Uma crise de identidade (2/3)

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- Assassino? Pista? Eu não disse nada.

- Pensou em dizer, a cara de quem quer fazer uma pergunta é bem óbvia

Revirei os olhos irritada, sentamos o cara no chão depois de ter certeza que seus pulsos e tornozelos estavam inutilizados.

- Ainda precisa das fotos?

- Claro que preciso, até esse idiota acordar é a única pista que tenho.

Ela pegou as fotos e as olhou rapidamente com um olhar concentrado. Enquanto a observava, percebi uma mancha vermelha em seu pescoço e uma pequena quantidade de sangue escorrendo livre pela sua testa. Fui até o frigobar pegando uma lata de refrigerante e entregando pata Sophie.

- Coloca no pescoço, a não ser que queira ficar com um hematoma e deixa eu limpar isso.

Ela continuou olhando as fotos agora com uma mão sustentando a lata fria no pescoço enquanto eu limpava o sangue de sua pele.
- Antes que pergunte isso foi por causa de um puxão forte no cabelo e o pescoço foi por causa do cachecol muito apertado.

- Espera ele puxou seu cabelo e tentou te sufocar?

- Quase isso, ele tentou me sufocar mas quando eu comecei a me soltar ele puxou meu cabelo com uma mão e tentou me cortar com uma faca – Ela dizia tirando uma lâmina do bolso muito semelhante às navalhas que usam em barbearias – Quando percebi eu já tinha enfiado a cara dele no papel de parede.

- Se ele fez isso tudo como pode dizer que não é o assassino?

- Ele é muito idiota pra ser um assassino tão estrategista e calculista ao ponto da polícia não ter achado ainda.

- Então o que você acha que ele é?

- Cúmplice. Se sentiu ameaçado por termos chegado para investigar e, talvez sabendo da fama que vem conosco por causa da família, ficou com medo de descobrirmos seu mandante.

- Ok. . . Mas por quê não o levamos para a polícia?

- Pare de fazer perguntas eu tenho que me concentrar.

Eu até abri a boca pra tentar argumentar mas, instantaneamente, o rosto de Sophie perdeu qualquer expressão, isso significava que estava em sua concentração total, mesmo que o mundo caísse ao seu redor ou, nesse caso, se eu falasse, ou gritasse, algo ela não ouviria.
  Alex entrou correndo pela porta alguns minutos depois, ele havia saído para atender um telefone assim que acabamos de imobilizar a nossa pista viva.

- Rosie, seu pai está furioso no telefone e quer falar com você agora.

- O que aconteceu agora?

- Digamos que Mycroft falou demais perto dele

Soltei um suspiro já imaginando o que iria ouvir e peguei o celular da mão de Alex sem ter nem tempo de dizer “oi”.

- Que história é essa de que Sophie foi atacada e você teve contato com o assassino antes!?

- Obrigada pela preocupação e exagero ok? Sophie está bem e eu também, não há motivos para pânico, pai.

- Não há motivos para pânico? Mycroft disse que é um assassino que mata mulheres puxando o cabelo e cortando as gargantas, isso não é preocupante!? – Ele continuava gritando do outro lado.

- O senhor passou por coisas piores com o tio Sherlock, Mycroft e a mãe, não venha ser hipócrita.

- Rosamund Mary Watson, eu quero você de volta ao apartamento em uma semana. – Ele disse abaixando o tom de voz.

- Qual é, pai, já cansou de dormirem em quartos separados? – Pude ouvir sons de risada abafada no fundo da chamada, na verdade, desde que eu cresci e tive meu próprio quarto meu pai e Sherlock eram obrigados a dividir um quarto, já que o que pertencia ao meu pai agora era meu e o outro local era impossível de se viver. Ambos não queriam deixar Sra. Hudson sozinha e ela não queria se mudar com eles, as fofocas aumentaram com certeza, mas eles acharam melhor assim.

- Apenas volte pra casa.

A ligação foi encerrada, com certeza meu pai estava sem graça, era melhor assim do que irritado.

- Ele quer que você volte não é?

Sophie apareceu atrás de mim de forma tão rápida e silenciosa que nem percebi, me causando um susto.

- É eu tenho uma semana pra voltar para a Baker Street.

- Imaginei, me encontre amanhã bem cedo em frente ao Starbucks de hoje cedo, vou cortar o cabelo e conhecer mais o local, a cidade de Nova York tem muito a oferecer.

Ela saiu andando pelo corredor e entrou no elevador. Eu teria uma semana, mas uma semana com Sophie é imprevisível, então eu decidi arrumar minhas malas e deixar apenas algumas mudas de roupa fora dela. Mal havia chegado e já tinha que ir.

-Horas depois no aeroporto-

Eu estava no Aeroporto para converter novamente uma quantia do que eu tinha em dólares de volta para libra esterlina, eu não ia ter tempo pra isso depois. No meio do caminho eu estava passando por uma rua principal, já eram 19:30 quando senti uma mão forte em meu rosto e uma dor aguda em meu pescoço, alguém havia me sedado, nos poucos minutos que tive de consciência pude ver um homem semelhante ao que havíamos prendido porém este era loiro, não tive tempo para muita coisa, vi o vulto dele se afastar enquanto sentia uma dor correr meu corpo e apaguei tendo como ouvir apenas alguém gritar por socorro.

👉***👈

No próximo capítulo teremos a história narrada pelo ponto de vista de Sophie. . . Ou não.

Sophie Adler A Filha De Um Gênio Onde histórias criam vida. Descubra agora