cabeça? - Carol veio até mim.
- Hum... no armário, perto dos outros remédios, burrinha. - Falei.

A mesma agradeceu, e pegou os remédios. Eu me levantei, lavei os pratos e depois fui até onde a Alice tava.

- Pedaço de gente, vamo pra sua casa?
- Poxa tia, tava gostando de ficar com a sua mãe! - Ela falou se referindo a titia.

Aquilo me deixou um pouco triste, pois me lembrei da minha mãe, parece que a tia percebeu como eu fiquei e logo mudou de assunto.

[...]

- Obrigada por ter cuidado da minha filha, fiquei tão preocupada quando me disseram que tava tendo tiro aqui na comunidade!
- Óbvio que eu iria cuidar bem desse pedacinho de gente! - Ela sorriu.

Conversamos mais um pouquinho, mas meu celular dela tocou, nós se despedimos e eu fui pra casa pensando no Coringa.

Será se ele vai demorar pra acordar?

passei com esses pensamentos quando meu celular apitou, mensagem do binho.

Binho: ele acordou.

Guardei meu celular, e fui no posto, quando cheguei lá, Binho e o médico me levaram até onde ele estava, confesso que estou com um pouco de medo. Eu entrei, e encontrei ele lá.

- Oi...
- Oi. Por que você tá aqui? - Ele responde friamente.
- Fiquei preocupada com você. - Respondi falando a verdade.
- Hum. - Ele falou só isso.
Eu não me senti muito bem, ele tava sendo tão frio comigo... sabia que eu não deveria ter vindo.

- Bom, já vou indo. Tchau. - Falei.
- Beleza.

Saí de lá, e os meninos tentaram falar comigo, mas eu preferir ir pra casa, peguei o caminho de casa, e fui, quando tava quase perto de casa, encontrei a Larissa.

- Lari, oi!
- Oi, feia. Tá indo pra onde?
- Casa, e você?
- Indo pro hospital, ver o Coringa.
- Ah, claro.
- Tchau, amiga! a gente se vê por aí. - Ela me deu um beijo.
- Tchau. - Dei um sorriso.

Ela saiu, e eu segui meu caminho só pensando neles, cheguei em casa e me sentei no sofá, peguei meu celular e respondi umas mensagens no WhatsApp, fui ver os status, e a Larissa postou, então eu olhei.

Preferia não ter visto.

Era ela e ele.

Os dois fazendo uma careta. Isso me deixou triste, me deixou destruída, mas eu não posso falar nada, porque ele não é meu.

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