O resto da semana foi tirado para entrevistas de jornais sobre Sophie Adler estar viva, a outra foi tirada para casos estranhos que não demoravam mais de dois dias para serem solucionados, as coisas corriam rápido, muito rápido, não me restando tempo para perguntar sobre o que tinha acontecido e que atirador era aquele.
Já era minha terceira semana no índigo quando consegui sanar as minhas dúvidas. Minha parceira estava sentada na cama mexendo em seu celular, parecia escrever algo.- Quem era aquele cara que queria atirar em você? – Perguntei recostada no arco da porta do banheiro.
- Um militar afastado por conta de comportamento agressivo, ele foi pago pra me seguir para garantir que não atrapalharia seu patrão e, se atrapalhasse, deveria me matar na primeira oportunidade de descuido. Acontece que eu já estava envolvida nos planos do patrão dele, quando percebi a presença dele comecei a me disfarçar entre as pessoas, várias identidade, várias profissões.
- Quem era o patrão dele? E como conseguiu se disfarçar sendo que teria que comprar os objetos necessários e isso denunciaria o próximo disfarce?
- Eu não sumi porque eu quis ok? Quando eu acabei meu tratamento eu estava na enfermaria da mansão de Mycroft, ele precisava da minha ajuda para resolver alguns problemas políticos ao redor do globo e meio que eu estava devendo esse favor.
- Defina “devendo esse favor” – Ela se levantou e andou um pouco pelo cômodo com a ponta dos dedos únicas segurando o celular na palma das mãos.
- Eu talvez não tivesse sobrevivido se tivesse ficado num hospital convencional, hospitais num geral não podem te tratar contra sua vontade então não vão te prender lá, ou seja, eu fugiria e provavelmente morreria.
- Ele fez o que? Te prendeu numa maca? – Ela torceu o rosto numa expressão desagradável – Você só pode estar de brincadeira, porquê ele faria isso? Ele não é do tipo que parece gostar de você.
- E não gosta, você deu um tapa nele no nosso primeiro caso, eu já dei quase uma surra completa. A questão é que ele ainda se importa com o irmão mais novo dele e sabemos que Sherlock tenta se manter impassível mas ainda é apenas alguém que sente demais e não sabe se esconder isso muito bem.
- Então ele te ajudou para poupar a mente do irmão, ótimo até aí, mas por quê ele não contou ao próprio irmão?
- Ele contou, indiretamente, ele sabia que o caso do borboleta ia chamar atenção de vocês e que não parariam até acharem que matou aquele idiota, ele só não contava que quem ia me ver seria o Alex e não meu pai. Assim que Alex me viu ele contou a vocês a história toda e é por isso que eu achei que você me receberia bem depois de saber que eu não falei que estava viva porque eu não podia.
- Ele falou com seu pai, não comigo – Ela pareceu surpresa – Você está falando sério?
- Claro que estou! Ele é o Alex! Se você olhar para ele e dizer para não falar sobre doces durante uma semana com John, no dia seguinte ele já está falando e dizendo o porque estava proibido de falar.
- Aparentemente ele cumpriu a regra, em partes.
- É ele tem esse dom de só obedecer regras quando não é para seguir.
- Alex sendo Alex, eu tenho medo de o que a Mônica passa em alguns momentos.
- Para falar a verdade, senti saudade desses seus comentários irrelevantes viu?
Ela pegou um casaco grosso com capuz que estava no gancho atrás da porta e o vestiu.
- Que exagero, não está tão frio para chegar a esse ponto – Me levantei e ela jogou o outro casaco em mim.
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Sophie Adler A Filha De Um Gênio
Misterio / Suspensobaseada nas obras de Sir Arthur Conan Doyle e na série "Sherlock" da BBC. "Sophie Adler a filha de um gênio" se passa alguns anos após o episódio "O problema final" de Sherlock da BBC ou logo após "A casa vazia" dos livros, porém em eras modernas...